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Atletismo

Victória Sena muda de prova e de perspectiva na carreira

Novata nos 400 m, velocista conquistou os títulos do Brasileiro e do Sul-Americano Sub-20 e integrou a seleção brasileira adulta no Mundial de Doha

Victória Sena (Divulgação/CBAt)

Mudar nem sempre é fácil. Muitas vezes é preciso coragem para tentar, para arriscar. No atletismo também é assim. Maria Victória Sena fez um balanço da curta carreira no início do ano passado e resolveu trocar os 100 m e os 200 m, provas que disputava havia três anos, pelos 400 m. A mudança deu resultado.

A atleta paulista, da APA (Associação Prudentina de Atletismo), teve um ano inesquecível em 2019. Foi campeã brasileira e sul-americana sub-20 e, a maior comemoração, integrou a delegação brasileira adulta no Campeonato Mundial de Doha, no Catar, como corredora do revezamento 4×400 m misto.

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Victória, que completa 20 anos na próxima terça-feira (14), terminou a temporada na liderança do ranking brasileiro sub-20 e em terceiro lugar no ranking adulto, com a marca de 52s60, que também é recorde brasileiro até 19 anos.

Muito pela frente

“Desde que iniciei no atletismo comecei com os 75 m e os 250 m. A partir de 2015 fui para os 100 m e 200 m, onde fiquei até o início de 2019. Eu não estava tendo resultados tão expressivos nessas provas, então fui para os 400 m. Em março comecei a competir e os resultados apareceram”, lembrou a corredora, filha de Inaldo Sena, ex-recordista sul-americano dos 400 m e ganhador da medalha de bronze na antiga Copa do Mundo de Atletismo, em Londres, em 1994. Inaldo Sena também é o treinador de Maria Victória Sena.

Victória Sena, ouro nos 400 m do Sul-Americano Sub-20 de Atletismo
Victória Sena, ouro nos 400 m do Sul-Americano Sub-20 de Atletismo (Divulgação/CBAt)

Victória ganhou a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro Sub-20, em Bragança Paulista (53s68), e no Sul-Americano de Cáli, na Colômbia (53s80) e bateu o recorde brasileiro da categoria nas semifinais do Campeonato Pan-Americano de San José, na Costa Rica (52s60). Na final, terminou na sexta colocação (54.21).

A convocação para o Mundial Adulto foi marcante. “Foi sensacional, tanto pelo que consegui aprender com todos os atletas que pude ver competir, treinar, aquecer. O clima da competição é algo incrível. E os aprendizados que tive a oportunidade de ter vão além de tudo que já presenciei” disse a atleta.

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“Estar lá me deu mais vontade de seguir em frente, pois me fez querer estar no próximo Mundial. Agradeço muito a todos da seleção que me receberam muito bem e me ajudaram muito, atletas, treinadores e equipe multidisciplinar.”

Do jeito que dá

Em época de pandemia da Covid-19, Victória Sena tem tido dificuldades para treinar. “Está sendo um tanto complicado, mas estamos tentando dar o nosso melhor. Estou treinando num parque perto de casa e meu pai abre uma academia só para os atletas fazerem os exercícios”, comentou.

“Agora com 20 anos, aumenta a responsabilidade, e quero conseguir bons resultados e superar meus próprios objetivos. Já venho competindo com as adultas e isso me ajudou muito.”

Para Inaldo, o objetivo é que Victória alcance o recorde pessoal ainda em 2020. “O ano está complicado. Além da pandemia, ela teve uma lesão no início da temporada e precisou parar com as atividades. Agora, está totalmente recuperada e treinando bem. Espero que possa competir ainda este ano para tentar bater o recorde pessoal e entrar bem na busca do índice olímpico em 2021”, afirmou Inaldo.

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