Se juntando a uma série de atletas brasileiros que vivem e treinam nos Estados Unidos (EUA), jovens talentos do atletismo brasileiro resolveram mudar de ares e buscar lugar na tradicional relação entre esporte e universidade nos Estados Unidos. Desse grupo de novatos destacam-se Alencar Pereira, do martelo, Alan Christian de Falchi, disco, Deisiane Teixeira, dardo, Ana Caroline Miguel, peso, e Mirieli Estaili Santos, do salto triplo.
A natação também possui uma série de jovens atletas vivendo e treinando na terra do Tio Sam. A vivência no país que é referência no esporte mundial já mostrou resultados em recentes campeonatos. Contamos um pouco sobre cada atleta e também sobre os locais onde vivem.
Do interior do Brasil pro interior dos EUA
Alencar Pereira saiu de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para morar em Lincoln, capital do Nebraska, estado localizado no interior dos Estados Unidos e famoso pela produção de milho.
O paulista de 21 anos, já teve uma boa temporada no ano passado nos Estados Unidos. Em Hobbs, Novo México, bateu o recorde brasileiro sub-23, com 70,21 m, em maio de 2019. Com o resultado, tornou-se o terceiro brasileiro do atletismo a superar a barreira dos 70 metros no martelo. Antes dele, só Allan Wolski (75,22 m) e Wagner Domingos, o Montanha (78.63 m), haviam conseguido.
“Este ano está complicado. As competições universitárias do atletismo foram canceladas por causa da pandemia. Estou podendo treinar, mas de maneira não oficial, em locais fora da escola e em casa”, disse Alencar, que pretende optar por biologia no final do ano na Universidade de Nebraska. “Estou estudando online, aproveitando a boa estrutura da faculdade, que até oferece computador para quem não tem,” completou.
Vizinhos de Dorothy, do Mágico de Oz
Ana Caroline, Alan e Deisiane ganharam bolsas de estudo do Barton Community College e moram em Great Bend, no Kansas, estado que ficou famoso por ser a terra natal da personagem Dorothy, do filme O Mágico de Oz.
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Em seu segundo ano nos Estados Unidos, Ana Caroline da Silva, mineira de Contagem, optou por morar fora do Brasil para investir na carreira no atletismo. “Não dava apenas para estudar e treinar em minha cidade. Tinha de procurar emprego para pagar a faculdade. Uma hora teria de fazer escolhas e resolvi tentar”, disse a atleta de 21 anos, líder do ranking brasileiro sub-20 de 2018 no arremesso do peso, com 14,99 m.
Alan Christian de Falchi, de 20 anos, é o atual líder do ranking brasileiro sub-20 do disco de 2019, com 59,30 m, também está nos Estados Unidos para conciliar o esporte e a faculdade.
“Meus objetivos nos Estados Unidos são melhorar minha performance e estudar. Fiz matemática neste semestre e quero cursar educação física”, disse Alan.
Já Deisiane Teixeira, da APA, terminou o ano passado na liderança do ranking brasileiro sub-20 do dardo, com 52,56 m. Em Great Bend, pretende superar a barreira dos 55 m.
“Aqui tenho uma infraestrutura melhor do que tinha em Presidente Prudente. Pena foi a pandemia ter cancelado toda a temporada universitária. Por isso, já penso em 2021. Quero ganhar os campeonatos nacionais e espero receber proposta de uma grande universidade”, comentou a atleta, que completou 20 anos em abril.
Salto triplo na terra dos tornados
Mirieli Estaili Santos é aluna de comércio exterior na Universidade do Missouri, a mais tradicional do estado, famoso pelo alto índices de tornados e por ser a terra da cerveja Budweiser, uma das mais popular dos Estados Unidos.
Vice-campeã mundial sub-20 no salto triplo, a atleta está em Sorriso (MT) desde março, quando deixou os Estados Unidos, para terminar a recuperação de uma cirurgia para a reconstrução dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo.
“Espero completar logo a recuperação da cirurgia, para voltar a saltar novamente e competir nos campeonatos universitários de 2021. Trabalho todos os dias pensando em conseguir índice para a Olimpíada de Tóquio”, disse a atleta de 21 anos.
“Sofri a lesão final de setembro e operei em outubro, depois de um início complicado de adaptação aos treinos e aos estudos”, completou a saltadora, que tem como melhor marca 13,81 m, obtida na conquista da medalha de prata no Mundial de Tampere, na Finlândia, em 2018.
Jovens talentos em águas americanas
Assim como no atletismo, a natação também tem jovens atletas brasileiros que treinam e estudam nos Estados Unidos em busca de melhores resultados e de condições melhores de vida.
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Foi, voltou, foi de novo, mas teve que voltar outra vez
Iago Moussalem é um deles. O nadador de 21 anos teve sua primeira experiência em solo americano – ou melhor, em águas americanas – em 2017, quando frequentou a Universidade Miami-Ohio. Após um período no Brasil, o atleta do Clube Pinheiros regressou aos EUA, dessa vez para estudar e defender a equipe de natação da Universidade de Indiana. No final do ano passado, o nadador decidiu voltar a treinar nos Estados Unidos e chegou a viajar para o país em janeiro, mas foi obrigado a retornar ao Brasil por conta da pandemia.
A panela promissora do Kentucky
Maria Eduarda Sumida é uma outra jovem nadadora que está desenvolvendo suas habilidades em águas americanas. Em 2019, a atleta do Corinthians foi a única representante da natação brasileira a disputar a Divisão 1 do torneio norte-americano universitário (NCAA). Defendendo a Universidade de Louisville, no Kentucky, a atleta de 20 anos quebrou um recorde brasileiro júnior que pertencia a Joanna Maranhão.
Instruída por Arthur Albiero, o único treinador brasileiro que comanda uma equipe da Divisão I do NCAA, Maria Eduarda receberá companhia de três fortes nomes da nova geração da natação na temporada 2021/22. Fernanda Celidônio, Gustavo Saldo, e Murilo Sartori, estarão no estado americano conhecido pela fabricação do whisky americano conhecido como bourbon. Alguns deles, porém, não possuem os 21 anos necessários para o consumo de álcool nos EUA, e não poderão apreciar a especialidade da casa, entretanto.
+ Para Cielo, Murilo Sartori é o principal beneficiado com adiamento de Tóquio
Em 2019, Celidônio, Saldo e Sartori integraram a Seleção Brasileira que participou do Campeonato Mundial Júnior de natação em Budapeste, na Hungria. Sartori foi bronze nos 200 metros nado livre, Celidônio chegou a semifinal nos 50 metros costas e Saldo terminou em 11º lugar nos 200 borboleta. O trio tem tudo para desenvolver ainda mais nos Estados Unidos e chegar forte em Paris-2024 ou até mesmo em Tóquio
