Apenas um centímetro. Foi essa pequena e justa medida que garantiu Eliane Martins na final do salto em distância do Mundial de Atletismo. Entre 30 participantes, apenas 12 passaram à decisão da medalha, que vai acontecer na sexta-feira. E a brasileira foi exatamente a 12ª. com 6m46, a frente da britânica Shara Proctor, que fez 6m45 e acabou eliminada.
“Primeiro que eu pensei que eu não tinha entrado. Fiquei esperando e quando eu vi meu nome, saí pulando de alegria. É meu terceiro mundial e minha primeira final. Estou confiante de que posso melhorar minha marca neste campeonato”, acredita a atleta, que, no entanto, não gostou muito da prova porque sentiu dificudaldade por causa do frio e da chuva em Londres.
“Eu gostei mais ou menos da prova porque o corpo não tava respondendo. No último salto, o pé estava duro de frio e aabei queimando. Eu ia ficar muito triste se não conseguisse entrar na final”, afirmou.
Quem disputou final nesta quarta-feira foi Geisa Arcanjo no arremesso de peso. Em três arremessos, a brasileira conseguiu 18m03 como melhor resultado e ficou empatada com Yaniuvis López, de Cuba, mas terminou em nono lugar porque o segundo melhor arremesso da rival foi melhor do que o dela. A medalha de ouro na prova foi para a chinesa Lijiao Gong, que marcou 19m94.
“Claro que queria ficar entre as oito. Era o meu objetivo, mas não saio de Londres frustrada porque na qualificação fui a 12ª e na final fui a 9ª”, comentou Geisa. “Tenho certeza que tenho muito o que melhorar, vou em busca de meu recorde pessoal”, completou.
Na qualificação do lançamento do martelo, Allan Wolski e Wagner Domingos não passaram à final de sexta-feira. Os dois terminaram em 12º lugar de seus grupos. O paulistano Allan, do Pinheiros, treinado por Ricardo Barros, obteve a marca de 72,51 m, na terceira tentativa, depois de queimar as duas primeiras. “Foi um experiência muito boa estar pela primeira vez num Mundial e competir diante de um público tão grande. Infelizmente, acertei apenas o último lançamento”, lembrou o lançador.
Já Wagner, conhecido como Montanha, admitiu que errou, preocupado com a chuva. “Minha luva acabou escorregando, coisa que nunca acontece. Infelizmente, não tive uma boa atuação”, comentou o pernambucano, que defende a B3 Atletismo e é orientado por Vladmir Kevo, na Eslovênia, e por Jorge Marcos Rodgerio, no Brasil. Ele conseguiu a marca de 71,69 m.
Semifinal dos 200m
Na rodada desta quinta-feira (dia 10), a Seleção Brasileira terá duas representantes no Campeonato Mundial de Atletismo, em disputa no Estádio Olímpico de Londres. Ambas correrão na fase semifinal dos 200 m, que terá três séries, a partir das 17:05, hora de Brasília (21:05, hora local): Rosangela Santos estará na série 2, com início às 17:14 (21:14), e Vitoria Rosa na série 3, às 17:23 (21:23).
Rosangela, de 26 anos, disputou também os 100 m e foi a sétima na final com 11.06, depois de fazer 11.04 na preliminar e 10.91 na semifinal (recorde sul-americano). Nos 200 m, este ano ela fez 22.95 e seu recorde pessoal é 22.77, de 2015. Ela compete pelo Pinheiros e treina com Eric Francis, no estado norte-americano do Texas.
Na preliminar dos 200 m, ela se qualificou com 23.34. “A Rosangela sentiu dores na perna, em parte, possivelmente, por conta do desgaste da disputa dos 100 m”, afirmou o treinador-chefe, Carlos Cavalheiro, referindo à prova em que a velocista se tornou a primeira brasileira a chegar à final da prova em uma edição do Mundial e também a primeira a correr a prova em menos de 11 segundos. Rosangela será avaliada nesta quarta-feira, porque, além dos 200 m, também está inscrita no revezamento 4×100 m.
Vitoria, de 21 anos, treina com Katsuhico Nakaya e compete pela B3 Atletismo. Ela estabeleceu seus recordes pessoais este ano, com 11.24 nos 100 m e 22.93 nos 200 m. Ela não fez os 100 m e, na preliminar dos 200 m, se qualificou com 23.26. “A Vitoria fez mal a curva na preliminar, isso prejudicou sua performance. Por isso ela saiu triste da prova, embora estivesse qualificada”, explicou o treinador. “Conversamos e esperamos uma boa prova nesta quinta-feira”, completou Nakaya.
