Fabiana Murer é a melhor atleta do salto com vara feminino do Brasil. A ex-atleta participou de três edições dos Jogos Olímpicos e soma em seu currículo quatro medalhas em Mundiais e recordes brasileiros e sul-americanos. Antes da aposentadoria, em 2016, ela construiu uma carreira de 19 anos no atletismo. Além de relembrar as conquistas, a ex-saltadora apontou uma possível sucessora.
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A ex-atleta foi a entrevistada desta segunda-feira (25) no perfil no instagram da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). Fabiana Murer ganhou duas medalhas de ouro em Mundiais, sendo a primeira indoor, em Doha, no Qatar, em 2010, e a segunda ao ar livre, em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011. Ela também foi bronze no indoor em Valência, na Espanha, em 2008, e prata ao ar livre, em Pequim, na China, em 2015.
“A primeira em 2008 foi muito legal e saltei super bem. Foram cinco semanas treinando na Ucrânia para conquistar esse bronze. Isso abriu portas e ficou mais fácil entrar em competições. Comemorei bastante, mas depois já mirei novos objetivos. Na época eu achava que era impossível ganhar da Yelena (Isinbaeva), mas meu técnico falou para acreditar e aproveitar quando ela dessa uma brecha. Em 2010 ela saltou mal e saltei bem e conquistei essa medalha de ouro”, relembrou.
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“Depois do que aconteceu em Pequim em 2008 saí nervosa dizendo que não voltaria mais. Mas, em 2015, voltei e ganhe a medalha de prata. Já em 2011, em Daegu, foi especial e conquistei a única medalha de ouro que o Brasil tem em Mundiais. Sou muito feliz com a minha carreira porque alcancei mais do que esperava”, afirmou Fabiana Murer.
Possível sucessora
Fabiana Murer fez história no salto com vara feminino do Brasil e aposta em Juliana Campos como sua possível sucessora. Quando ainda competia, ela era companheira de treinos da atual tricampeã brasileira da prova. Com 23 anos, Juliana é a brasileira que tem a segunda melhor marca da história do país, com 4,56 m, atrás apenas de Fabiana Murer, que tem 4,85 m.
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“A Juliana é uma atleta que está bem e já saltou 4,56 m, a segunda melhor do Brasil. Ela tem condições de seguir evoluindo. É uma atleta alta e determinada. Torço muito por ela”, disse.
“Ela treinou comigo. Foi legal para ela ter alguém por perto, pois eu não tive quando comecei. Ela teve essa vantagem de ter alguém que pudesse tirar dúvidas e fazer perguntas e, inclusive, usar as varas que eu usava”, acrescentou Fabiana Murer.
Dificuldades olímpicas
Fabiana Murer começou no salto com vara em 1998 e tentou uma vaga para os Jogos Olímpicos de Sidney-2000, primeira vez da modalidade entre as mulheres. Porém, a ex-atleta não conseguiu a vaga e também não foi para Atenas-2004. A primeira Olimpíada foi em Pequim-2008 e, na sequência, participou em Londres-2012 e fechou sua carreira olímpica na Rio-2016. Em 2014, a brasileira fechou o ano como número 1 do ranking.
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“Minha vara não estava ela, tinha voltado para o depósito da vila. Estava faltando justo a segunda vara que precisava para a competição. Depois do incidente de Pequim sempre que mexem nas varas tem alguém do Brasil junto. Eu estava entre as melhores e entrei com muita confiança apesar de ser minha primeira Olimpíada. Acabei saindo frustrada e chateada, mas recebi muito suporte e apoio das pessoas”, contou.
“Em Londres estava bem cotada, havia sido campeã mundial em 2010 e 2011. Cheguei à Olimpíada sem dor e bem treinada. Eu sabia que lá era complicado saltar por causa do tempo. E no dia estava ventando contra e atrapalhou bastante. Saí muito chateada e foi um período bem difícil”, disse.
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“No Rio cheguei líder do ranking, mas me machuquei em um torneio anterior. Fiz uma ressonância e apareceu uma hérnia no pescoço. No dia da prova ainda tentei, mas na hora do salto preciso do braço esquerdo firme e ele falhava”, completou Fabiana Murer.
Top 10 durante metade da carreira
Fabiana Murer conseguiu durante metade de sua carreira ficar entre as 10 melhores do mundo no ranking mundial. Por oito anos, o feito foi ainda maior, já que figurou entre as três melhores. A ex-saltadora também ganhou 14 edições da Diamond League, sendo a campeã da primeira edição, em 2010.
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“É muito difícil chegar entre as melhoras, mas é mais difícil ainda se manter. Tem que ter muita força de vontade e dedicação. Eu me motivava observando as atletas de fora e queria saltar mais que ela. Fazia treinos intensos de 5 a 6 horas por dia em dois períodos. Sempre tinha que buscar objetivos novos para me manter motivada”, afirmou Fabiana Murer.
Fabiana Murer atualmente trabalha como fisioterapeuta da clínica Insport, priorizando atividades de postura e prevenção. A ex-atleta é casada com Elson Miranda, desde 2010, e tem uma filha chamada Manuela, que nasceu em 2017.
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“Ela é muito intensa e adora correr. Nessa pandemia trancada em casa temos que arranjar coisas para fazer com ela. É gostoso, divertido e uma experiência única, mas dá trabalho. Ser atleta era um pouco mais fácil”, concluiu a ex-atleta do salto com vara.