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Atletismo

Alison dos Santos e Petrúcio Ferreira abrem o coração em live

Feras do atletismo, Petrúcio Ferreira, campeão paralímpico, e Alison dos Santos, fênomeno dos 400 m com barreira, conversaram e trocaram experiências

Petrúcio Ferreira e Alison dos Santos, ambos do atletismo
Alison dos Santos e Petrúcio Ferreira (Montagem Olimpíada Todo Dia)

Um só atletismo! Alison dos Santos, atleta dos 400 m com barreiras, e Petrúcio Ferreira, velocista paralímpico, se entrevistaram, bateram papo, deram muita risada e trocaram ideias em live promovida pelo Comitê Olímpico e Comitê Paralímpico Brasileiro.

“Hoje nós que iremos entrevistar”, começou com tudo Petrúcio Ferreira. “Mas você inicia, já que é o mais velho”, devolveu Alison dos Santos, e as gargalhadas já começaram.

Apresentações

Petrúcio Ferreira, 23 anos, é campeão paralímpico (Rio-2016), bicampeão mundial e bicampeão parapan-americano. “Vish, só isso? Nossa, fera demais”, comentou Alison dos Santos, 19 anos, recordista juvenil nos 400 m com barreira e campeão pan-americano. “Você vai longe ainda, está muito novo”, rebate Petrúcio.

Petrúcio Ferreira é o homem mais rápido do atletismo paralímpico e pode competir com atletas convencionais
Petrúcio Ferreira é o homem mais rápido do esporte paralímpico Foto: Divulgação/CPB

“E eu que fiquei sabendo que você é do meu clube (Esporte Clube Pinheiros). Fera demais”, manda Alison. “Pô, pena que eu ainda não te encontrei lá. Mas passando essa quarentena, a gente se encontra”, responde Petrúcio.

Sem intermediador, os dois destaques do atletismo ficaram soltos e trocaram experiências, de forma bem alegre e com uma admiração mútua. “Nesse seu último Mundial, eu estava em casa e consegui assistir sua final. Gosto muito dos 400 m com barreiras, Alison. Estava torcendo por você.”

Alison dos Santos, do atletismo - Foto: Wagner Carmo/CBAt
Alison dos Santos tem apenas 19 anos e já desponta no atletismo nacional – Wagner Carmo/CBAt

“Nossa, eu fico feliz demais. Mas você sabe, né? 400 m dói demais, misericórdia”, disse o jovem atleta. “Eu só imagino, porque nos 100 m já dói”, retrucou Petrúcio.

Perguntas

“Mas me conta aí, o que você faz para se preparar antes das competições”, questionou Alison. “Eu sou muito ansioso, já tive medo dessa minha ansiedade atrapalhar, mas consegui a me controlar. E justamente brincando. Descontrair para me concentrar, assim que eu relaxo. Mas me conta de você”, questionou Petrúcio Ferreira.

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“Cara, eu também me sinto muito ansioso, fico pensando muito na prova, sentindo como será. E se for campeonato grande, aí que eu fico mais ainda. Mas eu não perco a chance de ser brincalhão, para tirar o nervosismo e a ansiedade.”

Os dois também responderam perguntas do público que assistia a live. E a pergunta que mais mexeu com ambos foi sobre qual momento mais difícil na carreira de cada um.

+ “Inspiração é o que o esporte traz”

“Eu acho que foi o Mundial de Doha, foi uma experiência incrível para um juvenil em um mundial adulto. A pressão era grande, tinha os 10 melhores, nível gigantesco, os quatro melhores atletas da histórias estavam lá. Todo mundo cobrava, esperava muito, mas entendemos o momento, e agora é corrigir os erros”, contou Alison dos Santos.

“No meu caso, foi em 2015. Era um ano que eu estava iniciando. Em 2014 eu comecei no atletismo. Tive o Pan de Toronto em 2015 e no mesmo ano tive o primeiro Mundial adulto. E eu era juvenil. Viajei para o Catar, treinei um mês. E, faltando dois dias, fui fazer um treino de bloco, senti a posterior, e fiquei de fora do Mundial”, relatou Petrúcio.

Inspiração

Os dois abriram o coração e se emocionaram falando do carinho dos fãs e da força que eles recebem e retribuem. “É muito bom receber mensagens de fã, isso me anima muito. Saber que tem pessoas se espelhando em você, ficando melhor e sendo uma pessoa melhor é surreal. Porque não adianta crescer sozinho, eu quero chegar no topo, trazendo gente comigo”, conta Alison dos Santos.

“Quando a gente recebe essas mensagens, a gente se motiva mesmo. Mesmo com dificuldades, nós conseguimos abrir o caminho para outras pessoas, o certo e como deve ser essa caminhada. Sofri preconceitos, por ser nordestino e deficiente, mas consegui passar por isso e consegui passar para outras pessoas. Às vezes é chato, mas nunca desanimar”, finaliza Petrúcio Ferreira.

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