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Atletismo

Cancelamentos fazem Ederson Vilela pensar na São Silvestre

Além de reiterar objetivo de buscar índice olímpico para os Jogos de Tóquio, corredor diz querer encerrar jejum brasileiro na tradicional prova de fim de ano

Ederson Vilela
Ederson Vilela foi campeão pan-americano em Lima (Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Nada pode ser mais frustrante para um atleta do que precisar ficar sem competir. A proibição fica ainda mais sentida caso o esportista esteja vivendo um ótimo momento na carreira. Este é o caso do corredor Ederson Vilela.

Medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima no ano passado e vencedor da tradicional Volta da Pampulha, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, o atleta relembra o momento em que percebeu que a temporada iria sofrer um enorme baque por conta da pandemia do coronavírus, e já cita mudanças em seu planejamento por conta da doença.

“Vinha me preparando forte para o mundial de meia-maratona. As primeiras notícias de cancelamento de provas vieram bem em cima da competição. Cheguei a ficar sem acreditar que tudo iria por água abaixo. Iria também para a maratona em Viena, em abril. Assim com toda enxurrada de cancelamentos causada pelo coronavírus, conversei com meu técnico, Cláudio Castilho, e definimos que vou focar na busca do índice nas provas de 10 mil metros”, declarou o corredor em entrevista à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

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Além da mudança no foco olímpico, Ederson Vilela explica que a temporada conturbada por conta das paralisações pode acabar servindo para que o atleta consiga focar de forma diferente para um dos seus grandes objetivos da carreira: encerrar o jejum brasileiro no lugar mais alto do pódio de uma São Silvestre, que vem desde 2010.

“Acho que é uma questão mais de encaixar a prova melhor no calendário. Geralmente, no final do ano, estou passando por um treinamento de base visando à próxima temporada. Os africanos têm a vantagem por treinarem regularmente em locais com mais de 2 mil de altitude. Já faço um trabalho de altitude na Colômbia, mas focando outras provas. É questão de priorizar a São Silvestre. Pode ser que aconteça esse ano por termos ficado boa parte da temporada parado”, explicou Ederson.

Ederson Vilela mira em índice olímpico e São Silvestre
Ouro em Lima, corredor foca em índice olímpico e São Silvestre (Wagner Carmo/CBAt)

Além da São Silvestre, o segundo objetivo atual de Ederson Vilela é garantir o índice olímpico e carimbar a sua vaga para Tóquio no ano que vem. O grande termômetro que o faz estar ainda mais confiante também nesse sonho foi o ótimo resultado obtido em Lima no ano passado, quando completou os 10 mil metros em 28 minutos e 27 segundos, o seu recorde pessoal.

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“A largada foi muito forte, e acabei ficando um pouco para trás. Sabia que a prova seria longa. Fechei os 5 mil em 14min16s, a minha melhor passagem. Isso só aumentou a minha confiança. Mas não mudei a estratégia. Podia ter disparado um pouco antes. Só que decidi esperar os mil metros finais. E deu tudo certo. Só escutava o grito da torcida. Olhava no telão. A certeza da vitória veio nos 50 metros finais. Ai foi só pegar a bandeira e fazer a festa”, relembrou.

Caso Ederson Vilela consiga completar as suas metas traçadas para o futuro próximo, o corredor paulista dará um enorme passo rumo ao seu grande objetivo da carreira. “Sei muito bem o que quero: ser lembrado como um dos grandes fundistas que o Brasil teve. Tenho confiança de que já trilhei um caminho com erros e acertos e sei que posso chegar lá”, completou.

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