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Atletismo

Rodrigo Nascimento: o campeão que não queria correr no sol

O velocista catarinense integrou a equipe da prova dos 4x100m que conquistou a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Revezamento de 2019

Rodrigo Nascimento
Rodrigo Nascimento participou de uma live no instagram da CBAt nesta segunda-feira

Rodrigo Nascimento começou no atletismo nos Jogos Escolares em Santa Catarina, quando também competia em várias modalidades. Se por um lado se destacava nas pistas, por outro não queria perder suas tardes correndo no sol. Ainda garoto, ele queria soltar pipa e jogar futebol na rua. Depois de alguns anos, Rodrigo subiu ao topo de pódio como campeão no Campeonato Mundial de Revezamento, em 2019, no Japão, na prova dos 4x100m, junto com Jorge Vides, Derick Silva e Paulo André de Oliveira.

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“Ganhava as provas no atletismo e me convidavam para treinar, porém, não queria perder minhas tardes correndo no sol. Quando fiz 17 anos não estava mais jogando bola e minha mãe falou para ajudar em casa. Larguei tudo e fui trabalhar de office boy. Por coincidência passava ao lado da pista. Nunca mais havia ido lá, mas um dia meu professor Moser fez a minha cabeça”, disse Rodrigo, citando o técnico Luciano Moser.

“Sempre gostei de desafio e fiz o teste. Ele viu que dava e passei a conciliar estudo, trabalho e treino. Depois de quatro meses deixei o trabalho e continuei no atletismo. Essa foi a melhor decisão que tomei”, completou o velocista em live no instagram atletismo.brasil, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Nascido em Itajaí, Rodrigo competiu como federado pela primeira vez em 2011, quando foi campeão dos Jogos Escolares de Santa Catarina nos 400 metros. Seu primeiro Campeonato Brasileiro foi no mesmo ano e, na época, disputou as provas dos 200 e 400 metros. A mudança para os 100 metros aconteceu posteriormente.

Respeito e título no Mundial de Revezamento de 2019

“Sempre me achei melhor em prova de resistência. Quando comecei dava mais resultados nos 400m e nos 200m. Eu não era tão explosivo e, por estratégia, o Moser me colocou nos 100m porque queria que eu ganhasse mais velocidade para os 400m. Fui melhorando e quem é atletismo sabe que quem faz os 100m depois não quer voltar aos 400m”, comentou o atleta.

Atletismo Rodrigo Campeão Mundial Sol
Rodrigo é integrante do revezamento campeão mundial em 2019 (Wagner Carmo/CBAt)

O ano de 2019 foi especial para Rodrigo. O velocista e seus companheiros de equipe conquistaram resultados expressivos para o Brasil no Campeonato Mundial, disputado em Doha, no Qatar, no Campeonato Mundial de Revezamento, realizado em Yokohama, no Japão, e nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. O time brasileiro foi campeão mundial de revezamento no 4×100, ouro no Pan-Americano e quarto lugar no mundial.

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“Nós fomos com um grupo excelente. Chegamos para competir e na semifinal os caras já começaram a nos olhar de uma forma diferente. Estávamos tranquilos e botamos respeito. Eu estava feliz em competir e entrei na pista sorrindo e olhando para o estádio. Estava leve e querendo curtir. Na final, no outro dia, já nos olhavam de outra forma, tentando nos amedrontar de alguma forma, mas não adiantou”, relembrou Rodrigo.  

Aprendizado no Mundial de Atletismo de 2019

O Brasil subiu ao topo do pódio com a marca de 38.05. O velocista recordou alguns momentos marcantes daquela final. “Foi um momento novo para todo mundo. Na final, na hora da apresentação, nós nos olhamos e dissemos que era nossa hora. Vamos fazer o nosso, curtir a prova e ir para cima, já que a pressão estava com os adversários. Fizemos o nosso melhor e deu certo”, acrescentou o corredor.  

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Rodrigo tirou lições da participação no Mundial de Atletismo, em Doha (Wagner Carmo/CBAt)

No Mundial de Doha, o Brasil ficou em quarto e Rodrigo viveu uma experiência diferente do que havia vivido em 2015, quando foi reserva em seu primeiro Mundial. Além do revezamento, o velocista participou também dos 100 metros. O corredor e seus colegas de equipe tiraram lições dessa competição pensando em eventos futuros como, por exemplo, os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.

“Foi uma experiência única. Que competição espetacular, show, forma de apresentar o atleta, nome na pista e organização. Ficava falando para mim mesmo: não posso viver o show, pois estou aqui dentro e faço parte do show. Entramos focados no que deveríamos fazer. Nós queríamos pegar nossa medalha, mas a final foi muito forte”, afirmou.  

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“Quando acabou a competição vimos que, mesmo correndo um pouco melhor, não daria. Temos que melhorar o nosso individual. Nossa passagem é excelente. Com essa passagem, se todo mundo da equipe correr na faixa dos 9 segundos, não tem como não estar no pódio em uma Olimpíada e meu sonho ser campeão olímpico”, concluiu Rodrigo.  

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