8 5
Siga o OTD

Tóquio 2020

Raíssa Machado mantém foco no índice para Tóquio e elogia CPB

Depois de ficar em sexto na Rio 2016, Raíssa Machado quer escrever uma história mais feliz no Japão

Raíssa Machado - Lançamento de Dardo - Paralimpíadas - Tóquio - Coronavírus
Raíssa Machado ficou em sexto na Rio 2016 (Wagner Carmo/Exemplus/CPB/arquivo)

Raíssa Machado quer fazer diferente. Em 2016, a baiana, com então 20 anos, realizou um sonho e representou o Brasil no lançamento de dardo nos Jogos Paralímpicos de 2016. Na ocasião, porém, acabou não conquistando nenhuma medalha e o sonho virou pesadelo. Agora, ela quer deixar essa página para trás e escrever um novo capítulo nas Paralimpíadas de Tóquio.

O ano passado foi especial para Raíssa. Ela trouxe para casa a medalha de ouro do lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, e se tornou recordista das Américas. Na sequência, apesar de ter sofrido uma lesão, foi ao Mundial de Atletismo em Doha, no Catar, conquistou o bronze e fechou 2019 como líder do ranking da classe F56.

+De monstro a deusa: conheça a história de Raíssa Machado

Raíssa foi ouro no Parapan de Lima no ano passado (Facebok/raissarochamachado)

Mas depois de tudo isso, nada de descanso. Raíssa já tinha um novo foco. “O ano passado para mim foi muito bom, não posso reclamar. “Depois do Mundial, nosso objetivo já era Tóquio. Eu ainda não tenho o índice e esse é o meu foco total agora”, contou em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

Os planos, porém, foram atrapalhados pela pandemia de coronavírus. Alternando entre Uberaba, onde morou a maior parte de sua vida com a mãe, e São Paulo, onde mora e treina hoje, Raíssa tenta adaptar os treinamentos como dá.

“O foco continua, independente da quarentena. Estou fazendo meus treinos adaptados, mas infelizmente não é mesma coisa. Eu não tenho praticamente nada em Uberaba, peguei alguns pesos emprestados. Meu treinador, o João Paulo, está me dando toda a assistência, acompanhando meus treinos. Mas é com pouco que a gente consegue”.

Pouco especialmente na comparação com a estrutura do Centro de Treinamentos Paralímpico em São Paulo, onde Raíssa treina desde 2017. E a baiana aproveitou para elogiar o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

“Nunca imaginei treinar em um lugar tão top, tão massa. A gente tem toda a estrutura lá. O CPB está de parabéns. Eles estão dando uma assistência muita grande para nós atletas de alto rendimento, mas também está começando a desenvolver a base, com as crianças. Eu vejo muitas mães no CT falando que a melhor coisa que aconteceu na vida delas e dos filhos foram as aulas que têm lá. É muito importante, porque eu não tive isso, e hoje o CPB pode proporcionar isso para várias famílias. É um incentivo muito grande para nós e para os futuros atletas”.

Raíssa vinha treinando bem, de segunda a sexta, e já não sentia mais dores no ombro direito, o qual ela usa no lançamento do dardo. A paralisação do esporte mundial e o adiamento das Paralímpiadas de Tóquio por causa do coronavírus foram motivo de frustração, mas ela entende a necessidade atual de cuidar da saúde.

“Eu tinha quase certeza de que ia conseguir o índice. Mas infelizmente foi tudo adiado por causa do coronavírus. Eu fiquei muito triste, muito abalada, porque só a gente sabe da nossa luta para conquistar uma marca. Mas agora a gente tem que pensar no mundo todo, cuidar da nossa saúde, das nossas vidas. E depois a gente volta com tudo. Nem que seja do zero, a gente vai voltar a treinar e o foco continua o mesmo”, destacou.

+ SIGA O OTD NO FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER E YOUTUBE

Apesar de não saber quando poderá voltar a competir e lançar seu dardo novamente, de uma coisa Raíssa sabe: ela quer a medalha em Tóquio. Mas não faz promessas.

“Eu quero fazer diferente. Nos Jogos do Rio não peguei nenhuma medalha, fiquei em sexto. Então vou lutar muito para conseguir essa vaga e quando eu chegar lá, eu quero trazer uma medalha, independente da cor. Eu não posso dizer que eu vou trazer o ouro, porque eu não sei o que pode acontecer. Tudo pode acontecer em uma prova. Mas eu quero conquistar essa medalha, porque isso é muito importante para nós atletas e para mim como pessoa, para eu saber que eu sou capaz”, concluiu.

Mais em Tóquio 2020