A medalha de ouro conquistada há pouco pela paulista Maurren Maggi no salto em distância traz uma história repleta de drama, frustração, superação e emoção.
Em 2003, quando vivia talvez a melhor fase de sua carreira, Maurren teve um exame de doping positivo, ocasionado segundo a saltadora por causa de um creme depilatório.
Afastada das pistas por dois anos, Maurren simplesmente abandonou a carreira e foi viver com o ex-piloto de F-1, Antonio Pizzonia, com quem teve a filha Sofia.
Em 2005, já separada de Pizzonia, Maurren foi retomando aos poucos sua carreira, sempre treinada pelo competente Nélio Moura. No ano seguinte, conseguiu por duas vezes a respeitável marca de 6m84, marca que no ano passado, no Mundial de Osaka, chegou a 6m95.
Neste ano, no Mundial Indoor, em Valencia (Esp), ela ficou com a prata, saltando 6m89.
Nesta sexta-feira histórica, Maurren atingiu um impressionante 7m04, logo em sua primeira tentativa na final do salto em distância. E a medida que as rivais não conseguiam alcançá-la, a medalha ficava cada vez mais próxima.
Até que a russa Tatyana Lebedeva, campeã olímpica de Atenas, fez 7m03 em seu último salto, garantindo a vitória para a brasileira.
Maurren tornou-se assim a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro individual na história olímpica. E o atletismo voltou a festejar uma vitória depois de 24 anos, desde a conquista de Joaquim Cruz nos 800m, em Los Angeles-1984.
Foto: Divulgação/Iaaf