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Atletismo

Lógica com finais opostos na Corrida de São Silvestre

Queniano Kibiwott Kandie venceu a São Silvestre em final emocionante. No feminino, sua compatriota Brigid Kosgei passeou em São Paulo

Kibiwott Kandie supera Jacob Kiplimo no fim da Corrida de São Silvestre masculina
Na última passada (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Deu lógica na 95ª Corrida de São Silvestre, mas de maneiras bem opostas. A tradicional prova de atletismo disputada no último dia do ano pelas ruas da cidade de São Paulo terminou com os favoritos quenianos levando o título. Mas enquanto no feminino Brigid Kosgei sobrou desde o início, entre os homens Kibiwott Kandie venceu literalmente na última passada.

Os melhores brasileiros foram Graziela Zarri, em 10º com o tempo de 54min56, e Daniel Ferreira do Nascimento, 11º com 46min32s.

Brigid Kosgei vence a Corrida de São Silvestre feminina
Brigid Kosgei depois do “rolezim” por São Paulo (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Glória na última passada

No masculino a prova parecia definida quando o ugandense Jacob Kiplimo entrou sozinho na Avenida Paulista, firme na liderança, para os últimos metros da São Silvestre.

Vinha com controle da corrida, em passadas firmes. Ao fundo, porém começava a crescer a figura do então segundo colocado Kibiwott Kandie.

Conforme eles vinham se aproximando da chegada, Kiplimo seguia em velocidade de cruzeiro e, aos 19 anos, não se deu conta que começava a ser realmente ameaçado. Nos últimos metros, Kandie acelerou e surpreendeu o ugandense na última passada.

Ele precisou até desviar com os ombros do líder para conseguir passar pelo estreito corredor em que estava a faixa.

“Eu nunca desisti, apenas segui correndo, correndo, acelerando e acreditei até o final”, disse o campeão para a TV Globo após cruzar a linha de chegada.

Como se fosse pouco, Kibiwott Kandie cravou 42min59, o primeiro na história a baixar dos 43 minutos depois que a prova passou a ter 15 quilômetros, em 1991.

Ele melhorou em treze segundos o recorde de ninguém menos que Paul Tergat, também do Quênia, que marcou 43s12 em 1995, ano que conquistou a primeira de suas cinco vitórias na história da Corrida de São Silvestre.

Além disso, retomou para o Quênia o título da prova, que ficou com a Etiópia nas três edições anteriores. O último atleta queinano a vencer havia sido Stanley Biwott, em 2015.

Jacob Kiplimo, que poderia ser o primeiro ugandense campeão, marcou 43min cravados e Titus Ekiru, do Quênia, ficou em terceiro com 43m54s na última prova de atletismo do ano no Brasil.

Rolezim pelo centro

No feminino, Brigid Kosgei destacou-se do pelotão ainda nos primeiros quilômetros e sumiu. Ainda na Avenida Pacaembu, correndo com média de velocidade próxima a 20 quilômetros por hora, ela já abria cerca de 100 metros para a segunda colocada.

Dali em diante, foi só apreciar o belo centro histórico da capital paulista até cruzar a linha de chegada. Cravou 48min56 em sua primeira participação na Corrida de São Silvestre, terceiro melhor tempo da história depois que a prova passou a ter 15 quilômetros, em 1991.

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O recorde é de 48m35s e pertence a Jemina Sumgong, marcado em 2016. O segundo melhor tempo é de Priscah Jeptoo, com 48min48 em 2011. As duas também são quenianas.

Em segundo lugar chegou Sheila Chelangat, do Bahrein, com o tempo de 50min10, seguida pela etíope Tisadk Nigus com 50min12s.

Brigid Kosgei é ninguém menos do que a atual recordista mundial da maratona, com 2h14min04, tempo obtido em Chicago em outubro deste ano. Poucos meses antes, em abril, ela se tornou aos 25 anos a vencedora mais jovem da Maratona de Londres.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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