Deu lógica na 95ª Corrida de São Silvestre, mas de maneiras bem opostas. A tradicional prova de atletismo disputada no último dia do ano pelas ruas da cidade de São Paulo terminou com os favoritos quenianos levando o título. Mas enquanto no feminino Brigid Kosgei sobrou desde o início, entre os homens Kibiwott Kandie venceu literalmente na última passada.
Os melhores brasileiros foram Graziela Zarri, em 10º com o tempo de 54min56, e Daniel Ferreira do Nascimento, 11º com 46min32s.
Glória na última passada
No masculino a prova parecia definida quando o ugandense Jacob Kiplimo entrou sozinho na Avenida Paulista, firme na liderança, para os últimos metros da São Silvestre.
Vinha com controle da corrida, em passadas firmes. Ao fundo, porém começava a crescer a figura do então segundo colocado Kibiwott Kandie.
Conforme eles vinham se aproximando da chegada, Kiplimo seguia em velocidade de cruzeiro e, aos 19 anos, não se deu conta que começava a ser realmente ameaçado. Nos últimos metros, Kandie acelerou e surpreendeu o ugandense na última passada.
Ele precisou até desviar com os ombros do líder para conseguir passar pelo estreito corredor em que estava a faixa.
ESPETACULAR A CHEGADA DO MASCULINO!!!
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Kibiwott Kandie, atleta do Quênia, É O CAMPEÃO da #SaoSilvestre2019!! pic.twitter.com/CxAC9JTXKN
“Eu nunca desisti, apenas segui correndo, correndo, acelerando e acreditei até o final”, disse o campeão para a TV Globo após cruzar a linha de chegada.
Como se fosse pouco, Kibiwott Kandie cravou 42min59, o primeiro na história a baixar dos 43 minutos depois que a prova passou a ter 15 quilômetros, em 1991.
Ele melhorou em treze segundos o recorde de ninguém menos que Paul Tergat, também do Quênia, que marcou 43s12 em 1995, ano que conquistou a primeira de suas cinco vitórias na história da Corrida de São Silvestre.
Além disso, retomou para o Quênia o título da prova, que ficou com a Etiópia nas três edições anteriores. O último atleta queinano a vencer havia sido Stanley Biwott, em 2015.
Jacob Kiplimo, que poderia ser o primeiro ugandense campeão, marcou 43min cravados e Titus Ekiru, do Quênia, ficou em terceiro com 43m54s na última prova de atletismo do ano no Brasil.
Rolezim pelo centro
No feminino, Brigid Kosgei destacou-se do pelotão ainda nos primeiros quilômetros e sumiu. Ainda na Avenida Pacaembu, correndo com média de velocidade próxima a 20 quilômetros por hora, ela já abria cerca de 100 metros para a segunda colocada.
CAMPEÃ!! 🏅
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A QUENIANA @brigidkosgei cruza a linha de chegada e vence a #SaoSilvestre2019! pic.twitter.com/gJMaBWmsr1
Dali em diante, foi só apreciar o belo centro histórico da capital paulista até cruzar a linha de chegada. Cravou 48min56 em sua primeira participação na Corrida de São Silvestre, terceiro melhor tempo da história depois que a prova passou a ter 15 quilômetros, em 1991.
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O recorde é de 48m35s e pertence a Jemina Sumgong, marcado em 2016. O segundo melhor tempo é de Priscah Jeptoo, com 48min48 em 2011. As duas também são quenianas.
Em segundo lugar chegou Sheila Chelangat, do Bahrein, com o tempo de 50min10, seguida pela etíope Tisadk Nigus com 50min12s.
Brigid Kosgei é ninguém menos do que a atual recordista mundial da maratona, com 2h14min04, tempo obtido em Chicago em outubro deste ano. Poucos meses antes, em abril, ela se tornou aos 25 anos a vencedora mais jovem da Maratona de Londres.