O terceiro dia do Brasil no Mundial de Atletismo de Doha foi discreto, com dois resultados a se comemorar neste domingo (29). O revezamento 4x400m misto garantiu vaga em Tóquio 2020 e Erica Sena terminou a prova dos 20km da marcha atlética em quarto lugar.
No revezamento misto, o time brasileiro fechou a final em oitavo com 3min16s22. Correram, pela ordem, Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Geisa Coutinho e Alexandre Russo.
Mesmo assim, o grupo comemorou principalmente a conquista da vaga olímpica para os Jogos de Tóquio 2020. “O bom é que o nosso revezamento vem crescendo e a tática a gente adquire com campings, treinamentos. O objetivo aqui foi cumprido, que era classificar a equipe para os Jogos Olímpicos e conseguimos”, afirmou Geisa Coutinho.
“Cumprimos o objetivo de classificar para os Jogos Olímpicos. As principais equipes fazem isso e parece uma tática certeira correr com homem, mulher, mulher, homem e provavelmente vamos manter isso”, observou Alexander Russo. “Temos condições totais de correr ainda mais rápido, perto de 3:15, 3:14 para os Jogos Olímpicos”, acrescentou.
Os Estados Unidos levaram a medalha de ouro no 4×400 m misto com recorde mundial, em 3:09.34, a Jamaica ganhou a prata (3:11.78) e o Bahrein o bronze (3:11.82).
Erica Sena bem que tentou, mas não conseguiu quebrar a superioridade chinesa na prova dos 20km da marcha atlética. Os três primeiros lugares foram da China. A brasileira concluiu a prova em 1:33:36.
A prova, que começou a um minuto para a meia noite local, foi realizada num circuito montado em Corniche, região turística de Doha, à beira mar no golfo pérsico, com temperatura de 32 graus (sensação de 37) e umidade de 75.2.
A brasileira Viviane Lyra (FECAM) foi desqualificada, após advertências da arbitragem.
O pódio teve as chinesas Hong Liu (1:32:53) com o ouro, Shemjiie Qieyang (1:33.10) com a prata e Liujing Yang (1:33:17) com o bronze.
“Faltou um pouquinho para eu ganhar uma medalha para o Brasil”, disse a brasileira, que ficou a 29 segundos do bronze. “É a segunda vez que isso acontece. E estou fazendo tudo o que tenho de fazer”, disse Erica, que também foi quarta colocada no Mundial de Londres, em 2017.
Erica (Orcampi), que treina com o marido e técnico Andrés Chocho, em Cuenca, no Equador, comentou que a prova foi diferente do que imaginou. Começou muito lenta, mas as chinesas aceleraram muito, “do nada”.
“Muito lenta no início – na verdade, estava todo mundo muito assustado com o clima, depois dos 50 km da véspera. Mas a partir da metade eu me desesperei porque sabia que elas iriam acelerar muito”, observou. “Tentei acelerar para manter o ritmo. Não dá para ir para a frente sozinha nessas provas e, no fim, tive de fazer a estratégia delas (chinesas) também.”
Erica passou em 4º no km 5, em 7º no km 10 e em 4º no km 15, colada nas chinesas. Mas nas últimas voltas Hong Liu disparou e abriu vantagem e as outras duas atletas da China mantiveram suas posições. “Eu estava muito bem nos primeiros 12, 13 km, mas começou a apertar muito e a perna já não respondia, começou a pesar, tentei continuar brigando, brigando… O tempo daqui realmente foi o fator preponderante para tornar essa prova diferente.”
Aldemir Júnior passou em quarto na sua bateria, com o tempo de 20s44. Passeavam para a semifinal os três primeiros de cada uma das sete baterias, mais os três melhores tempos dos restantes. O tempo de Aldemir foi o quarto melhor, mas Andre Ewers, o terceiro melhor, tinha sido desclassificado por ter pisado na linha que demarca a raia de corrida, na curva para a reta de chegada. Com isso, Aldemir estava na semifinal, mas a decisão foi revista.
Paulo André também correu as eliminatórias dos 200 metros rasos, mas foi eliminado com o tempo de 20s75. Foi o quinto na sua bateria.
Além deles, Almir dos Santos disputou a final do salto triplo e ficou com a 12ª colocação, saltando 15m01.