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Atletismo

Brasileiros testam estádio climatizado do Mundial de Doha

Dos 44 convocados 34 já estão na capital do Catar preparados para a mais importante competição do atletismo de 2019

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(Wagner Carmo/CBAt)

Dos 44 atletas convocados Campeonato Mundial de Atletismo de Doha, 34 já estão no Ezdan Hotel, na capital do Catar, a espera do início da competição, marcado para esta sexta-feira (27), a partir das 10:30 de Brasília, no Estádio Internacional Khalifa. Os 10 restantes chegam até segunda-feira (30).

Todos estão treinando. Até terça-feira, a preparação era feita exclusivamente no Qatar Sports Club. Nesta quarta-feira, dois atletas – os velocistas Paulo André Camilo e Vitor Hugo dos Santos – optaram por conhecer o estádio oficial de competição, como parte do regulamento do Mundial de Atletismo, que prevê 1:15 hora de atividades leves na pista do estádio.

“Muito legal, a pista é boa e não está calor”, disse Paulo André, tricampeão brasileiro dos 100 m.” Acostumado a treinar com muito calor às 19:30, ele também gostou do ar condicionado do estádio. “É muito bom, não é?, comentou Vitor, que estava acompanhado do técnico Victor Fernandes. Também foram ao estádio o técnicos Felipe de Siqueira e o norte-americano Loren Seagreave, do COB.

Construído em 1976 e reformado para a Copa do Mundo Fifa 2022, o Khalifa tem capacidade para 40 mil espectadores e conta com uma área VIP exclusiva para a família real do Catar. O que chama a atenção, porém, é o inovador sistema de refrigeração para uma instalação que não possui teto retrátil. O estádio foi reinaugurado em 2017, após receber melhorias que custaram o equivalente a R$ 300 milhões.

“Eles usaram todo esse dinheiro para viabilizar a competição e já pensando no futebol criaram uma maneira de resfriamento muito especial. Hoje (quarta-feira, 25/9), estava 40 graus ao ar livre e no estádio não passava dos 20, às 14 horas local. Construíram um túnel que leva os atletas da pista de aquecimento diretamente para o estádio, também totalmente ventilado”, lembrou o técnico Carlos Alberto Cavalheiro, que trabalhou quase 10 anos no Catar (de 2005 a 2015). “Eles investem há tempos no atletismo e, quando saí daqui, o Mundial estava quase certo.”

Cavalheiro, ex-treinador do velocista Robson Caetano e do maratonista Ronaldo da Costa, entre muitos outros, está satisfeito com a preparação dos atletas da Seleção do Brasil em Doha. “Temos uma pista à disposição das 17:30 às 22:30 há 10 minutos do hotel. Quem passa mais apertado é o pessoal da marcha e da maratona que treina em percurso de rua, após às 23 horas, mais próximo do horário da competição. Sem dúvida, sem o resfriamento do estádio, eles terão a performance prejudicada”, concluiu o treinador.

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Antidopagem

Além dos treinos, outra atividade que tem movimentado o Mundial de Atletismo são os testes pré-competição, principalmente os de sangue para a formação do passaporte biológico do atleta para ajudar a detectar no futuro o uso substâncias proibidas, como esteróides, EPO ou hormônio de crescimento humano (hGH).

Segundo a Unidade de Integridade de Atletismo (AIU), em parceria com o Comitê Organizador Local, a Comissão Antidopagem do Qatar (QADC) e a IAAF, pelos menos 700 amostras de sangue serão coletadas até esta quinta-feira (26/9). “Acompanhei, até esta quarta-feira, seis atletas brasileiros na coleta de sangue”, disse o médico André Guerreiro, da Seleção.

Durante os 10 dias de campeonato, estão previstos 500 testes antidopagem (urina). Numa decisão inédita, os exames dos atletas do Catar serão realizados em laboratório no exterior, a fim de evitar possíveis conflitos de interesse. A política continuará nas edições futuras do Campeonato Mundial.

“O Campeonato Mundial de Atletismo da IAAF é um dos maiores eventos esportivos do mundo e é responsabilidade da AIU garantir um jogo justo”, disse David Howman, presidente da AIU. “Transferir amostras de atletas do país anfitrião para outro laboratório, credenciado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) é uma medida proativa para evitar qualquer percepção de conflito. A confiança do público na integridade de um evento esportivo é fundamental e não queremos deixar pedra sobre pedra para garantir que isso seja alcançado no maior evento de atletismo.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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