Dos três brasileiros que disputaram neste sábado a maratona, Valdilene dos Santos Silva foi quem teve o melhor desempenho. Ela terminou em sexto lugar, enquanto a compatriota Adriana Hessel cruzou a linha de chegada em oitavo e, no masculino, Wellington Bezerra terminou na décima colocação. Apesar de não ter ficado satisfeita com o resultado, a atleta de 27 anos mostrou resiliência ao ver os aspectos postivos de sua participação e também sonhar com voos ainda mais altos.
“Gostaria muito de ter trazido uma medalha para o Brasil por conta da tradição das duas últimas edições, da Adriana (Silva) ter trazido a medalha de ouro para o Brasil. Essa era a minha grande expectativa. Então, não saio tão satisfeita. Mas o que vale é a experiência. Eu me senti muito bem de estar aqui representando o Brasil. Para mim, como atleta, participar de um Pan é um caminho para ir para os Jogoso Olimpicos. Sou nova na maratona. Então, é trabalhar para poder representar o Brasil melhor nas próximas edições”, afirmou Valdilene logo depois da prova.
“Eu antecipei a minha estreia na maratona. Essa foi apenas a minha quinta maratona. Eu estreei em 2017 justamente para poder representar o Brasil por conta da tradição de ter mais chance de conquistar uma vaga pan-americana e olímpica na maratona”, explica a atleta, que antes competia nos 10 mil metros rasos e nos 3 mil metros com obstáculos, e que agora só tem uma certeza: “Vamos para Tóquio! Com certeza! Pode acreditar! Vamos para Tóquio”. Pelo menos, vai ser este o objetivo dela a partir de agora.
A prova
Sobre a prova deste sábado, Valdilene disse que sabia que seria muito difícil conseguir uma medalha por conta do nível das concorrentes. “Nós fizemos uma preparação muito forte para o Pan, sabendo que o nível técnico seria muito forte comparado com as últimas edições. Então, pra gente conquistar uma medalha, a gente teria que correr próximo da nossa melhor marca ou melhorando a nossa melhor marca porque tanto a peruana como a americana e as mexicanas tinham tempo muito forte em relação ao nosso”, explicou.
Por conta disso, as duas brasileiras adotaram a estratégia de apertar o ritmo no começo, mas não conseguiram acompanhar as líderes até o final. “Era uma estratégia dar tudo no início da prova para andar junto com elas e não perder contato. Mas, diferente das últimas edições, esse modelo de prova com várias voltas, dificulta muito você dosar o ritmo. Então, todo momento tem um fartlek. Toda hora a gente tinha que fazer fortlek para se manter junto delas. E, para mim, quando chegou à metade, em que a peruana tem uma característica de sair mais forte, eu tentei acompanhar, mas o ritmo que ela impôs não estava dentro do planejado e eu acabei sentindo na metade da prova e, no final, não consegui manter o ritmo”, analisou.