Menos de 24 horas depois de ter batido três vezes o recorde sul-americano do arremesso do peso, vencido pela primeira vez uma etapa de Liga Mundial de Atletismo e de ter entrado de vez no grupo dos maiores atletas da especialidade, o brasileiro Darlan Romani ainda não tem noção da façanha que alcançou no Cobb Track and Angell Field Stadium, da Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia, Estados Unidos.
Darlan entrou para o seleto grupo de atletas do mundo que lançam acima de 22 metros no arremesso do peso. “Foi mais uma etapa avançada. Obrigado ao técnico Justo Navarro e a todos que torcem por mim. Foi um dia histórico e eu não tenho palavras”, escreveu em seu Instagram.
Darlan (Pinheiros) venceu a sétima etapa da Liga Diamante 2019, a Prefontaine Classic, com a marca de 22,61 m, neste domingo (30/6). Ele fez quatro lançamentos acima dos 22 metros e melhorou o seu próprio recorde continental em 61 centímetros (era 22,00 m desde 15/9/2018).
“Mais um degrau alcançado e agora seguimos mais firme ainda. Vamos em frente para mais batalhas”, disse Darlan, que viaja nesta segunda-feira (1/7) de volta para León, na Espanha, onde participa de um Camping Internacional de Treinamentos e Competições de Arremesso e Lançamento até o dia 3 de agosto. No domingo (7/7), tem mais uma competição na Polônia.
Da Espanha, o brasileiro segue direto para Lima, no Peru, onde participa dos Jogos Pan-Americanos, de 26 de julho a 11 de agosto – o atletismo em pista será na segunda semana do calendário de competições. Depois tem o Mundial de Doha, no Catar, de 27 de setembro a 6 de outubro, e o Mundial Militar de Wuhan, na China, em outubro.
A atuação espetacular de Darlan, que venceu o campeão olímpico norte-americano Ryan Crouser, segundo colocado, com 22,17 m, e o campeão mundial neozelandês Tom Walsh, terceiro, com 21,76 m, mereceu repercussão internacional.
Afinal, a marca de 22,61 m é a décima melhor da história no Ranking de todos os tempos e a segunda melhor de 2019 (a primeira é justamente de 22,74 m de Ryan Crouser).
A IAAF registrou a vitória do catarinense de Concórdia, de 28 anos, em seu site, em artigo assinado pelo jornalista Brian Russell. A matéria completa pode ser lida em inglês no endereço:
https://www.iaaf.org/news/report/prefontaine-classic-stanford-2019-diamond-lea3
A Confederação Sul-Americana de Atletismo (CONSUDATLE) também escreveu um grande artigo sobre os resultados de Darlan. O jornalista e estatístico argentino Luís Vinker registrou a declaração de Darlan. “O sonho de todo o atleta é uma medalha olímpica e uma ganha em Mundial. Todos batalhamos para isso”, lembrou Vinker, para completar com suas palavras “Doha 2019 é o imediato, Tóquio 2020 é o futuro.”
A reportagem em espanhol pode ser acompanhada no link: https://consudatle.org/la-explosion-de-darlan-romani/
A grande repercussão do resultado de Darlan não é à toa. Com os 22,61 m de domingo, Darlan – que estava na final da prova – teria sido campeão olímpico no Rio 2016 (Crouser venceu com 22,52 m) e nas últimas Olimpíadas, assim como nos últimos Mundiais. A do Prefontaine Classic foi a primeira medalha de ouro de Darlan na Liga Diamante. Antes, ele havia obtido duas terceiras colocações, nas etapas de Doha (21,60 m) e Roma (21,68 m) este ano.
No ano passado, o catarinense de Concórdia, nascido no dia 4 de abril de 1991, casado com Sara, ex-atleta do salto com vara, e pai de Alice, de 4 anos, já havia conquistado um título extremamente relevante, quando venceu a Copa Intercontinental da IAAF, disputada em Ostrava, na República Tcheca, pela equipe das Américas.
Na oportunidade, Tom Wash e Ryan Crouser fizeram questão de abraçar Darlan. “Disseram que eu merecia a medalha de ouro pelo que tinha feito em toda a temporada”, contou o arremessador, membro da confraria dos melhores e mais respeitados da especialidade.