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Atletismo

Na cola de Thiago Braz, Augusto Dutra tenta vaga no Mundial

Dez centímetros separam Augusto Dutra do índice para o Mundial no salto com vara e ele espera consegui-lo neste fim de semana durante a disputa do Troféu Brasil. No último sábado (03), no Grande Prêmio Brasil de Atletismo, ele roubou os holofotes na prova mais esperada pela presença de Thiago Braz. Enquanto o medalhista olímpico conseguiu saltar até 5,40m e ficar com a segunda colocação, Augusto fez seu melhor resultado em 2017 e ficou com o primeiro lugar com a marca de 5,60m.

Além da mesma modalidade, Augusto (26) e Thiago (23) tem muito em comum. Os dois atletas são de Marília, interior do estado de São Paulo. “Ele saiu de Marília junto comigo, na verdade eu sai primeiro, ele seguiu os meus passos. Agora, ele foi campeão olímpico e eu quero seguir os passos dele. É uma troca ali,” confessa. Com o primeiro lugar no reencontro dos amigos após a Rio 2016, Dutra se prepara já para o segundo, no Troféu Brasil, que acontece na próxima semana em São Bernado do Campo: “Espero que ele consiga encaixar o salto, porque eu quero estar saltando com ele nas alturas maiores aí”, revela.

Há um ano perdido na parte técnica do treinamento, Augusto até o começo desse ciclo estava sem clube, quando fechou contrato com a Orcamp Unimed e preferiu tentar algo novo e teve apoio da Confederação Brasileira de Atletismo. Decidiu trocar de treinador e, hoje, está nos Estados Unidos, treinando com João Gabriel: “Ele foi saltador com vara também e ele sabe o que acontece no salto, toda a sensação. Infelizmente ele estava tentando o índice pras Olimpíadas no ano passado e quebrou o pé, parou a carreira como atleta. Nisso ele já tinha estudado, então ele já tava começando a dar alguns treinos e aí eu falei: acho que eu e o João vamos nos dar bem. E está dando certo, estamos progredindo, estamos caminhando”, disse.

Augusto Dutra colheu o primeiro bom resultado do ciclo olímpico ‘contra tudo e contra todos’. Quando esteve sem clube, também ficou sem as varas. A CBAt concedeu o material de trabalho pro atleta, mas que justamente para a competição acabou extraviado. “Como eu estava treinando em Fenix (nos Estados Unidos), eu tive que ir pra Dallas pra voltar para o Brasil. Ia pra Dallas e de Dallas ia pra São Paulo, só que perdi o voo em Dallas e tive que vir pro Peru e depois eu vim pro Brasil, nove horas a mais ali de viagem. Só que daí as varas nisso foram pra Miami um caminho totalmente nada a ver”, afirmou.

Sem saber ao certo o paradeiro do material – que provavelmente está na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, Augusto Dutra pegou o material emprestado para saltar no Grande Prêmio Brasil de Atletismo. “Tem que ter a cabeça boa, porque você está acostumado a trabalhar com um equipamento aí você tem que pegar um equipamento que não está, do outro. É uma coisa nova. Tem que pensar bastante, tem que ter um preparo mental ali na hora e pensar: ‘é a mesma coisa, vamos lá, vamos saltar’, isso que eu pensei na hora,” revela.

Augusto Dutra afirmou se inspirar em Braz e sonhar com medalha olímpica, mas hoje tem como meta o índice, os 5,70 e 5,80m. Quem sabe arriscar uns 6m? Independente de qualquer coisa, o objetivo é claro: “Se eu conseguir o índice… Se não. Quando eu conseguir e chegar o índice pro mundial, eu salte essa marca no mundial, da pra conseguir alguma medalha. Esse é meu objetivo”, conclui.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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