O Brasil surpreendeu os Estados Unidos e venceu os 4x100m masculino no Campeonato Mundial de Revezamentos, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão. O quarteto brasileiro cravou 38s05 neste domingo (12), no melhor tempo do ano para a prova.
Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick Souza e Paulo André de Oliveira conquistam título inédito de forma emocionante. Superaram os Estados Unidos, que tiveram Michael Rodgers, Justin Gatlin, Isiah Young e Noah Lyles – todos atletas com tempos abaixo dos 10s.
Após transições quase perfeitas entre as quatro pernas, Paulo André chegou nos últimos 100 metros com força. Ele assumiu a ponta, abriu distância e conseguiu manter a ponta até o final, apesar do fechamento forte dos Estados Unidos (assista abaixo). No final, o Brasil chegou 0,02s à frente. Em terceiro lugar ficou o time da Grã-Bretanha, com 38s15.
Fantastic scenes to close the night in Yokohama as Brazil’s men win the 4x100m in style 😎🇧🇷#IAAFWorldRelays pic.twitter.com/g37FqKmRRU
— IAAF (@iaaforg) 12 de maio de 2019
Os quatro atletas, com bandeiras do Brasil, comemoraram muito a conquista na pista do Estádio Internacional de Yokohama, o mesmo que foi sede de outra conquista: o pentacampeonato mundial de futebol de 2002.
“Somos campeões mundiais”, vibrou Paulo André, de 20 anos, em entrevista para o SporTv logo após a prova. “Estamos muito felizes, muito felizes mesmo. A gente treinou, passou muito tempo fora de casa. A gente é campeão mundial e ninguém tira isso da gente”, continuou.
“Viemos aqui para buscar a vaga e conseguimos sair com o título mundial. Falo para todos: depositamos nossa confiança em Deus e deu tudo certo”, completou, referindo ao Mundial de Doha, no final de setembro e começo de outubro.
Derick, também de 20 anos, destacou a troca de bastão “A parte técnica foi boa, muito boa. Nós vimos o vídeo da qualificação e acertamos os detalhes que faltavam e conseguimos ficar com o título. Agora é trabalhar para baixar os tempos individuais mais ainda”.
Jorge, de 26, agradeceu ao treinador. “A gente tem um grupo muito qualificado e tudo graças à confiança que a Seleção teve em nós e ele (o técnico Felipe de Siqueira) depositou em nós. Ele é o cara!”, concluiu, seguido do coro: “Felipão, Felipão, Felipão”, feito pelos atletas.
Já Rodrigo, de 24, fez questão de mandar um recado. “Hoje é Dia das Mães no Brasil e quero agradecer a todas as mães por torcer pela gente. Feliz Dia da Mães”, afirmou.
A vaga no Campeonato Mundial de Doha de atletismo veio na eliminatória de sábado (11). O time brasileiro fez o segundo tempo entre as três baterias com 38s22. Só foi superado pela Grã-Bretanha, que fez 38s11, a melhor marca da temporada até o Brasil baixar para os 38s05 deste domingo.
Time feminino no Mundial de Revezamentos
O time feminino do revezamento 4x100m também disputou a final e chegou perto da medalha. Acabou na quarta colocação com 43s75, somente sete centésimos atrás da Alemanha (43s68). Os Estados Unidos venceram com 43s27 e a Jamaica ficou em segundo com 43s29.
O time foi formado por Ana Carolina Azevedo, Lorraine Martins, Franciela Krasucki e Vitoria Rosa.
“A gente fica triste porque o quarto lugar dói, fica perto da medalha. Estamos com uma equipe nova. É a primeira vez que a gente está correndo com essa formação e ainda temos muito a evoluir”, comentou Franciela.
No sábado (11) elas também conseguiram vaga para o mundial de Doha. Cravaram 43s07, no melhor resultado do ano, sendo superadas somente pelos Estados Unidos, com 42s51, e pela Alemanha, com 43s03, entre todos os tempos das eliminatórias.
Time misto
O time misto dos 4x400m também conseguiu vaga para Doha. Na final, neste domingo, fecharam em sexto lugar com 3min20s71. Os Estados Unidos venceram com 3min16s43, seguidos por Canadá e Quênia. O time brasileiro foi composto por Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Cristiane Silva e Alexander Russo.
“Nossa expectativa de tempo era outra, mas a gente só tem a agradecer. Não dá para reclamar de nada”, disse Tiffani. “Conseguimos a classificação para o Mundial, o principal objetivo da equipe. Para Doha vamos treinar mais ainda, entrosar mais ainda o revezamento, estar preparado para entrar e brigar por medalha”, completou Alexander.
Na classificação geral, com apenas três equipes, o Brasil terminou em sexto lugar, com 16 pontos, ficando à frente de equipes tradicionais como a China, Itália, França e Grã-Bretanha. Os Estados Unidos levaram mais uma vez o “bastão de ouro”, com 54 pontos, seguidos da Jamaica e do Japão, ambos com 27.
“Pela primeira vez classificamos os três revezamentos em três posições espetaculares, o 6º lugar, o 4º lugar e fomos campeões do mundo. Existe mais alegria, euforia do que ser campeão do mundo?”, comentou Warlindo Carneiro da Silva Filho, presidente da CBAt. “Nós merecemos! Somos os campeões do mundo. Estamos eufóricos, todo o grupo, choroso de tanta alegria. Foi sensacional a nossa participação!”