Petrúcio Ferreira foi uma das estrelas do Prêmio Paralímpicos, realizado na noite de quarta-feira, em São Paulo. O atleta de 22 anos foi eleito pelo terceiro ano seguido o destaque do atletismo paralímpico. Em 2018, o paraibano colecionou vitórias e quebrou os recordes mundiais dos 100m e 200m rasos.
“Foi um ano excelente para mim. Houve alguns pequenos erros, mas a gente conseguiu consertar, mas saio desta temporada muito feliz, recebendo este prêmio pela terceira vez consecutiva, depois de ter quebrado mais dois recordes mundiais”, comemora o atleta, que não pensa duas vezes para falar qual é o maior sonho de sua carreira: “Meu maior sonho hoje é se tornar o paralímpico mais rápido do mundo”.
Apesar disso, Petrúcio Ferreira confessa que já teve que se segurar em algumas competições para não baixar demais suas marcas. “Já chegou o caso de em algumas competições eu ter que me segurar. Eu via que ia extrapolar aquela marca, que eu conseguiria correr abaixo dela, mas eu tive que dar uma seguradinha para não extrapolar tanto no tempo. Para não dar um tiro no meu próprio pé e não baixar muito a marca para não ter que treinar mais forçado para buscar melhorar a marca”, brinca.
Se 2018 foi um ano de conquistas para Petrúcio, o de 2019 será repleto de desafios. “2019 vai ser uma tem temporada muito importante porque é um ano que antecede os Jogos de Tóquio 2020 e é um ano de Parapan e de Campeonato Mundial, que vai acontecer em novembro, e vai valer marca direta para a Paralimpíada. É um ano muito importante, de bastante foco, concentração para chegar bem nas provas e nas competições”
Durante o Prêmio Paralímpicos 2018, Petrúcio esteve acompanhado de seu pai, Paulo Ferreira, que vive no interior da Paraíba e, pela primeira vez na vida, viajou de avião para ver o filho ser homenageado. “Bem mais especial para mim ter conseguido trazer o meu pai. Ano passado, consegui trazer a minha mãe. Me deixa muito feliz poder realizar pequenos sonhos. O sonho dele era andar de avião, viajar junto comigo, vir para São Paulo. Perguntei para ele no momento em que entramos na aeronave: ‘E aí pai? Vai ter medo de viajar de avião?’ E ele respondeu: ‘com você eu viajaria até num urubu'”, diverte-se o atleta.
Petrúcio Ferreira é muito ligado à família. Desde que começou no atletismo, ele mora em João Pessoa, mas faz o possível para visitá-los o maior número de vezes possível durante o ano. “Sempre que eles podem eles vêm a João Pessoa e sempre que eu posso viajo para ver meus pais. Meu foco maior é minha família, que me dá motivos para eu seguir mais e mais a frente. Apesar de ser um pouco longe, sempre que eu posso vou para casa ver meus pais. No início, para mim, que era complicado. No primeiro mês, morando em João Pessoa e longe dos meus pais, eu chegava a chorar quando acordava e depois quando ia dormir, sentindo saudades da minha família. Hoje estou mais acostumado e conseigo arrumar um pouco de tempo, mesmo que demore alguns meses, para visitar minha família”.
Aos dois anos, Petrúcio sofreu um acidente com uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo. Gostava de jogar futsal e a velocidade chamou a atenção de um treinador. “Antes do atletismo, meu sonho era ser jogador de futebol. Fui descoberto numa partida de futsal. Um cara me viu e por ter essa deficiência e por sempre conduzir a bola sempre o mais rápido possível no meio dos atletas. Então, surgiu essa oportunidade para mim em 2013 e de lá para cá é só alegria”