Pistola de tiro rápido 25 m
O Brasil na Pistola de tiro rápido 25 m dos Jogos Olímpicos
A primeira participação brasileira reconhecida nos Jogos Olímpicos, em qualquer esporte, foi na Antuérpia-1920, com 19 atletas, sendo cinco no tiro. Mesmo com enorme tradição, o Brasil não terá um representante na pistola de tiro rápido 25 m de Tóquio.
Guilherme Paraense foi campeão com 274 pontos, faturando o 1ª ouro da história brasileira. Na mesma prova, Mário Maurity e Sebastião Wolf empataram em 7º com 249, Fernando Soledade foi 9º com 248 e Demerval Peixoto 11º com 241. Apesar dos bons resultados individuais, na disputa por equipes, que foi separada desta prova, o Brasil acabou em 4º.
Em Los Angeles-1932, três brasileiros competiram, mas não avançaram da primeira rodada. Eugenio do Amaral foi 13º com 17 acertos em 18 possíveis, e Bráz Magaldi e Antônio da Silveira empataram em 17º com 15 acertos.
Em Berlim-1948, Pedro Simão ficou em 30º lugar, Álvaro dos Santos Filho foi 34º e Allan Sobocinski acabou em 56º lugar. Quatro anos depois, em Helsinque-1952, Guilherme Cavalcanti foi 28º e Pedro Simão 38º. Simão voltou em Melbourne-1956, terminando na 16ª colocação. Também em solo australiano, competiu Adhaury Rocha, que ficou em 18º lugar. Ambrósio Rocha competiu em Roma-1960 e acabou no 42º lugar.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Retomada e um quase pódio
O Brasil só voltou a ter um competidor na prova em Montreal-1976, com Delival Nobre, que acabou em 41º. Fernando Gomes esteve em Moscou-1980, ficando em 19º. Delival voltou a competir em Los Angeles-1984 e ficou muito próximo da medalha. Ele empatou em 3º lugar com o finlandês Rauno Bies com 591 pontos, mas no desempate fez 141 contra 146 de Bies e acabou em 4º.
Júlio Almeida colocou o Brasil de volta na prova em Pequim-2008, terminando na boa 11ª colocação com. Na Rio-2016, Émerson Duarte foi o representante brasileiro em casa, ficando em 13º lugar.
Favoritos na Pistola de tiro rápido 25 m
O chinês Lin Junmin conquistou o título mundial da prova em 2018 e teve uma grande fase neste ano e no seguinte, vencendo quatro etapas da Copa do Mundo, ficando em segundo em outra. Ainda foi campeã asiático em 2019 e prata nos Jogos Asiáticos em 2018. O outro representante chinês na prova será Li Yuehong, bronze no Rio-2016. Presença constante em Copas do Mundo desde 2010, teve como melhor resultado recente um bronze na etapa do Rio de Janeiro em 2019 e a prata no asiático no mesmo ano.
Jean Quiquampoix, da França, é um dos grandes nomes da prova. Campeão mundial júnior em 2014 e bicampeão europeu júnior, foi prata no Rio-2016, depois bronze no mundial adulto em 2018. Já conquistou 10 medalhas em Copas do Mundo e foi prata nos Jogos Europeus de 2019.
Vale ficar de olho também nos alemães Christian Reitz e Oliver Geis, herdeiros do grande Ralf Schumann. Reitz chegará em Tóquio para defender o seu título olímpico conquistado no Rio de Janeiro e como líder do ranking mundial. Ele conquistou já inacreditáveis 33 medalhas apenas em Copas do Mundo nesta prova e é o recordista mundial da qualificação com 593 pontos. Geis tem um currículo mais modesto, com seis medalhas em Copas do Mundo e dois títulos europeus.
Outros destaques da prova são o russo Alexei Klimov, campeão mundial em 2010, o cubano Leuris Pupo, campeão olímpico em Londres-2012 e que vai para sua 6ª Olimpíada. Além do jovem indiano Anish Anish, de 18 anos, e já com vários títulos como juvenil, e o estoniano Peeter Olesk.
Histórico da Pistola de tiro rápido 25 m nos Jogos Olímpicos
Esta é a prova de tiro mais antiga das que ainda estão no programa olímpico e foi disputada desde a primeira edição em Atenas-1896. A prova teve algumas variações no formato, principalmente nas primeiras edições, e chegou a ser disputada na distância de 30 m em 1912 e 1920, mas manteve a sua essência, sempre com tiros em uma sequência rápida.
Após a 1ª Guerra, o ouro na Antuérpia-1920 ficou com o brasileiro Guilherme Paraense, que somou 274 pontos contra 272 do americano Raymond Bracken, conquistando a 1ª medalha de ouro do Brasil na história e a 2ª medalha olímpica do país. A prova foi disputada a 30 m.
Em Paris-1924, o formato mudou completamente e cada um dava 18 tiros, só que oito atletas acertaram todos os disparos e foram necessários mais sete tiros de desempate para determinar a vitória do americano Henry Bailey.
Após a 2ª Guerra, em Londres-1948, o favorito era o argentino Carlos Enrique Valiente, que havia sido campeão mundial no ano anterior, mas o húngaro Károly Takács surpreendeu e venceu com 580 pontos contra 571 de Valiente. O húngaro voltou em Helsinque-1952 e faturou o bicampeonato com 579.
Na final de Roma-1960, rolou um triplo empate, entre o americano William McMillan, o finlandês Pentti Linnosvuo e o soviético Aleksandr Zabelin, todos com 587. Nos desempates, McMillan fez 147 e ficou com o ouro. Quatro anos depois, Linnosvuo pegou o ouro em Tóquio-1964.
Mudanças
A partir da Cidade do México-1968, os eventos do tiro passaram a ser mistos, mas nenhuma mulher participou desta prova. Em Seul-1988, as provas de tiro passaram a ter uma qualificação e uma final.
O alemão oriental Ralf Schumann é o maior nome da história desta prova. Ele começou a aparecer em 1986, ao ser prata no Mundial. Depois foi prata em Seul e campeão mundial em 1990. Em Barcelona-1992, levou seu 1º ouro olímpico. Em Atlanta-1996, sobrou na quali e manteve a vantagem pra vencer o bicampeonato. Ele foi novamente campeão mundial em 1998, mas em Sydney-2000 acabou terminando apenas em 5º lugar, em prova vencida pelo russo Sergei Alifirenko. Mas em Atenas-2004, ele fez uma grande final para vencer o tricampeonato olímpico. Ele ainda venceria a prata em Pequim-2008. Schumann é um dos apenas quatro atletas da história a vencer cinco medalhas em uma mesma prova.
Para os Jogos Olímpicos de Londres-2012, o formato da final foi alterado, passando a dar 1 ponto para cada tiro de 9,7 ou mais pontos, e os piores de cada fase eram eliminados até sobrarem os dois melhores. O cubano Leuris Pupo foi o grande vencedor, conquistando o 1º ouro cubano na história do tiro.
Medalhistas – Pistola de tiro rápido 25 m – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Paris-1924 | Henry Bailey | USA | Vilhelm Carlberg | SWE | Lennart Hannelius | FIN |
Amsterdã-1928 | Renzo Morigi | ITA | Heinz Hax | GER | Domenico Matteucci | ITA |
Los Angeles-1932 | Cornelius van Oyen | GER | Heinz Hax | GER | Torsten Ullman | SWE |
Berlim-1936 | Károly Takács | HUN | Carlos Enrique Díaz Sáenz Valiente | ARG | Sven Lundquist | SWE |
Londres-1948 | Károly Takács | HUN | Szilárd Kun | HUN | Gheorghe Lichiardopol | ROU |
Helsinque-1952 | Ștefan Petrescu | ROU | Yevgeny Cherkasov | URS | Gheorghe Lichiardopol | ROU |
Melbourne-1956 | Bill McMillan | USA | Pentti Linnosvuo | FIN | Aleksandr Zabelin | URS |
Tóquio-1964 | Takeo Kamachi | JPN | Corneliu Ion | ROU | Rauno Bies | FIN |
Seul-1988 | Afanasijs Kuzmins | URS | Ralf Schumann | GDR | Zoltán Kovács | HUN |
Barcelona-1992 | Ralf Schumann | GER | Afanasijs Kuzmins | LAT | Vladimir Vokhmyanin | EUN |
Atlanta-1996 | Ralf Schumann | GER | Emil Milev | BUL | Vladimir Vokhmyanin | KAZ |
Sydney-2000 | Sergey Alifirenko | RUS | Michel Ansermet | SUI | Iulian Raicea | ROU |
Atenas-2004 | Ralf Schumann | GER | Sergey Polyakov | RUS | Sergey Alifirenko | RUS |
Pequim-2008 | Oleksandr Petriv | UKR | Ralf Schumann | GER | Christian Reitz | GER |
Londres-2012 | Leuris Pupo | CUB | Vijay Kumar | IND | Ding Feng | CHN |
Rio-2016 | Christian Reitz | GER | Jean Quiquampoix | FRA | Li Yuehong | CHN |
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Quadro de medalhas – Pistola de tiro rápido 25 m – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Alemanha | 5 | 3 | 1 | 9 |
Hungria | 2 | 1 | 1 | 4 |
Estados Unidos | 2 | 0 | 0 | 2 |
Romênia | 1 | 2 | 3 | 6 |
Finlândia | 1 | 1 | 2 | 4 |
Rússia | 1 | 1 | 1 | 3 |
União Soviética | 1 | 1 | 1 | 3 |
Itália | 1 | 0 | 1 | 2 |
Cuba | 1 | 0 | 0 | 1 |
Japão | 1 | 0 | 0 | 1 |
Ucrânia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Suécia | 0 | 1 | 2 | 3 |
Argentina | 0 | 1 | 0 | 1 |
Bulgária | 0 | 1 | 0 | 1 |
Alemanha Oriental | 0 | 1 | 0 | 1 |
França | 0 | 1 | 0 | 1 |
Índia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Letônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Suíça | 0 | 1 | 0 | 1 |
China | 0 | 0 | 2 | 2 |
Tchecoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Cazaquistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |