Ítalo Ferreira
Idade: 27 anos (06/05/1994)
Altura: 1,68m
Peso: 68kg
Pan: 0
Olimpíada: 1 (Tóquio -2020)
OLIMPÍADA
– Tóquio 2020
MUNDIAL
– Campeão Mundial de 2019 (Circuito Mundial de Surfe)
Ítalo Ferreira é um surfista brasileiro que fez história ao conquistar a primeira medalha de ouro na história do surfe olímpico ao vencer disputa nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele também foi o primeiro brasileiro a subir no lugar mais alto do pódio no evento da capital japonesa.
Além de Ítalo, o país esteve representado por Gabriel Medina, que encerrou a competição na quarta colocação.
+ Confira como foi a conquista da medalha de ouro por Ítalo Ferreira
Infância humilde, prancha de pescador
Ítalo Ferreira é natural da pequena cidade costeira chamada Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. Quem observa a carreira vitoriosa não imagina as dificuldades nos seus primórdios. Ítalo começou com pouco recurso e não tinha sequer uma prancha, equipamento básico para surfar. Entretanto, as complicações não impediram que fosse se aventurar nas ondas do mar potiguar.
O surfista é filho de Luiz Ferreira de Souza e Katiana Batista da Costa e, com 8 anos, improvisou uma prancha adaptando a tampa de uma caixa de isopor, uma das ferramentas de trabalho do pai.
O pai do atleta é vendedor de peixe e ia todos os dias para a praia da Pipa, em Tibau do Sul, por volta de 61 km de Baía Formosa. Na jornada de trabalho, Luiz levava consigo seu filho e uma caixa de isopor lotada de peixes. Ítalo foi evoluindo e o isopor já não lhe servia mais. Sem dinheiro para comprar uma prancha, o garoto contou com a ajuda da família e de outras pessoas próximas, que doaram uma prancha velha para que seguisse praticando.
Ítalo ganhou sua primeira prancha quando tinha 11 anos. O atleta também precisou superar o preconceito, já que gostava de ficar no mar o dia inteiro. Ele teve que passar por cima de comentários maldosos, sendo acusado, assim como outros surfistas, de vagabundo e que suas escolhas o levariam para o caminho das drogas.
O começo da mudança
O surfista adquiriu prestígio pela primeira vez em 2015, sua temporada de estreia, com um desempenho marcante no Championship Tour.
Ítalo ganhou o prêmio de Novato do Ano depois de terminar sua primeira temporada em 7º lugar. Após o primeiro ano de destaque, o brasileiro sofreu com altos e baixos. Ele teve pontos positivos em 2016, mas foi eliminado na quinta rodada por sete vezes seguidas e caiu para a 15ª posição no ranking.
O atleta caminhava para uma recuperação em 2017 depois de um quinto lugar em uma das primeiras etapas, porém, logo em seguida sofreu uma lesão nos ligamentos do tornozelo e ficou ausente por um período.
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A volta por cima começou em 2018, quando Ítalo conquistou três vitórias logo no início da temporada e subiu para a quarta posição no ranking.
Campeão Mundial
Em 2019, o ápice de sua carreira. Aos 25 anos, o potiguar Ítalo Ferreira avançou à final da etapa de Pipeline, Havaí e conquistou o título após derrotar o compatriota e bicampeão mundial Gabriel Medina nas ondas do Pipe Masters.
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Ítalo se tornou o terceiro brasileiro a ser campeão do Circuito Mundial. Antes dele, Gabriel Medina já havia sido campeão em 2018 e em 2014 e Adriano de Souza, o Mineirinho, conquistou o título em 2015. Ele é o primeiro nordestino a conquistar o circuito mundial.
Com a primeira colocação no Circuito Mundial, Ítalo Ferreira conquistou a vaga para Tóquio 2020 no surfe masculino. Vice-campeão, Gabriel Medina também se garantiu na Olimpíada.
Em 2021
Ítalo segue bem em 2021 e atualmente ocupa a vice-liderança do ranking mundial da WSL, atrás apenas de Gabriel Medina. Em seis etapas até aqui, o potiguar conquistou um título e dois terceiros lugares como melhores resultados. Os dois obtiveram resultados muito superiores aos dos surfistas que estarão nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
O último título de Ítalo no mar ocorreu em Newcastlle, na Inglaterra. A última etapa disputada foi a do Surf Ranch (EUA), na piscina de ondas artificais construída pelo multicampeão do surfe, Kelly Slater. Na ocasião, o brasileiro perdeu nas quartas de final, ficando em nono lugar.