Nathalia Siqueira Almeida (Naná Almeida)
Idade: 24 anos (14/12/1996)
Clube: Flamengo-RJ
Pan: 0
Olimpíada: 0
Outra grande revelação da natação feminina do Brasil, Nathalia Siqueira Almeida, mais conhecida como Naná Almeida, é uma nadadora que representará o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no revezamento 4x200m feminino.
+ Confira tudo sobre a prova do revezamento 4x200m livre FEMININO nos Jogos Olímpicos de Tóquio
No 4x200m livre, terá a companhia de Larissa Oliveira, Gabi Roncatto (ambas suas companheiras no Flamengo-RJ), e Aline Rodrigues.
Um atleta fruto de uma família esportista
Carioca da gema, Nathalia Almeida começou na natação ainda muito pequena. FIlha de professores de Educação Física e irmã de dois nadadores no Tijuca Tênis Clube, começou a dar suas primeiras braçadas logo aos dois anos de idade
Com uma família esportista, Naná Almeida não se limitava a apenas nadar. Também se aventurou no nado artístico, acrobacia, ginástica artística e ginástica rítmica. Além disso, nas horas vagas, a atleta aproveitava seu tempo para se dedicar ao ballet e ao jazz.
Em 2012 chegou ao Flamengo para integrar a equipe Juvenil 2. Um ano depois, já obtinha suas primeiras conquistas. No Mundial Júnior de Natação de 2013, ficou em quinto lugar nas provas de 4x100m Livre e 4x200m Livre. No ano seguinte, Naná conquistou a medalha de ouro no Sul-Americano da Argentina na prova dos 4x200m Livre e o bronze nos 200m Borboleta.
Pelo clube carioca, Naná foi 14 vezes consecutivas campeã na prova dos 200m Medley em Campeonatos Brasileiros,. Além disso, a atleta também garantiu uma medalha de ouro no Troféu Maria Lenk (2014).
Seguiu obtendo bons resultados em 2015 e por muito pouco não integrou a equipe brasileira que disputou em casa os Jogos Olímpicos do Rio 2016.
O técnico da Dama de Ferro
Após bater na trave na Olimpíada do Rio, o objetivo no ciclo olímpico passou a ser a presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. E em 2018, ano em que completou sua vigésima primavera, obteve bons resultados.
No Mundial Militar, disputado na Rússia, a nadadora fez bonito e conquistou o ouro. Na mesma temporada, Naná assegurou a terceira colocação nos 200m Borboleta, no Sul-Americano do Peru (2018).
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No ano seguinte, Naná Almeida tomou uma difícil decisão. Deixar o conforto de sua cidade natal e os amigos para treinar fora do Brasil. Mais especificamente na cidade de Eger, na Hungria. Por lá, se encontra ninguém mais, ninguém menos, de que Shane Tusp, americano responsável por treinar a húngara Katinka Houssú, também conhecida como “Dama de Ferro”.
Katinka é a maior referência de naná nas piscinas e uma das maiores nadadoras da história. A ideia era chegar voando na Seletiva Brasileira em abril de 2020. A pandemia, no entanto, atrapalhou os planos. Ainda assim, Naná Almeida ganhou bastante experiência e obteve um conhecimento que poucas podem se dar ao luxo de dizer que obtiveram.
Voz feminina
Em agosto do ano passado, 185 mulheres, entre nadadoras, ex-atletas e treinadoras, se uniram para criar o Comitê Feminino da Natação Brasileira: movimento em prol do desenvolvimento da natação feminina, da base ao alto rendimento. Um dos motivos foi a convocação de apenas uma mulher para a Missão Europa (projeto do COmitê Olímpico do Brasil que levou atletas de todos os atlas no auge da pandemia), enquanto 14 homens foram chamados.
Desde então, o Comitê cresceu muito e tem sido uma voz importante na divulgação da natação feminina, ponto destacado por Naná Almeida, que integra o grupo.
“Eu fiz publicidade e meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] foi justamente sobre a diferença em como a mídia trata as mulheres e os homens na natação brasileira. Às vezes tem mulheres com resultado incriveis e ninguém fala… A gente precisa mudar isso, conhecer mais mulheres. Então o Comitê é sobre representatividade, falar para as meninas não desistirem. É muito importante, está abrindo portas e as pessoas estão começando a ver a gente se uma forma diferente,” declarou atleta em entrevista ao OTD.
Em 2021
No ano olímpico, Naná Almeida recebeu Larissa Oliveira e Gabi Roncatto como companheiras de clube no Flamengo. Especialistas nos 200m livre, as três estão agora sob orientações de Fernando Possenti, o homem responsável por guiar Ana Marcela Cunha, multi-campeã na maratona aquática.
Segunda a atleta, em pouco tempo ela já notou evolução. E um dos pontos principais do crescimento foi poder ter uma outra mulher treinando com ela. “A Gabi [Roncatto] nada as mesmas provas que as minhas e eu nunca treinei com outra menina que nadasse as mesmas provas que eu. Então é muito interessante no treino, porque a gente está meio que sempre competindo todo dia”.
Naná Almeida e suas companheiras de Flamengo caíram na água na Seletiva de Natação em abril. Na prova dos 200m livre, cravou 1min59s78, fez o melhor de sua vida, baixou seis segundos em relação ao que vinha nadando em dezembro e quebrou pela primeira vez na vida a casa do 1min50s. Naná, porém, não conseguiu bater o fortíssimo índice de 1min57s28 e não conseguiu a vaga na prova individual.
Deu bom no rev!
O terceiro lugar obtido lhe deu o direito de participar das tomadas de tempo do revezamento 4x200m livre. A equipe feminina do Brasil ainda não possuía a vaga direta em nenhuma prova conjunta. 12 das 16 vagas já estavam definidas e as quatro restantes iriam para os quatro melhores tempos do ranking mundial.
No 4x200m, o Brasil tinha apenas o 7º melhor tempo com 8min07s77. Após fazer 8min00s99 na tomada de tempo, Larissa Oliveira, Nathalia Almeida, Gabrielle Roncatto e Aline Rodrigues tomaram a segunda posição no ranking mundial da Grã-Bretanha.
As quatro então tiveram que secar os outros países e torcer para que o tempo feito na Seletiva ficasse com uma das quatro vagas restantes. Após as outras seletivas nacionais, as brasileiras terminaram na quinta colocação da repescagem da FINA. Mas, com a desistência da Grã-Bretanha, a equipe foi convocada para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Pouco depois, após ser modelo do lançamento da coleção do Time Brasil, Naná Almeida voltou a dar show. No Torneio SetteColi, na Itália, a última competição antes dos Jogos Olímpicos, a nadadora fez novamente o melhor tempo de sua vida: 1min59s49. Chegará embalada para a revezamento 4x200m livre na Olimpíada de Tóquio 2020.