Rogério Moraes Ferreira

Rogério Moraes – seleção brasileira de handebol masculino – Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Um dos melhores jogadores defensivos do handebol masculino, Rogério Moraes é o único brasileiro bicampeão da Champions League e que ajudará muito seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

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Um talento no meio do perigo

Natural de Abaetetuba, uma cidade pequena, de 150.000 habitantes no Pará, Rogério Moraes esteve perto do caminho do crime e não esconde isso.

“Abaetetuba é perigosa. Era perigoso quando eu era criança e ainda é perigoso agora. Há muita violência, há tráfico de drogas. As pessoas estavam, e ainda estão, envolvidas nisso. Teria sido fácil para mim ser sugado para uma vida perigosa, para uma vida de crime. Mas eu tive alguns anjos da guarda: minha mãe e minha avó que se esforçaram muito na minha educação”.

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A escolha pelo esporte levou em conta alguns aspectos. Com mais de 2 metros de altura e se definindo como uma pessoa “pesada”, Rogério Moraes teve que trocar o futebol pelo handebol. Na nova quadra, o pivô da seleção brasileira começou querendo ser goleiro e só não seguiu embaixo das traves por uma decisão de um de seus primeiros treinadores.

De gol em gol, Rogério saiu de Abaetuba, saiu do Brasil e ganhou o mundo. Com apenas 21 anos de idade, o pivô da seleção brasileira chegou no velho continente pela Alemanha. O primeiro clube do jogador fora do Brasil foi o THW Kiel e, por vários fatores, a chegada não foi fácil.

O maior brasileiro no maior torneio europeu

Após passagem rápida pelo Kiel, Rogério Moraes chegou a Macedônia e fez história. Foi tricampeão nacional, bi da Copa da Macedônia e ainda faturou a Liga SEHA (competição que envolve as melhores equipes do leste europeu) três vezes.

Mas suas maiores glórias vieram na Champions League, maior torneio de handebol de clubes da Europa e do mundo. Rogério levantou a taça em 2017 e 2019, se tornando o único brasileiro a realizar o feito no masculino. Na segunda conquista e em todo o ano de 2019, inclusive, Rogério Moraes contribuiu tanto na defesa, sua especialidade, quanto no ataque. Foram 35 gols marcados.

Transferência para a Hungria

Em 2017, o pivô fez parte da equipe que disputou o Mundial da França. O Brasil venceu Japão e Polônia, mas foi derrotado pela Noruega e os anfitriões franceses na fase qualificatória. O Brasil terminou no 16º lugar, sendo que quase se classificou diante da poderosa Espanha nas oitavas de final.

Já em 2018, Rogério fez parte da equipe brasileira que conquistou duas medalhas importantes. Pelos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, a seleção masculina ficou com o ouro, vencendo a Argentina na final.

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Infelizmente, no Mundial de 2019, realizado na Alemanha e na Dinamarca, Rogério Moraes não pôde participar, porque estava se recuperando de uma cirurgia no joelho direito. Mesmo sem o pivô, o Brasil fez sua melhor campanha em mundiais e terminou na nova colocação. Imagina se o bicampeão da Champions estivesse junto?

Meses mais tarde, Rogério Moraes faturou sua primeira grande conquista com a seleção brasileira de handebol masculino: o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. A medalha, no entanto, teve um gosto amargo, já que o Brasil perdeu a chance de se garantir de maneira direta nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Em 2021

Por suas atuações pelo Vardar e pela seleção, Rogério recebeu proposta do Telekom Vésprem, outro gigante europeu, e se transferiu para a Hungria no ano de 2019. Após uma temporada fora do comum em 2019/20, por conta da pandemia do coronavírus, o brasileiro conquistou seus primeiros títulos na Hungria com o Telekom Vésprem.

O pivô faturou a Copa da Hungria e foi vice-campeão húngaro. Até aqui, Rogério já marcou 57 gols em duas temporadas. Pelo Vardar, foram 76 tentos em três anos.

Com o Vésprem o brasileiro teve a chance de voltar ao Final Four da Champions League, mas a equipe acabou eliminada nas quartas de final pelo Nantes, da França. Após ter sido derrotado no jogo de ida, a equipe de Rogério Moraes conseguiu a vitória diante dos franceses em casa, porém acabou eliminado na somatória dos placares.

Rogério teve boa participação no torneio, no entanto, tendo anotado cinco gols em seis tentativas de arremesso. O brasileiro foi o segundo principal goleador para a sua equipe na partida.

No meio disso tudo, Rogério participou com a seleção masculina no Pré-Olímpico de Montenegro, quando o país conseguiu uma classificação pra lá de suada, 

Além disso, esteve presente em janeiro com o elenco que disputou o Mundial do Egito. Em uma das partidas, inclusive, levou o prêmio de melhor jogador da partida. Na ocasião, o Brasil terminou em 18º lugar