Bruna de Paula

Bruna de Paula – seleção brasileira de handebol feminino – Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Bruna de Paula é uma armadora e grande revelação do handebol feminino do Brasil e será uma das peças-chave da seleção feminina na busca pela inédita medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

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Do cafezal para as quadras

Nascida no interior de Minas Gerais, onde acompanhava a mãe, solteira, na colheita de café, Bruna de Paula conheceu o handebol aos 10 anos. Bruna não teve uma infância fácil. A mãe da mineira não tinha condições de comprar um tênis para a filha, que chegou a vender picolé na rua e a trabalhar em uma mecânica para ajudar em casa. 

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O esporte, porém, veio para mudar tudo. O professor de Educação Física da escola viu na menina esguia um perfil ideal para o handebol. Rápida e um pouco mais alta que as companheiras, ela passou a se destacar.

E c coisa começou a ficar séria quando Bruna de Paula saiu de casa pela primeira vez.

Com apenas 14 anos, ela deixou Campestre para jogar no Juiz de Fora e depois do São José. Aos poucos, a mineira ganhou projeção e passou por todas as seleções de base do Brasil, desde a juvenil até a júnior, participando dos Mundiais de ambas as categorias. No handebol nacional, se profissionalizou defendendo as cores do São José dos Campos. Depois de quatro anos jogando pelo São José, Bruna de Paula recebeu a primeira proposta para jogar fora do Brasil.

Na seleção feminina desde cedo

Em 2015, Bruna de Paula recebeu a primeira chance na seleção brasileira adulta e logo de cara para o Mundial da Dinamarca. Caçula de uma equipe que defendia o título, a armadora ficou a maior parte do tempo no banco de reservas, mas chegou a balançar as redes ao menos uma vez. O Brasil, porém, caiu para a Romênia nas oitavas de final.

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Aos 19 anos de idade, Bruna de Paula foi chamada no ano seguinte para servir a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de janeiro. Após avançar em primeiro de um grupo que tinha Noruega e a algoz do Mundial anterior, Romênia, o Brasil foi surpreendido pela Holanda, que havia vencido apenas uma partida na fase inicial, e ficou pelo caminho nas quartas de final.

Bruná de Paulá

Após as Olimpíadas, Bruna de Paula deixou o handebol nacional e foi para o Fleury Loiret, então atual campeão francês. A brasileira, evoluindo cada vez mais, passou a ser um dos destaques do time e liga francesa de handebol.

Logo de cara, já saiu ganhando prêmios. A armadora foi eleita a melhor jogadora (MVP) e melhor armadora esquerda da Temporada 2019/20 da Liga Francesa.

Até a pausa do campeonato por conta da pandemia, Bruna de Paula era a segunda maior artilheira da França com 115 gols, apenas dez atrás da eslovena Ana Gros. A brasileira teve média de 6.1 tentos por partida, segunda melhor marca da competição. As performances chamaram a atenção do Nantes, que a contratou para a temporada 2020/21.

Deste modo, a mineira voltou a ser figurinha carimbada na seleção brasileira e, após ficar de fora do Mundial de 2017, foi chamada para a edição de 2019. No Japão, com Bruna de Paula ganhando bons minutos em quadra, o Brasil não se classificou para o mata-mata e terminou na 17ª posição.

Em 2021

A atleta fez belíssima temporada antes de integrar a seleção seleção brasileira de handebol feminino para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Pelo Nantes, seu novo clube na França, Bruna de Paula já fez história.

A jogadora conquistou o título da Liga Europeia de handebol pelo Nantes Atlantique, da França, que conquistou seu primeiro título continental na história. Mais do que isso, a jovem terminou a competição como artilheira com 68 gols marcados em 11 jogos, uma média de mais de seis por partida, e ainda foi eleita a MVP, a melhor do campeonato.

Uma semana depois, Bruna voltou à quadra pela final da Copa da França de handebol feminino. A brasileira liderou o Nantes mais uma vez, marcou sete gols para o Nantes, mas não conseguiu evitar a derrota diante do Brest Bretagne, vice-campeão europeu, que venceu pelo placar de 37 a 33.

No Campeonato nacional, a armadora foi a 11ª maior goleadora, balançando as redes 62 vezes. A equipe terminou na terceira colocação atrás apenas dos fortes Metz e Brest Bretagne.

Com a seleção feminina, Bruna participou em abril do torneio amistoso na Croácia que tinha as donas da casa, a seleção feminina e a atual campeã mundial Holanda. Na ocasião, o Brasil venceu bem a Holanda e perdeu para a Croácia no fim, ficando com o segundo lugar.

Também esteve nos amistosos que a seleção feminina realizou em julho, pouco antes dos Jogos Olímpicos. Teve a confirmação da convocação na sequência.