Arthur Nory, campeão mundial na barra fixa em 2019 (arquivo)
Arthur Nory é uma atleta do Time Ajinomoto da ginástica artística. Medalhista olímpico no solo e atual campeão mundial na barra fixa, chegará aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 como uma grande esperança de medalha para o Brasil, principalmente nesses dois aparelhos citados.
Nory defenderá a equipe masculina e tentará vaga nas finais em todos os aparelhos juntamente com Chico Barreto, Diogo Soares e Caio Souza. Campeão olímpico, Arthur Zanetti focará só nas argolase fica de reserva imediato do time brasileiro.
Do judô para a ginástica artística
Filho de mãe nadadora e de pai judoca, Arthur Nory Oyakawa Mariano cresceu em Campinas, sua cidade natal, como um apaixonado por esportes. Logo aos seis anos começou a dar seus primeiros passos esportivos. Não nos tablados da ginástica, mas dentro dos tatames, por influência do pai.
A paixão pela ginástica começou no ano de 2004, muito marcante na história do país. Nory se inspirou em Daiane dos Santos, maior figura da ginástica feminina à época, e em Diego Hypólito, primeiro grande destaque da ginástica masculina. Iniciou assim a trajetória em dois esportes.
Em 2005, após ser aprovado em um teste no Clube Pinheiros, em São Paulo, Nory optou por deixar o judô – chegou até faixa laranja correspondente a sétima graduação das dez que o esporte tem – para se dedicar a ginástica.
Durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015, Nory conquistou a medalha de prata por equipes. Ali, aos 21 anos, já dava indícios de que iria se sobressair em pouco tempo. No Mundial daquele ano, bateu na trave, ficando em quarto lugar.
Medalhista olímpico com pitada de sorte
Mas seu primeiro grande momento veio logo em sua primeira participação em Jogos Olímpicos. Na Rio 2016, na prova do solo, ficou em nono na classificação geral. Como dentre os oito primeiros classificados para a final havia 3 atletas japoneses e as regras da ginástica não permitem que mais de dois atletas de um mesmo país avancem para brigar por medalhas, Nory herdou uma das vagas. Com uma apresentação sólida, superou favoritos e conquistou a medalha de bronze. Ficou junto no pódio junto com Diego Hypólito, sua referência e medalhista de prata na competição.
Após conquistar a inesperada medalha de bronze na Rio-2016, Nory seguiu evoluindo, mesmo com as constantes lesões que tanto o incomodaram – e incomodam até hoje – durante o ciclo. O ginasta competiu nos Mundiais de 2017 e 2018 longe de sua melhor forma física, muitas vezes entrando no sacrifício para ajudar a equipe.
“Lesão benéfica” e ouro no mundial
Nory é um colecionador de cirurgias. O ginasta já operou o tornozelo direito, o dedo indicador da mão esquerda e o olho direito, e ainda tem três cirurgias no ombro direito, todas realizadas durante o atual ciclo olímpico de Tóquio.
Uma das lesões, no entanto, acabou sendo de certa forma benéfica a Nory. Após ser diagnosticado com um desgaste crônico no joelho esquerdo, o ginasta passou a focar muito na barrafixa, que exige menos esforço na região e que sempre foi o seu aparelho favorito.
Arthur Nory aproveitou o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 para 2021 para se livrar de vez das dores que ainda o incomodam. Desde o título mundial de 2019, o ginasta convivia com dores no ombro esquerdo e dosava os treinos e os aparelhos para seguir competindo.
Após passar pelo susto de ter todas as medalhas conquistadas roubadas e depois reencontradas, Arthur Nory voltou a competir depois de um ano e meio no Pan-Americano de ginástica, no Rio de Janeiro. Foi muito bem nas eliminatórias, com a nota de 14,400 (o título mundial veio com 14,900), mas caiu três vezes na decisão, quando tentou elevar o nível de dificuldade.
Pouco depois, na etapa de Doha, no Catar, da Copa do Mundo de ginástica artística, Nory voltou ao pódio após muito tempo e levou a prata na barra fixa. O campeão do mundo fez uma ótima apresentação, com nota de partida bastante alta e execução segura, e obteve a nota 14.400 – a mesma do Pan-Ameircano – faturando assim a medalha de prata. Ele ficou atrás apenas de Marios Georgiou, do Chipre, que fez 14.600