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Assunção 2022

Quatro ouros, com duas dobradinhas na última noite

Destaque positivo para retorno ‘bronzeado’ de Núbia Soares e negativo para lambança do revezamento masculino

gabriele santos salto triplo
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O Brasil faturou 14 medalhas na noite desta sexta-feira (14) na última sessão noturna do atletismo nos Jogos Sul-Americanos de Assunção. Quatro atletas brasileiros levaram o ouro: Gabriele dos Santos (salto triplo), Welington Morais (arremesso de peso), Lucas Rodrigues da Silva (200m rasos) e Izabela da Silva (lançamento de disco).

O arremesso de peso e lançamento de disco vieram ainda com dobradinha. Além disso, o salto com vara e 400m com barreiras colocaram duas brasileiras no pódio, com destaque para Núbia Soares, que retornou às competições e ficou com o bronze. Ao fim da noite, o atletismo brasileiro alcançou 14 pódios, sendo eles quatro ouros, quatro pratas e seis bronzes

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A parte negativa da noite foi o revezamento 4x100m masculino, única prova em que o Brasil participou e não foi ao pódio. O bastão caiu na última passagem e o Brasil apenas assistiu o Paraguai levar a prata, fazendo a festa da torcida que mais uma vez encheu o estádio do Centro Nacional de Atletismo.

O caminho dos ouros no atletismo

No salto triplo, Gabriele dos Santos fez 13,69 no terceiro salto para assumir a liderança. Depois ela melhorou ainda com 13,74 na quarta tentativa, no que seria sua melhor marca. Ela encerrou a final com o terceiro melhor salto da noite, com 13,66m. Por outro lado, Núbia Soares já havia declarado no podcast da Globo, Rumo ao Pódio que após ter quase desistido da carreira, marcada por lesões, queria só competir bem. E ela conseguiu! Apesar de ter feito apenas dois saltos válidos, seu 13,10m na segunda tentativa foi suficiente para o bronze. 

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No arremesso de peso, os brasileiros Welington Morais e Willian Dourado tiveram uma dura competição contra Nazareno Sasia. Mas o argentino não foi páreo para os brasileiros que conseguiram fazer uma dobradinha. Wellington venceu com 20.00 cravados na quarta tentativa. William fez uma prova consistente, arremessando seis vezes para cima dos 19, enquanto Wellington queimou a última. A marca que lhe valeu a prata foi 19.77, enquanto Nazareno fez 19.73 na última tentativa para garantir o bronze.

Outra dobradinha veio no lançamento de disco feminino. Izabela da Silva levou o ouro com 60.86 enquanto Andressa Oliveira ficou com a prata, com 60.10. As brasileiras sobraram nos Jogos Sul-Americanos: a chilena Karen Gallardo venceu o bronze com 57.62m.

Nos 200m, Lucas Rodrigues da Silva conseguiu fazer uma bela corrida de recuperação para nos 50m acelerar e ultrapassar os adversários. Foi a única medalha de ouro do Brasil na pista durante a sessão noturna em Assunção. Ele correu para 20.89, enquanto o equatoriano Anderson Marquinez levou a prata com 20.95 e o venezuelano Rafael Vasquez ficou com o bronze, com 21.15.

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Teve mais pódios para o Brasil na sessão noturna do atletismo

No salto com vara, Juliana Campos ficou com a medalha de prata, com a marca de 4,20m e Isabel Quadros conquistou o bronze, com 4,10m. A medalha de ouro foi para a venezuelana Robeilys Peinado que também saltou para 4,20m mas venceu o ouro no desempate. 

Juliana estreou no 3,90 e decidiu pular os 4m. Em 4,10m ela passou de primeira também. Já no 4,20m passou de segunda. Após abrir mão dos 4,25 ela não conseguiu passar dos 4,30m, batendo no sarrafo já na fase de descida.

Enquanto isso, a venezuelana fez uma prova perfeita para garantir o ouro. Mas apesar dela ter passado de primeira em 3,90, 4,00, 4,10m e 4,20m, ela não conseguiu passar dos 4,30m. Apesar disso, o ouro já estava garantido porque ela errou menos alternativas anteriores. Isabel Quadros ficou com o bronze, com a marca de 4,10m.  Ela precisou de duas tentativas para 3,90m e resolveu também abdicar do 4m. Já com uma medalha garantida, ela passou de segunda no 4,10m mas acabou ficando no 4,20m.

Mais dobradinha prata-bronze pro Brasil nos 400m com barreira: Chayenne Silva chegou a disputar a liderança, mas tocou na última barreira e caiu de ritmo. Ela terminou com 57.91, enquanto a colombiana Valeria Cabezas venceu a prova com 57.17. No fim, Chayenne quase perdeu a prata para Liliane Parrela, mas levou por um centésimo. Chayenne marcou 57.91 contra 57.92 da compatriota.

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Na prova masculina, Hederson Estefani ficou com o bronze, correndo os 400m com barreira para 50.99. Ouro para o colombiano Fanor Escobar, com 50.63 e prata para o argentino Bruno Agustin, com 50.68. Mateus Teles chegou em oitavo e último lugar, com 54.48.

Nos 200m rasos feminino, Gabriela Suarez, do Equador, disparou desde o início para levar o ouro com folga, correndo em 23.06 . Ana Carolina chegou a ficar em quinto até os metros finais, mas conseguiu ultrapassar adversárias do Chile e Equador para levar o bronze com 23,43m. A prata foi para a venezuelana Orangy Jimenez, com 23.31  Ao final, ela revelou em entrevista ao Canal Olímpico do Brasil que está correndo com um edema desde o final dos 100m. Apesar de “estar sentindo a perna um pouco não tão ativa, mas não estou sentindo dor”, declarou. 

Apesar da dor, ela ainda retornou para o revezamento 4x100m e garantiu sua segunda medalha da noite e terceira nos Jogos Sul-Americanos, depois do ouro nos 100m rasos na noite de quinta-feira (13). A equipe brasileira estava improvisada, sem Vitória Rosa. Na raia 7, a equipe correu pela primeira vez junta: Vida Aurora abriu, passando o bastão para Ana Azevedo. Em seguida Gabi Mourão passou para Micaela de Mello, especialista em barreiras e que conseguiu correr os últimos 100m para levar o bronze, ainda que auxiliados por uma queda brutal da equatoriana nos últimos metros, cujo bastão quase derrubou a colega paraguaia. O Equador liderou até a última corrida, mas Colômbia terminou com ouro, com 44.61s. Chile fechou com 45,04s enquanto o time brasileiro correu para 45.43s para levar o bronze.

Erro na passagem do bastão fecha noite brasileira

O revezamento 4x100m masculino encerrou as atividades no Centro Nacional de Atletismo. O Brasil era favorito incontestável para o ouro, mas fez uma corrida muito ruim. Na última curva estava em terceiro lugar, mas um erro de bastão entre Lucas Rodrigues e Erik Cardoso destruiu qualquer chance de medalha brasileira. Rodrigo do Nascimento e Felipe Bardi iniciaram as atividades. O último ouro do atletismo na noite desta sexta-feira ficou com a Venezuela, que venceu com 39.47s. O Paraguai levou a medalha de prata para a festa da torcida local, com 39.60s, enquanto a Colômbia completou o pódio com 39.74s.

Na prova que abriu o programa de pista da sessão noturna do atletismo, deu uma dobradinha chilena nos 10.000m. Carlos Martín Díaz venceu com folga ao correr para 29:15.66. Ignacio Velásquez foi prata com 29:30.81, e o boliviano Héctor Garibay levou o bronze com 29:35.87.

Na prova dos 5.000m feminino, Fedra Luna levou o ouro para a Argentina, com 15:51.78. Joselyn Brea, da Venezuela, ficou com 15:42.70, enquanto a peruana Luz Rojas foi bronze, com 15:49.85.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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