O wrestling é um esportes mais antigos do cronograma olímpico, tendo participado de todas as edições dos Jogos, com exceção de Paris-1900. No entanto, o Brasil jamais conseguiu subir ao pódio da modalidade ao longo desses 120 anos. Mas isso pode mudar em Tóquio-2020, quando o Brasil terá três representantes na disputa. Uma delas é Laís Nunes, que fará sua estreia na capital japonesa daqui exatamente um ano. Mais preparada, ela promete chegar forte para buscar a primeira medalha olímpica do wrestling brasileiro em Tóquio.
Laís conquistou a vaga para Tóquio-2020 em março deste ano, pouco tempo antes de o calendário internacional ser suspenso pela pandemia de coronavírus. Na Seletiva Olímpica Pan-Americana da luta livre feminina, realizado em Ottawa, no Canadá, a atleta goiana ganhou três lutas e carimbou o passaporte para os Jogos Olímpicos.
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“Foi uma sensação única. A gente trabalha tanto para conquistar uma vaga olímpica, que é algo para poucas pessoas, principalmente na nossa modalidade, que não é muito conhecida aqui no Brasil, mas é muito forte mundialmente. Então ter conquistado essa vaga foi um dos meus primeiros objetivos alcançados. E quando um atleta alcança um desses objetivos é uma satisfação muito grande. Não só para mim, mas para o meu técnico, minha equipe. Foi maravilhoso”, celebrou Laís em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
A experiência faz diferença
Laís Nunes vai disputar sua segunda Olimpíada. Ela estreou em Jogos Olímpicos na Rio-2016. Ela tinha 23 anos na época e se tornou a mais jovem atleta a defender o país no wrestling em uma edição de Olimpíada. Quatro anos depois, ela entende a importância dessa primeira experiência olímpica, que pode ser um diferencial.
“A experiência da Olimpíada do Rio foi muito importante para mim, até porque foi minha primeira Olimpíada. E sendo a primeira e em casa me trouxe outra visão dos Jogos. Então não vai ser uma coisa nova para mim, já sei como é. Acho que foi uma preparação para Tóquio e com certeza vou chegar muito melhor preparada. Não só fisicamente, mas tecnicamente e principalmente mentalmente”.
Mais perto da medalha
E Olimpíada não é a única experiência que ela tem. No ano passado, Laís Nunes foi campeã do Pan-Americano de wrestling, faturou também a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e ainda assumiu a vice-liderança do ranking mundial. Além disso, ela ainda foi a primeira brasileira a ser campeã pan-americana da modalidade nas três categorias (Cadete, Júnior e Sênior). Por tudo isso, a expectativa para Tóquio é grande.
“A minha categoria é muito concorrida.Tem várias adversárias, mas todas basicamente no mesmo nível. Já ganhei de muitas, já perdi para algumas. Então acho que é sobre o como vai estar no dia, como vai ser a chave. Não foco muito nos meus adversários… Estudo eles, mas foco e confio no meu trabalho”.
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“Então minha expectativa para Tóquio é a melhor possível. Trabalho todos os dias muito duro, há muitos anos pensando na minha medalha olímpica. E acredito que eu possa sim conquistar essa primeira medalha para mim e para o wrestling”, completou.
A vaga está assegurada. E o sonho pode estar cada vez mais perto, apesar de ter sido adiado juntamente com os Jogos, por causa da pandemia. Mas Laís se mantém positiva. E é assim que ela vai para Tóquio-2020, tentar fazer história.
“Eu acredito que tudo tem um propósito. São dias difíceis para todos nós, com algo que não está no nosso controle, mas acabei vendo como algo positivo. Tive que ressignificar esse momento e pensar como me preparar agora. Mas eu vejo como positivo… Foi bom, porque tenho mais um ano para me preparar melhor, mais um ano para visualizar todos os dias a conquista dessa medalha olímpica. Só adiou o meu sonho, mas não significa que não vai acontecer”.