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Volta Olímpica

Após um Mundial sem medalha, o que esperar da vela em Tóquio 2020?

Martine Grael e Kahena Kunze continuam brilhando no Japão
Jesus Renedo/Sailing Energy/World Sailing

País saiu sem ir ao pódio pela primeira vez, mas o cenário não é de terra arrasada.

A vela brasileira sobe ao menos uma vez ao pódio em Jogos Olímpicos desde 1996. Desde 1972, o país só não foi ao pódio em 1992. E a tendência é que o país volte sim com ao menos uma medalha dos Jogos de Tóquio, apesar do resultado abaixo do esperado no Mundial, encerrado há três semanas.

A principal chance do Brasil é na classe 49erFX. Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs olímpicas na Rio 2016, ficaram um ano sem treinar juntas. Voltaram pouco tempo antes do Mundial e fecharam em quarto lugar. Em condições “normais”, com treinos, elas fatalmente estarão entre as três melhores duplas do mundo.

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A novidade do Mundial foi a boa participação do time austríaco, que ficou com a prata (muito perto do ouro). De resto, os países adversários seguem os mesmos: Nova Zelândia, Dinamarca, Grã Bretanha e Holanda.

A classe Nacra 17 foi a grande novidade para o Brasil neste Mundial. A dupla, formada apenas um mês antes da competição, Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino, ficou na quarta posição, muito perto da medalha. Ainda precisam melhorar quando os ventos estão mais fortes, mas mostraram que podem sim chegar em Tóquio 2020 no bolo da briga pela medalha.

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Jorge Zarif chegou ao Mundial como líder do ranking, mas acabou apenas na 18ª posição. Foi uma competição ruim, principalmente porque os ventos da Dinamarca não favorecem o brasileiro, que tem características mais conservadoras. Não há dúvidas que Zarif chegará aos Jogos de Tóquio com chances de pódio na classe Finn.

As três classes acima são aquelas que o Brasil chegaria, se a Olimpíada fosse hoje, com mais chances de medalha. A classe RS:x feminina e a 470 feminina também podem ficar entre as melhores, mas as chances não são tão grandes assim.

Na 470, é sempre bom lembrar que Ana Luiza Barbachan e Fernanda Oliveira ficaram mais de um ano separadas, e chegaram ao Mundial ainda destreinadas. Ficaram em 14º lugar. Foram top 8 nas duas últimas Olimpíada. Em Londres 2012, fizeram uma Olimpíada boa, sem sexto. Na Rio 2016, ficaram abaixo do esperado, já que chegaram cotadas para o pódio, mas tiveram uma semana ruim, em oitavo. Precisam melhorar para chegar entre as melhores, mas têm totais condições.

Na RS:X feminina, Patrícia Freitas ficou em 20º lugar no Mundial, 12ª se contarmos uma atleta por país. Top 10 na Olimpíada do Rio, tem conseguido sempre ficar entre as primeiras colocadas em etapas da Copa do Mundo. Falta um salto para brigar pelo pódio. Há chances.

Nas outras cinco classes, se não houver nenhum grande salto, o Brasil não briga por medalhas. Claro que eu espero estar errado, torço para uma reviravolta, mas não é a tendência.

Na rs:x masculino, alguns nomes estão aparecendo, mas nenhum ainda com o nível de Ricardo Winick, o Bimba, top 10 nas últimas quatro Olimpíadas e campeão mundial em 2007. Se ele optar por voltar a competir (não disputa grandes competições há dois anos), pode brigar lá em cima. Sem ele, é uma classe que o Brasil dificilmente ficará no top 10 nas principais competições.

Na Laser, um resultado muito bom no Mundial foi o de João Pedro. Atleta jovem, que pode crescer nos próximos anos, mas ainda há uma briga interna no Brasil para decidir quem ficará com a vaga olímpica para Tóquio 2020.

Na 49er, o Brasil tem duas duplas competitivas. Ainda não demonstraram força para brigar por medalhas nas grandes competições, mas podem brigar por top 10. Se evoluírem, dá para pensar mais alto.

Por fim, nas classes Laser Radial (mulheres) e 470 (homens), os velejadores não conseguiram fazer um bom Mundial e, já há alguns anos, não conseguem ficar entre os primeiros colocados nas principais competições. A conquista da vaga olímpica é bem possível, mas brigar pelas primeiras posições ainda é algo distante.

 

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