Tudo mudou! Apenas três meses depois de dar à luz a Antônia, Elize Maia aceitou o desafio e formou dupla com Maria Elisa Antonelli para disputar a etapa de Ribeirão Preto, do Circuito Brasileiro de vôlei de praia. A rotina passou a ser outra, já que uma bebê espera por ela no hotel perto do local da competição. O resultado é importante, mas secundário. Assista ao vídeo!
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“A gente muda muito a mentalidade. O que antes era problema, hoje não é tão problemático assim. É mais simples. A prioridade acabou pra você. Não dormimos mais. Ao mesmo tempo eu fiquei mais ativa, consigo fazer mais coisa hoje do que antes sem ela, por incrível que pareça. Mais motiva pra treinar. Mais feliz. Veio completando mesmo”, contou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
“Foi uma surpresa (a gravidez). Nem estava passando pela minha cabeça, nem estava nos meus planos. Fui fazer exames de rotina, que eu faço todo ano e descobri um coração”, brinca. “Eu confesso que na hora não caiu a minha ficha. A gente fica alguns dias se perguntando como, mas foi uma surpresa muito boa,” relembra Elize Maia.
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Embora tivesse o sonho de ser mãe, Elize Maia não sabia qual seria a hora certa. Como em todo esporte olímpico, os ciclos e os anos sempre são pensados estrategicamente, o que dificulta a vida pessoal e a possibilidade de uma gravidez para as mulheres.
“Meu marido já estava querendo há muito tempo, mas eu como atleta é um pouco mais complicado parar para engravidar. Mas foi uma surpresa muito boa. Estou muito feliz,” comemora. “O fato de ter sido uma surpresa até me ajudou. Era uma coisa que eu queria, mas não sabia quando”, completa.
O esporte ficou de lado nos primeiros meses de gravidez por precaução, depois notou que estava sem férias há 10 anos e resolveu aquietar um pouco. Elize Maia teve nove meses tranquilos e não teve nem enjôos. Viveu uma rotina diferente.
“Foi a fase que eu me senti mais plena na vida. Se eu soubesse que ia ser tão bom, eu teria tido antes. Foi um momento que eu também pude olhar para mim. No alto rendimento, a gente fica sempre focada nos objetivos, nos ciclos, treinamento. A gravidez é um momento que você olha para dentro, consegue se acolher um pouco. Olhar para si mesma. Eu nem sei explicar”.
O convite de Maria Elisa veio na etapa anterior, mas Elize Maia não tinha tempo suficiente para conseguir jogar. Agora, a rotina de competição mudou: “Eu venho, jogo, saio correndo pra dar de mama. Dou de mama, aproveito e tiro um pouquinho mais de leite – ela está só no leite materno exclusivo. Deixo para o próximo jogo. Venho e jogo. E é assim. Vamos ver como vai ser.”
As cenas dos próximos capítulos envolvem além da mãe atleta, também bebê, que será atleta? “Ela tem grandes chances de ser. Meu marido é mestre de jiu-jítsu, professor de educação física. Eu sou vôlei de praia. Vamos ficar muito feliz se ela for (atleta), mas ela que vai escolher. Ela estar feliz é o que importa.”