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Pan 2019

Do veterano ao simples, o Pan é muito mais que um torneio

Mesmo experiente no vôlei de praia, Thiago vê Jogos como sonho realizado. Carol Horta exalta interação com adversárias

Quem vê o tamanho do sorriso de Thiago após sair da arena do vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos não imagina que ele e seu parceiro Oscar já estão há anos disputando o circuito mundial, enfrentando os maiores atletas do mundo na modalidade. Nesta quarta-feira (24) eles estrearam em Lima contra dois garotos da Costa Rica que mal conseguiram fazer alguma frente aos dois. Nada que tirasse o brilho do momento.

“Foi gostoso por estar realizando um sonho”, explicou Thiago, 36 anos, ainda com os pés cheios da areia da arena montada na praia. “A estreia é sempre complicada principalmente em um torneio como o Pan-Americano, que gera uma responsabilidade maior. Tem uma cobertura maior de imprensa”, completou o parceiro Oscar, de 34 anos. “Tá todo mundo no Brasil te assistindo, mandando aquela energia positiva e a cobrança aumenta. A gente tinha noção que o primeiro jogo ia ser mais complicado por conta da ansiedade”, acrescentou.

Apesar da tensão inicial, logo conseguiram se soltar. “A gente se preparou tanto que quando chegou lá dentro esquecemos um pouco disso e conseguimos trabalhar normalmente. O nervosismo se transformou em comunicação e a gente conseguiu fluir com a partida. A gente conseguiu se divertir dentro do jogo”, falou Thiago.

“Elas queriam o vídeo do jogo”

Logo após eles vencerem, foi a vez de Carol Horta e Angela entrarem para enfrentar Charles e Valenciana, das Ilhas Virgens. A vitória foi, digamos, um atropelo. Em pouco mais de vinte minutos despacharam as adversárias, que só conseguiram fazer o primeiro ponto quando o placar do primeiro set estava 11 a 0 para as brasileiras.

“A gente respeita muito os adversários independente se é inferior ou não”, disse a Carol Horta. A relação, porém, vai além do respeito. “É bem legal porque a gente tem troca de experiencias. Para elas também é muito bacana. Muitas vezes elas têm a gente como ídolo. Elas pediram para passar o jogo porque elas querem ter o vídeo do jogo depois. É legal esse momento com países que a gente acha que não tem muito esporte e poder ver eles aqui participando, como a Nicarágua e elas”, diz, vendo nas adversárias o que ela foi um dia.

“Quando eu comecei tinha a Larissa e a Juliana como ídolos e a primeira vez que eu joguei contra elas a gente fica muito nervosa e diz assim: ‘caramba, estou aqui jogando contra elas'”, falou, sem deixar de expressar a gratidão com o que passou “Por exemplo, quando eu fui jogar a primeira contra a Walsh eu falei ‘caraca, é a Walsh, eu estou aqui jogando contra a Walsh'”, relembra, citando uma das maiores atletas de vôlei de praia da história.

Angela, que ao lado de Carol corre o mundo jogando vôlei de praia no mais alto nível, também reagiu com alegria à estreia, mesmo sem que, de fato, tenham precisado jogar o que sabem para vencer. “Toda vez que começa uma competição é uma experiência incrível. Eu amo o que eu faço”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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