Desatenta e errando muito, seleção brasileira perde por três sets a dois para a Polônia na segunda partida do Torneio de Montreux
Atual campeão, o Brasil fez de tudo para perder diante da Polônia no Torneio de Montreux, e conseguiu. Muito desinteressada e cometendo erros bobos, a seleção acabou derrota por três sets a dois (25/20, 21/25, 22/25, 25/22 e 15 a 12) e vai ter que lidar com uma derrota amarga na sequência da competição.
No final das contas, as polonesas até erraram mais (25 a 20), mas as brasileiras erraram no posicionamento em quadra e na atitude. Por diversas vezes, Zé Roberto pediu atenção nas coberturas, na movimentação do bloqueio adversário e no alvo durante o saque. Mas nada foi absorvido pelas atletas. Por diversas vezes, as polonesas conseguiram deixadinhas. O bloqueio polonês confundiu o ataque brasileiro que não soube reagir. E o saque brasileiro perdeu sua efetividade.
É fato que Zé Roberto está resguardando suas atletas e enxerga o torneio suíço como preparatório para o Mundial da categoria. Tanto é que Fê Garay, que estava voando, só jogou os dois primeiros sets e deu lugar para Drussyla que entrou muito bem. Aliás não fosse sua performance (16 pontos), o Brasil teria perdido por uma diferença maior.
Thaisa nem entrou na partida, e sua substituta também ficou de fora na reta final da partida. Adenízia foi muito enquanto esteve em quadra, principalmente nos bloqueios (6). Após um começo irregular e uma melhor ao longo da partida, Dani Lins foi sacada no quarto set e não voltou mais. Roberta não entrou bem, mas seguiu até o fim.
De bom mesmo foi ver a volta de Natália à quadra, mesmo por poucos segundos.
O jogo
Mais uma vez, a seleção brasileira entrou em quadra desconcentrada, errando no saque e sem incomodar no bloqueio. Dani Lins usava e abusava de Fê Garay, mas as polonesas foram ajustando o tempo até pegarem a atacante brasileira. Adenízia parecia fora de sintonia e não apareceu no primeiro set.
A recepção não ajudou, as polonesas abriram boa vantagem no fim do set e venceram por 25 a 20. O jogo parecia muito com o primeiro diante da Rússia. Não à toa, as brasileiras voltaram muito melhores para a segunda parcial. O nível de atenção foi outro, o bloqueio acordou – foram sete contra zero no primeiro set -, e os erros bobos no saque ficaram no passado.
As polonesas sentiram a diferença e passaram a errar mais também. A vantagem brasileira sempre esteve na casa dos três pontos até a metade do set. Daí pra frente, Fê Garay emendou quatro pontos seguidos, no ataque e no bloqueio, e o Brasil abriu uma vantagem confortável. Mas a dificuldade em fechar o set apareceu. As brasileiras desperdiçaram dois set points, até fecharem em 25 a 21.
Na volta para o terceiro set, Fê Garay saiu para a entrada de Drussyla. E diferentemente do jogo contra as russas, a reserva entrou já no mesmo ritmo do time, virando bola e sacando bem. O Brasil jogava fácil e abriu 12 a 5. Mas veio o relaxamento, as polonesas reagiram e encostaram em 12 a 11. Zé pediu um tempo e cobrou uma melhor distribuição de Dani Lins.
A bronca surtiu efeito. A levantadora foi distribuindo melhor, uma hora pra Drussyla, outra para Gabi, mais uma para Rosamaria. As brasileiras recuperaram a vantagem e e cresceram no set. Contudo, mais uma vez, o time vacilou na hora de definir, perdeu dois sets points e Zé Roberto teve que pedir outro tempo. Sem dar mais chance para o azar, a seleção fez 25 a 22 e venceu o terceiro set.
O quarto set foi muito equilibrado. Era ponto lá e cá, nenhuma das equipes conseguia abrir vantagem. Mas o Brasil abriu três de vantagem ao fazer 15 a 12. Entretanto, nada deu certo daí para frente. Tanto que a levantadora Dani Lins foi sacada da equipe. A Polônia pulou na frente e não perdeu mais: 25 a 22.
No tie-break, as brasileiras começaram bem, mas rapidamente se perderam. As polonesas cresceram e abriram 8 a 5 no placar. Para cada acerto, a seleção brasileira errava duas vezes. A Polônia manteve a vantagem e venceu por 15 a 12.
