Depois do confronto entre Osasco e Bauru, Tandara e Tiffany se manifestaram sobre polêmica na Superliga feminina de vôlei.
Desde a estreia na Superliga feminina de vôlei, em dezembro do último ano, Tiffany vem roubando a cena do campeonato. Em quase dois meses de atuação pelo Bauru, a oposta já superou a média de pontos de Tandara, do Osasco – a maior pontuadora da competição.
Na noite desta sexta-feira (3), Tandara e Tiffany se enfrentaram no confronto entre Osasco e Bauru, no Ginásio José Liberatti. No jogo, vencido pelo Osasco, as duas opostas marcaram 31 pontos. O pronunciamento mais esperado da noite foi justamente o de Tandara, que ainda não havia falado sobre o caso da primeira transexual a atuar pela Superliga.
A oposta do Osasco foi cuidadosa ao se colocar contra a atuação de Tiffany. “É um assunto muito delicado. Várias jogadoras se expressaram e receberam críticas. Eu estava me resguardando, esperando esse jogo, porque sabia que seria abordada. Por isso, me preservei pra esse momento, estudei, tirei dúvidas, conversei com especialistas, como nosso fisiologista, preparador físico, fisioterapeuta, entre outros, e tive um respaldo primeiro, pra depois falar minha opinião. Hoje, eu respeito muito a história dela, pra sociedade é muito importante isso. Mas independente se a Tiffany faz diferença ou não em quadra, posso dizer que não concordo, pelo fato de ela participar de uma Superliga Feminina”, disse.
“Seu desenvolvimento foi como sexo masculino, tem mais massa muscular, quadril mais fino, o que favorece a impulsão, tem pulmão maior, e leva vantagem. É um assunto delicado. Mas quero deixar claro que não é homofobia, é fisiologia”, completou Tandara.
Como Tandara citou, a presença de Tiffany na Superliga tem causado divergência de opiniões. A oposta do Bauru, porém, mostrou tranquilidade ao falar do assunto, rebatendo o argumento fisiológico. “Se colocar uma rede masculina aqui, eu só ataco na fita! Depois que faz a cirurgia, você se adapta, vira totalmente uma mulher. Eu já não consigo mais jogar como antes. Uma coisa que se nota muito é o cansaço físico, eu necessito de dois dias a mais que as meninas para descansar. Eu não tenho muito físico por causa da hormonização e da cirurgia, é difícil”, comentou.
“Eu não tenho nenhum pouco de preocupação, até porque eu sou uma mulher transexual já com a cirurgia. O máximo que eles podem fazer é votar uma lei pela cirurgia, que eu já tenho. Sou feliz comigo mesma. Se um dia acontecer a proibição de eu jogar no feminino por algum motivo, eu não vou reclamar, vou seguir minha vida normal como uma mulher, em outro trabalho qualquer. Porém, já tenho notícias de que a única diferença será de dez para cinco, e minha testosterona é 0,12, então não tenho com o que me preocupar”, finalizou Tiffany, lembrando das exigências do COI e da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
Atualmente, de acordo com as estatísticas da CBV, Tandara é a maior pontuadora da Superliga feminina de vôlei 2017/2018, com 347 pontos marcados até o momento. Já Tiffany, superou a adversária na média de pontos por sets, marcando 5,46, enquanto Tandara tem 4,89. O Osasco ocupa a 3ª posição na classificação, enquanto o Bauru aparece na 7ª.