A levantadora Macris foi convocada para a seleção brasileira feminina de vôlei pela primeira vez em 2015, com 26 anos. Foi neste ano que começou a conviver mais de perto com o técnico Zé Roberto Guimarães. Ausente da lista de selecionáveis em 2016, a atleta voltou a ser lembrada nos três anos seguintes deste ciclo olímpico. Porém, foi em 2019 que ela teve uma participação mais efetiva, ganhando a titularidade e se colocando à frente por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
+ Projeto do Curitiba Vôlei pode ser encerrado após polêmicas
Em maio, Zé Roberto participou do programa “Os Canalhas“, do “UOL”, e, em conversa com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, o treinador elogiou Macris ao dizer que, no momento, ela está em vantagem em relação às demais levantadoras. Além disso, o técnico pontuou também que nunca teve conflito com a jogadora.
“Aos poucos, o atleta vai adquirindo maturidade para saber filtrar tudo que vem de fora. Todas as informações, tanto as positivas quanto as negativas. E as positivas não podem fazer com que nos deixe acomodadas e estagnadas. É claro que é ótimo receber um elogio, uma pontuação positiva, porém, como ele colocou: é do momento”, destacou Macris, com exclusividade ao Olimpíada Todo Dia.
+ Técnicos aprovam e seleções não se reunirão em 2020
“Para entrar em uma lista de Jogos Olímpicos, você tem que estar bem no momento. Não adianta ter títulos e boas performances no passado. Enfim, a história conta para sua maturidade, mas se não estiver bem no presente não vai conseguir ser útil ao grupo. Meu foco é estar bem e preparada para, se aparecer a oportunidade, poder ajudar o Brasil da melhor maneira. Vestir essa camisa é sempre um orgulho”, acrescentou a atleta.
Relação com Zé Roberto e evolução na defesa
Zé Roberto comentou no programa “Os Canalhas” que Macris tem potencial para ser uma das melhores levantadoras do mundo e que, por jogar nessa posição, precisa melhorar na defesa. A atleta respondeu ao OTD o que achou do posicionamento do treinador e contou que foi muito cobrada sobre isso em 2019.
+ Rapha renova e segue no Benfica por mais uma temporada
“Foi muito cobrada essa questão da defesa em 2019. Ele me disse: ‘treine defesa com todas as suas forças’. Depois a gente pensa e avalia que isso é positivo porque realmente é um ponto importante. Ele sempre me falava para ter o mesmo gosto na defesa que tenho para levantar. E que para levantar tenho todo aquele amor e paixão e que preciso colocar mais disso na defesa para melhorar nesse fundamento e contribuir de modo mais completo”, comentou.
Sem atrito com o técnico
“Infelizmente muitas pessoas, equivocadamente, tiraram, não sei de onde, que ele não gostava de mim ou que eu tivesse algum tipo de conflito com ele. E a gente nunca teve nenhum conflito. É importante ter maturidade e entendimento sobre essas coisas que são pontuadas. É preciso saber filtrar as informações e aprender e se dedicar, pois, se você está sendo cobrada, é porque tem capacidade para melhorar”, afirmou Macris.
+ Leandro Vissotto retorna ao Vôlei Renata após dois anos
Macris também comentou que entende as cobranças. “Muitas vezes o técnico precisa cobrar de forma mais incisiva. Não dá para ser calmo. Com a levantadora a comunicação tem que ser rápida, pois é ela que estrutura o jogo. Aprendi que é importante ter maturidade para saber momento certo para usar a largada de segunda ou o levantamento com uma das mãos. É importante usar o recurso, mas tem que saber momento certo”, apontou.
Sonho olímpico em Tóquio
Se a pandemia de coronavírus não tivesse se alastrado pelo mundo, Macris estaria na reta final de preparação da seleção brasileira visando a disputa dos Jogos de Tóquio, que foram adiados para 2021. Campeã sul-americana e vice da Liga das Nações em 2019, a levantadora vive a expectativa de participar de sua primeira Olimpíada. Com mais um ano pela frente, ela terá que lidar com a espera e quer estar pronta.
+ Brasil lidera ranking no masculino e está em 3º no feminino
“Eu esperava, pelo menos era meu desejo, que pudesse estar lá nesse momento. Disputar uma Olimpíada e poder representar seu país em um evento dessa importância é um sonho para qualquer atleta. Talvez seja o objetivo mais alto que um atleta possa alcançar. Eu sempre busco melhorar e meu foco era estar preparada para contribuir da melhor maneira. Seria de uma enorme felicidade e realização poder batalhar em Tóquio pelo Brasil”, afirmou Macris.
Macris x Zé Roberto no tênis?
Antes de se definir pelo vôlei, Macris também praticava tênis até uns 13 anos. A atleta treinava as duas modalidades e chegou a participar de Jogos Escolares e ter oportunidade de ganhar bolsa e jogar tênis profissionalmente. Quem também tem história com o tênis é o técnico Zé Roberto. Fã do esporte, o treinador gosta de jogar nos tempos livres e, na Olimpíada de Londres-2012, ganhou uma raquete de presente do sérvio Novak Djokovic.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
E como seria um eventual confronto entre Zé Roberto e Macris? “Acho que dá para fazer ele cansar e correr bastante. Talvez eu não tenha a técnica ideal porque não segui com os treinamentos e não consiga devolver a bola atacando e com força. Mas, garanto que corro atrás de todas as bolas e as devolvo. Posso fazer ele correr e talvez acabe o vencendo pelo cansaço”, brincou a levantadora.