Conquistas não faltam na carreira da central Walewska, mas ela não está satisfeita. Perto de completar 41 anos, a campeã olímpica em Pequim-2008 mantém o entusiasmo de continuar entrando em quadra e a vontade de ganhar títulos. Neste domingo (14), o “Blog do Voloch”, no “Estadão”, divulgou que a jogadora renovou seu contrato com o Dentil/Praia Clube.
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Profissionalmente, a atleta começou no Minas, em 1997, com 17 anos. Somando as duas passagens, Walewska vai para sua quinta temporada no em Uberlândia, sua 23ª em quadra. Com a permanência da campeã olímpica, o Praia Clube terá uma disputa acirrada entre as centrais, já que acertou com Carol e a dominicana Jineiry Martínez e ainda tem Angélica.
“Estou vivendo cada temporada como se fosse a última, pois, em breve, a última chegará. Mas, enquanto tiver prazer e ambições por títulos, estarei na quadra. Já começo a pensar no meu futuro fora das quadras, tenho algumas coisas em mente, mas ainda nada concreto”, afirmou Walewska em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Começo na seleção e contato com geração de 1996
O começo de Walewska vestindo a camisa do Brasil aconteceu sob o comando de Bernardinho. A primeira convocação foi em 1998, com 19 anos, e a jogadora chegou para integrar um elenco que havia acabado de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996.
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Ainda jovem, ela chegou para integrar uma geração com jogadoras renomadas como Ana Moser, Fernanda Venturini, Márcia Fu, Ana Paula, Ana Flávia, Ida, Hilma, Fofão, Virna e Ida. Antes de sua primeira Olimpíada, Walewska foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999.
“A minha primeira convocação formou o que sou enquanto atleta. Ter tido contato com essa geração me fez entender realmente o que era profissionalismo e o quanto era importante vestir a camisa da seleção brasileira”, declarou Walewska, que conquistou diversos títulos com a camisa do Brasil.
Elogios à Zé Roberto e Bernardinho
Walewska se considera privilegiada por ter trabalhado com Bernardinho e Zé Roberto. De 1998 a 2003, a central defendeu o Rexona-Ades que, na época, tinha sede em Curitiba. No mesmo período, representou o Brasil na conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000. Tanto no clube quanto na seleção, era treinada por Bernardinho.
Com Zé Roberto, Walewska trabalhou no Vôlei Amil, de Campinas, de 2012 a 2014, e nas Olimpíadas de Atenas-2004, competição que ficou em quarto lugar, e Pequim-2008, torneio que foi campeã olímpica. A central vestiu a camisa do Brasil por dez anos. Ela chegou a se aposentou, mas, em 2013, teve um breve retorno e foi campeã da Copa dos Campeões, no Japão.
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“Ter trabalhado no clube e na seleção com os dois técnicos mais vitoriosos do mundo foi um privilégio e pude observar e captar as melhores virtudes de cada um deles. Cada um com sua característica, eles conseguiram atingiram marcas inéditas e ensinaram ao mundo como se comanda homens e mulheres”, destacou Walewska.
Mudanças do vôlei
Quando Walewska iniciou na modalidade ainda não existia a posição de líbero e as centrais precisavam contribuir na recepção. De 1997 a 2020 muitas coisas mudaram no vôlei tanto dentro quanto fora de quadra. Por ter vivenciado todos esses momentos e modificações, a atleta sabe explicar como o jogo era jogado no seu começo e como é praticado na atualidade.
“Quando iniciei no vôlei, aprendíamos todos os fundamentos. Todas as jogadoras, independente da posição, sabiam fazer tudo. Hoje as atletas já chegam direcionadas as suas posições é só aprendem os fundamentos específicos para a sua posição. Além disso, a velocidade e a força também são determinantes hoje”, concluiu a campeã olímpica.
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Além das participações olímpicas e do ouro no Pan-Americano de 1999, Walewska foi prata no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, tricampeã do Grand Prix (2004, 2006 e 2008) e vice-campeã Mundial, em 2006. Por clubes, ganhou os títulos da Superliga em 1999/00 e 2017/18 e da Liga dos Campeões da Europa pelo Perugia, em 2006.