O central Lucão é um dos pilares da seleção brasileira masculina de vôlei e veste a camisa do time adulto do Brasil há mais de 10 anos. O atleta tem duas Olimpíadas em sua carreira, ganhando a medalha de prata em Londres-2012 e o ouro na Rio-2016. Aos 34 anos, o atleta tem experiência na competição e espera bastante equilíbrio nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que serão disputados em 2021 por conta da pandemia de coronavírus.
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Em 2019, o Brasil foi campeão invicto da Copa do Mundo, quarto colocado na Liga das Nações, primeiro colocado no Pré-Olímpico, que garantiu a vaga em Tóquio, e campeão Sul-Americano. Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, Lucão analisou o cenário do vôlei masculino e apontou alguns dos principais adversários que a seleção brasileira terá pela frente na busca pela segunda medalha de ouro olímpica consecutiva
“Na Copa do Mundo algumas equipes não foram com os principais jogadores, outras levaram força máxima e nós conseguimos jogar muito bem também. Mas o vôlei masculino está cada vez mais equilibrado e quase todos os jogos são complicados. O Japão, por exemplo, fez bons jogos com todo mundo e, teoricamente, não é um dos favoritos. Por isso, é muito difícil colocarmos quais são os principais adversários”, disse Lucão.
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“Talvez me esqueça de alguma seleção, mas coloco por cima os de sempre: Rússia, França, Estados Unidos e Polônia. Tem também a própria Argentina, que vem jogando muito bem nesses últimos anos. Acredito que no cenário atual várias equipes podem chegar em uma final olímpica”, acrescentou o atleta, citando os principais rivais nos Jogos de Tóquio.
‘Jogos com torcida só depois de uma vacina’
Campeão da Superliga de 2018/19 atuando pelo EMS Taubaté Funvic, Lucão permaneceu para a edição de 2019/20, que precisou ser cancelada sem vencedor devido ao coronavírus. A doença também foi responsável pelo adiamento dos Jogos de Tóquio e pela suspensão de diversos eventos pelo mundo. Ainda sem previsão de volta aos treinos no Brasil, o central acredita que jogos com torcida só serão possíveis com surgimento de uma vacina.
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“Acho que a retomada vai depender de quando os governos vão liberar para que os clubes abram para que possamos ter os treinamentos. Acho que será difícil treinar em grupo novamente sem ter uma pesquisa mais pesada para descobrir quem já teve ou não teve o coronavírus, quando foi e se tem a chance de pegar de novo”, opinou o atleta.
“Quanto aos jogos, principalmente com torcida, acredito que só depois de uma vacina porque trabalhamos em um ambiente extremamente fechado e com aproximação de pessoas. Portanto, sem vacina fica realmente muito complicado. Estou torcendo para que tenhamos uma vacina o quanto antes e que possa ajudar bastante a diminuir a contaminação”, completou Lucão.
Aprendizado em Londres-2012
Lucão esteve na lista de convocados em dois Jogos Olímpicos e, em ambos, chegou à decisão. Em sua primeira experiência, o central participou ativamente em quadra da campanha que culminou com a medalha de prata. Na final, o Brasil chegou a abrir 2 sets a 0 e estava vencendo por 21 a 18 no terceiro set. Inclusive, chegou a ter dois match points. Porém, a Rússia virou e ficou com o ouro.
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“A primeira lembrança de Londres é de tristeza por causa da final, pois estávamos jogando bem, com o jogo na mão e dominando a partida, mas depois sofremos aquela reviravolta. Tem um pouco do gosto amargo da derrota, porém, logo depois que saí da Vila Olímpica, me veio a felicidade de ter ganhado uma medalha de prata, mesmo do jeito que foi, na minha primeira Olimpíada”, lembrou Lucão.
Para Lucão, a derrota em Londres deixou lições importantes. Os ensinamentos contribuíram para a conquista em 2016. O jogador reforçou o que aprendeu na decisão olímpica para que não volte a cometer os mesmos erros daquela partida.
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“O aprendizado é que não existe vitória antes de fechar o jogo. Aquela velha máxima de que só acaba quando o juiz apita serve para o vôlei também, por isso, enquanto não vencer três sets tudo pode acontecer. Ainda mais no momento atual, já que a cada ano que passa o esporte está mais equilibrado. Esse é o aprendizado que fica para não sentirmos aquele gostinho amargo novamente”, destacou.
Virada de chave na Rio-2016
O aprendizado surtiu efeito e o Brasil subiu ao topo do pódio na edição seguinte. Na Rio-2016, a seleção brasileira começou oscilando e chegou na última partida da fase de classificação com o risco de não avançar para a etapa eliminatória. Lucão acredita que o confronto diante da França foi fundamental para o fortalecimento da equipe
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“Na Rio-2016 a nossa primeira final já foi na fase classificatória, aquele jogo contra a França. Lembro até hoje que, um dia antes da partida, o Serginho disse para o grupo que estava na UTI e que dependia de nós para sair de lá e ter mais uma chance de chegar a uma final olímpica e disputar a medalha de ouro”, disse o central.
“Esse momento marcou muito e depois daquele jogo aconteceu uma grande virada de chave. A partir daquela partida nossa equipe cresceu muito coletivamente. Nosso time começou a jogar como equipe e com desempenho muito forte. E passamos a ter uma regularidade que não vínhamos tendo no campeonato até o momento”, concluiu Lucão.
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Depois de superar a França, o Brasil passou pela Argentina, nas quartas de final, por 3 sets a 1. Em seguida, os comandados do técnico Bernardinho venceram a Rússia em parciais diretas. Na final olímpica, Lucão e seus companheiros aplicaram um 3 a 0 diante da Itália.