8 5
Siga o OTD

Vôlei

Após reviravolta, Wallace revela acordo com time da Turquia

Após quase fechar com time russo, Wallace revela acordo encaminhado com o Spor Toto, da Turquia, em live do OTD

Wallace estava no Sesc-RJ, mas equipe encerrou projeto no vôlei masculino (Divulgação/Sesc-RJ)

Wallace está próximo de definir seu futuro após o Sesc-RJ encerrar a equipe de vôlei masculino. Em live realizada no Instagram do Olimpíada Todo Dia, o oposto revelou que já tem um acordo encaminhado para defender o Spor Toto, da Turquia, em sua primeira temporada fora do Brasil. O destino, entretanto, era para ser a Rússia, mas a pandemia do novo coronavírus mudou tudo.

“Está tudo bem encaminhado para eu ir para a Turquia. Mas estou aguardando mais alguns detalhes. Nesses tempos de pandemia e crise do coronavírus, não só no Brasil como no mundo inteiro, eles fizeram uma proposta legal. Não estou indo somente pelo dinheiro, mas também pela oportunidade de fazer uma primeira temporada fora do Brasil. É um clube que vem crescendo muito e vai subir mais ainda nessa temporada”, disse.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK

Antes de encaminhar o acordo com o Sport Toto, Wallace esteve próximo de defender um time da Rússia. Sem revelar qual equipe, o oposto disse que a negociação foi frustrada pela crise financeira gerada pelo coronavírus no país, que já contabilizou mais de 400 mil casos, sendo o terceiro mais afetado do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Brasil.

“Eu tinha fechado com um time da Rússia, mas aos 45 minutos do segundo tempo veio a pandemia novamente lá e quebrou a moeda deles. Eles falaram que não conseguiriam mais honrar com o que tinham prometido, e acabou não dando certo”, contou.

O que Wallace pode esperar na Turquia?

Após negociação com equipe russa ser frustrada pela crise do coronavírus, Wallace deve ter primeira experiência no vôlei de fora do Brasil na Turquia.
Wallace terá primeira experiência internacional (Divulgação/FIVB)

Caso a negociação com o Spor Toto se concretize, Wallace terá a companhia de Gelinski (levantador) e Leozinho (ponteiro), que tiveram os seus contratos renovados recentemente pelo clube da Turquia. O levantador foi companheiro do oposto quando defendiam o Araçatuba, enquanto Leozinho atuou ao lado do campeão olímpico no Sada Cruzeiro.

Wallace também pode esperar uma temporada agitada. A liga turca de vôlei encerrou a última edição antecipadamente e definiu que não haveriam rebaixados, mas confirmou que quatro equipes vão subir. Deste modo, a competição de 2020/21 terá 16 times. O Spor Toto era o quarto colocado quando a competição foi cancelada.

Ciente de que talvez tenha que passar 14 dias em quarentena por conta do coronavírus assim que chegar à Turquia, Wallace acredita que a nova temporada começará na metade do segundo semestre em decorrência dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para julho do próximo ano.

“A coisa na Turquia não está tão feia como está no Brasil. Acredito que eles vão antecipar as competições por conta da Olimpíada de Tóquio. Então acredito que vai terminar mais cedo, mas não tem nada certo. Acho que a liga vai começar em meados de setembro”, afirmou, antes de falar sobre como vai encarar a distância para sua esposa e seus dois filhos.  

“A família vai sentir muita falta, sem dúvida. As crianças vão sentir muito, mas é costume. Eles vão se acostumar e quero fazer os meus pais e os pais da minha esposa irem para a Turquia uma vez na temporada. Eu joguei pela seleção há muito tempo e já fiquei bastante fora. Acho que não vou ter problema com isso. Mas na minha primeira temporada fora a gente vai descobrir como vai ser”, analisou.

Sonho em jogar no Japão

Após negociação com equipe russa ser frutrada pela crise do coronavírus, Wallace deve ter primeira experiência no vôlei de fora do Brasil na Turquia.
Wallace já foi a duas Olimpíadas com a seleção brasileira de vôlei (FIVB/Divulgação)

Apesar de quase fechar com um time russo e estar praticamente de malas prontas para morar na Turquia, Wallace queria mesmo era ir para o Japão. O oposto chegou a receber propostas de equipes japonesas, mas nenhuma vantajosa financeiramente. Nada que abale o sonho de um dia jogar na liga de vôlei do país asiático.

“Todo mundo sabe que minha vontade era realmente jogar no Japão. E tive poucas propostas de lá também, ainda nesse tempo de pandemia, complicou minha vida mais ainda. Sou fominha e lá os opostos estrangeiros recebem muitas bolas. Isso é uma das coisas que me fazem ter vontade de ter uma experiência lá. Não desisti de ter uma experiência lá, ainda tem muito tempo para isso acontecer”, revelou.

+ Rosamaria troca de time na Itália e assina com Casalmaggiore

O estilo da liga do Japão, entretanto, não é o único motivo de Wallace vislumbrar uma temporada lá. O extraquadra também contribui. O oposto é fã da cultura japonesa, especialmente da limpeza.

“A cultura deles é uma coisa absurda na questão de limpeza e educação. É algo que nunca vi em lugar nenhum e me chamou atenção. Durante as vezes que eu fui para lá, não vinha uma bituca de cigarro no chão ou lixo na rua. Eles são totalmente corretos lá. É uma mentalidade absurda, eles estão muito na frente”, disse.

Êxodo de brasileiros

Com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, o vôlei nacional está com o mercado interno está enfraquecido e vários atletas devem rumar à Europa. Entre os homens, duas das maiores equipes do país já sofreram com o impacto. O Sesc-RJ encerrou o time masculino e o Sesi-SP reduziu drasticamente o investimento.

“Não vai ter muita opção aqui no Brasil. Se você for ver, foram dois times grandes que praticamente saíram. São 12, 14 jogadores que… não vai ter time para todo mundo”, disse Wallace.

+ Mercado interno enfraquecido causa a saída de jogadores

O oposto, entretanto, vê algo positivo com o êxodo dos principais jogadores para a Europa. Com os times tendo com lidar com um orçamento menor e os atletas de nome rumando para as ligas estrangeiras, o número de jovens que receberão uma sequência na Superliga será maior.

“Essa é a chance de a molecada mostrar serviço, fazer uma liga boa e se firmar para poder crescer. Se os jogadores de ponta continuarem no Brasil, é normal ficar um pouco restrito para o pessoal que está chegando agora. Essa é a oportunidade de a molecada jogar uma liga inteira, uma liga difícil”, finalizou.

Mais em Vôlei