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Desempenho cai em relação a 2016, mas COB comemora ano e fala em ‘pés no chão’

No balanço do ano das modalidades olímpicas, resultado tem o terceiro melhor total de medalhas num ciclo pré-olímpico, mas ficou abaixo da prévia da Rio-2016

A brasileira Boa Ferreira comemora o título na categoria 60 kg no Mundial de boxe feminino na Rússia (Crédito: Reprodução)

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) já finalizou e deve divulgar em breve aquele tradicional balanço de resultados do ano. Este levantamento abrange os resultados das modalidades olímpicas do país nas principais competições da temporada. Serve, na prática, como um parâmetro para avaliar a qualidade do trabalho do esporte brasileiro no ciclo olímpico. Bem, os números apresentados nos mostram que podemos usar sem problemas a expressão “copo meio cheio, meio vazio”.

Por um lado, o chamado Time Brasil teve em números absolutos o seu melhor resultado neste ciclo olímpico para Tóquio-2020 em um hipotético quadro de medalhas do ano. Foram 22 medalhas, contra 18 no ano passado e 21 em 2017, de acordo com os números divulgados pelo COB. Este total só é menor do que o desempenho em Mundiais ou competições equivalentes de 2013, quando foram 27 pódios, e de 2014, com 24.

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Este é o lado cheio do copo. O lado “vazio” mostra um quadro um pouco menos festivo, quando se analisa o desempenho global, em comparação com o ciclo dos Jogos Rio-2016.

Nestes três últimos anos, os atletas e equipes do Brasil somaram 61 medalhas nas competições internacionais relevantes. Número ligeiramente inferior ao total acumulado nos três anos do ciclo olímpico anterior, quando foram computados 67 pódios.

De modo objetivo, isso é uma boa ou má notícia pensando na Olimpíada de Tóquio-2020?

O COB, obviamente, prefere olhar para o copo meio cheio, sem, contudo, tirar os pés da terra. “Se chegássemos a 20 medalhas, já entenderia como um bom parâmetro de avaliação. Isso nos colocaria em um top 15 pelos nossos cálculos na Olimpíada. Mas a verdade é que a partir de 31 de dezembro, a conta zera. Estes números servem apenas como referência”, diz Jorge Bichara, diretor de esportes do COB, em entrevista ao blog.

Segundo ele, o excesso de competições que as federações internacionais estão enfiando em seis calendários prejudica o trabalho de avaliação dos eventos importantes para uma comparação de desempenho.

“Está ficando cada vez mais difícil identificar qual evento que iremos escolher como competição de avaliação do ano. Tanto no caso da vela quanto do caratê, acabamos escolhendo o evento-teste realizado no Japão. Na vela, embora a Martine [Grael] e a Kaena [Kunze] tenham ficado com a prata no Mundial da 49er FX, consideramos o ouro no evento-teste. Muda a cor da medalha, mas o que importa, neste caso, é o total”, afirmou Bichara.

Alguns dos brasileiros medalhistas em 2019

 

O mais importante, para o diretor do COB, é ter os pés no chão quanto estas previsões. “Costumo dizer que a Olimpíada é uma reunião de talentos, onde o que faz a diferença é a preparação final. Estes sete próximos meses é que serão decisivos para quem quiser fazer um grande resultado em Tóquio. E o que importa é aumentar a diversidade de chances de medalha”, comentou Jorge Bichara.

Nesta temporada, 13 modalidades subiram ao pódio: boxe, canoagem velocidade, caratê, esgrima, ginástica artística, judô, natação, skate park, skate street, surfe, taekwondo, vela e vôlei.

Veja as medalhas brasileiras nos Mundiais e eventos semelhantes em 2019:

OURO

Nathalie Moellhausen – esgrima (espada) – campeã mundial na Hungria
Beatriz Ferreira – boxe (até 60kg) – campeã mundial na Rússia
Arthur Nory – ginástica artística (barra fixa) – campeão mundial na Alemanha
Isaquias Queiroz – canoagem velocidade (C1 1.000m) – campeão mundial na Hungria
Italo Ferreira – surfe – campeão do ISA Games no Japão
Pâmela Rosa – skate (street) – campeã mundial em São Paulo
Martine Grael/Kahena Kunze – vela (49er FX) – campeãs do evento-teste no Japão

PRATA

Silvana Lima – surfe – vice-campeã do ISA Games, no Japão
Rayssa Leal – skate (street) – vice-campeã mundial em São Paulo
Bruno Fratus – natação (50 m livre) – vice-campeão mundial em Gwangju (Coreia do Sul)
Luiz Francisco – skate (park) – vice-campeão mundial em São Paulo
Seleção feminina – vôlei – vice-campeonato na Liga das Nações, na China

BRONZE

Hebert Sousa – boxe (até 75kg) – terceiro lugar no Mundial da Rússia
Maicon Andrade – taekwondo (acima de 87kg) – terceiro no Mundial da Inglaterra
Milena Titoneli – taekwondo (até 67kg) – terceira no Mundial da Inglaterra
Mayra Aguiar – judô (até 78kg) – terceira no Mundial do Japão
Rafaela Silva – judô (até 57kg) – terceira no Mundial do Japão
Seleção brasileira – judô – terceira no Mundial do Japão
Pedro Quintas – skate (park) – terceiro no Mundial de São Paulo
Gabriel Medina – surfe – terceiro no ISA Games no Japão
Isaquias Queiroz/Erlon Souza – canoagem velocidade (C2 1.000m) – terceiros no Mundial da Hungria
Vinicius Figueira – karatê (até 67kg) – terceiro no Premier do Japão (serviu também como evento-teste)

 

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