“Eu amo o que eu faço”. A frase é de Kauê Willy que aos 24 anos é um dos nomes mais fortes do Brasil para estar na Olimpíada de Tóquio, em 2021, no triatlo. Na noite deste sábado (18), o triatleta conversou com o Olimpíada Todo Dia em live e comentou sobre toda a sua trajetória no esporte.
Nascido em Curitiba, Kauê Willy sempre teve o esporte no seu dia a dia. Como os pais são formados em educação física, a prática esportiva esteve em sua rotina desde muito cedo. Depois de passar por algumas modalidades, Kauê acabou encontrando o triatlo por incentivo familiar.
“Comecei na natação, fiz futsal, judô. Minha mãe tinha uma equipe de travessias, que é natação em águas abertas e participou de um duathlon (natação e corrida), eu vi e já quis participar. Com mais ou menos sete anos eu fiz o primeiro triatlo e me apaixonei. Minha mãe também estava começando na modalidade, foi a minha primeira técnica e assim foi”.
+ SIGA O OTD NO FACEBOOK, INSTAGRAM, TWITTER E YOUTUBE
Depois de conseguir encontrar sua grande paixão logo cedo, Kauê Willy não parou mais. Embalado pela prática esportiva e aproveitando que aquilo se tornou seu grande amor, Kauê não teve uma escolhe difícil para fazer quando começou a pensar no que queria fazer da vida.
“Eu sabia que eu queria ser atleta, isso foi a primeira coisa. Fazia outras modalidades e com uns 11, 12 anos de idade eu decidi fazer o triatlo. Já tinha vencido um ou dois brasileiros e escolhi seguir”.
Uma viagem de formatura diferente
“Não posso, tenho treino”. Essa frase é comum de ser ouvida quando estamos falando de atletas, mas digamos que Kauê Willy elevou o nível da afirmação quando era mais novo.
Como acontece na maioria das escolas do Brasil, Kauê Willy tinha uma viagem de formatura para fazer quando estava na oitava série. Contudo, quando todos estavam se preparando, pensando nas festas e na viagem, o triatleta fez um pedido diferente para os pais.
+ Brasil terá seis atletas participando da ‘Missão Europa’
“Sou chato nisso sair. Não gosto, prefiro ficar em casa. Lembro que na oitava série eu escolhi não ir na viagem de formatura da escola porque queria ir em um camping da seleção brasileira de triatlo em Portugal”.
Contudo, o camping de treinamento em questão foi organizado pela CBTri (Confederação Brasileira de Triatlo), e contava com os maiores nomes da modalidade. Para o jovem Kauê Willy, então com 14 anos, aquilo era mais do que poderia imaginar.
“Fiquei deslumbrado. Todos da seleção brasileira estavam lá e eu com 14 anos estava treinando com eles em Portugal. Aquela coisa de criança, que fica deslumbrado, encantado, aconteceu”.
Espelho para a nova geração
Kauê não esconde que sempre se espelhou em grandes nomes do triatlo brasileiro durante sua formação na modalidade. Uma das maiores referências do triatleta é Juraci Moreira.
Toda a honraria de Kauê Willy não é por menos. Juraci participou de três edições de Jogos Olímpicos, Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Contudo, hoje aos 24 anos de idade, Kauê tem passado por um processo um pouco diferente.
Já há alguns anos disputando competições internacionais e conquistando medalhas para o Brasil, Kauê é uma referência para a nova geração que tem começado no triatlo atualmente.
“É um peso, fico um pouco impactado. Não me vejo assim, quando falam eu fico até meio sem graça. Aqui em Curitiba tem uma escola de triatlo que as crianças fazem os treinos, faço alguns com eles e sempre tento ajudar”.
As medalhas nos Jogos
Apesar da idade, Kauê Willy vem conseguindo ter bons resultados nas competições internacionais que tem participado. Nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba-2018, o atleta ficou com o bronze no torneio individual. Mas o grande momento aconteceu em 2019.
“Os Jogos Sul-Americanos foi a minha primeira experiência em jogos desse tipo. Os Jogos Pan-Americanos de Lima eu não tive capacidade de conquistar a medalha no individual, não estava em um dia bom, mas na disputa por equipes eu conquistei o ouro e fez aumentar a vontade de estar em Tóquio”.
Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o triatlo terá uma disputa por equipes, com dois homens e duas mulheres no quarteto. Esse “novo” formato de disputa mudou a forma que os atletas viam o esporte e as competições e, para Willy, é um ponto positivo.
“O triatlo é um esporte individual. O atleta tem um pensamento somente na prova e no desempenho dele. A disputa por equipes mudou isso. No nosso time, nós somos muito amigos, eu vejo como uma família mesmo e temos esse pensamento de tentar ajudar o parceiro durante a prova. É bem diferente conosco”.
Objetivo e sonhos
Com os Jogos Olímpicos de Tóquio adiados por conta da pandemia do coronavírus, Kauê Willy pensa em ver as coisas pelos lado positivo. Há cerca de quatro meses sem uma competição oficial, o triatleta tenta ver como um tempo o período como um tempo único.
“Nós atletas nunca teremos períodos como esse, de quatro meses sem nenhuma competição. Estou tentando ver esse período como um tempo para aprimorar algumas coisas, melhorar a minha corrida tem sido o foco principal no momento e tem dado certo”.
Olhando para sua carreira e projetando os próximos anos, Kauê Willy é direto quando o assunto é seus objetivos. “Olimpíada é o principal objetivo. Tóquio 2021 é um sonho de criança. Depois quero dar uma relaxada. Pensar em disputar o Ironman e depois voltar a cabeça para Paris 2024, Los Angeles 2028. Quero a medalha olímpica também”.
Apesar de ter 24 anos e da carreira dos atletas no triatlo conseguirem prolongar suas carreira, em relação a outras modalidades, Kauê Willy já pensa no que fazer quando parar de competir oficialmente e não se vê fora do esporte.
“Pós carreira eu tenho vontade de ter uma equipe, de ser técnico de algum atleta profissional, elevar o nível do triatlo no Brasil”, finaliza o atleta.
Assista a live de Kauê Willy com o OTD: