Tandara é um dos principais nomes do vôlei feminino brasileiro e trabalha para ‘ser mais decisiva’ nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A oposto, de 31 anos, foi campeã olímpica em Londres-2012 e deseja participar de sua segunda Olimpíada, mas, desta vez, como protagonista, já que era reserva de Sheilla na medalha de ouro. Projetando o torneio, a atleta vê o adiamento como ‘ano ganho’ e não considera o Brasil favorito ao título.
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“O Brasil não é o favorito para ganhar a Olimpíada. Esse ano a mais vai servir para as jogadoras se recuperarem e chegarem melhor em 2021. Vai ser um ano ganho. Vi que o Zé Roberto (técnico da seleção brasileira feminina) falou que ele gostaria de ter caído no outro grupo, mas não é a nossa realidade. Vamos ter que jogar muito desde o início para ganhar confiança”, afirmou Tandara em entrevista à “Agência Brasil”.
“Quero ser sempre melhor hoje do que fui ontem e pior do que vou ser amanhã. Quero ser mais decisiva. Preciso treinar. Já fiz vários testes e sei que eu jogo aquilo que eu treino. Falei, recentemente, que me considero a melhor jogadora do Brasil. Não é para desmerecer ninguém. Eu preciso disso para me motivar a trabalhar cada vez mais”, acrescentou a oposto, que esteve no ciclo para os Jogos Rio-2016, mas não integrou a lista final.
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A seleção brasileira feminina está no grupo A nos Jogos de Tóquio juntamente com Japão, Sérvia, Coreia do Sul, República Dominicana e Quênia. Do outro lado, na chave B, estão China, atual campeã olímpica, Estados Unidos, Rússia, Itália, Argentina e Turquia. Os quatro primeiros de cada grupo avançam para a fase de quartas de final.
Volta para Osasco
Tandara completou na última sexta-feira (28) duas semanas de treinos com o Osasco. A equipe comandada pelo técnico Luizomar voltou às suas atividades no dia 17 deste mês após a paralisação devido à pandemia de coronavírus. Na temporada 2019/20, a oposto, que deve ser titular do Brasil em Tóquio, vestiu a camisa do Sesc-RJ. O acerto com o tradicional clube osasquense evidencia a identificação dela com a agremiação, já que será sua quarta passagem.
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“A minha história com o Osasco e com o Luizomar (técnico do clube) é longa. Ele me conheceu quando tinha 14 anos e foi ele que me deu a primeira chance na seleção. Essa é a minha quarta passagem, mas considero que nunca saí daqui. Mesmo jogando em outros clubes, a minha casa é em Osasco desde 2007. Escolhi a cidade para cuidar da minha filha. Os meus pais se sentem bem aqui. Esse lado familiar pesou”, disse Tandara.
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Foi com Tandara em quadra que o Osasco conquistou seu último título da Superliga, na temporada 2011/12, quando ainda atuava como ponteira. Neste retorno ao clube, a oposto voltou a treinar em alto rendimento há duas semanas. Durante a pausa em decorrência da pandemia, a atleta revelou que tocou pouco na bola no período de isolamento social. A jogadora e suas parceiras treinam visando o Campeonato Paulista de 2020.
Vitória na justiça
Tandara conquistou em junho deste ano uma vitória na justiça em processo contra o Praia Clube, agremiação de Uberlândia. A oposto teve seu recurso por direitos trabalhistas ligados à maternidade considerado procedente pela Subseção de Dissídios Individuais 1 (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A jogadora fez questão de ressaltar que sua postura sempre esteve ligada à causa e não ao dinheiro.
“Desde o início, nunca foi pelo dinheiro. Sempre foi pela causa. Para mostrar que podemos ser mães e podemos também ser atletas. Gostaria até mesmo de conversar com o governo federal para alguma garantia maior para as atletas durante a gravidez e a maternidade. O que tem que ficar bem claro é que gravidez não é doença. Tive a minha filha, a Maria Clara, e voltei a jogar bem”, destacou Tandara.
‘Atletas pela Democracia’
A oposto é integrante do movimento “Atletas pela Democracia” e comentou ser contra o projeto de lei 346/2019 da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que visa proibir que atletas trans atuem no estado de São Paulo, o que pode impedir Tifanny de jogar. “Da mesma maneira que a Tifanny foi autorizada a participar, ela não pode ser proibida por um projeto desses. Deve ser feito um estudo mais aprofundado”, afirmou Tandara.
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“A vantagem que por acaso ela tenha, deve ser comprovada. Não sou eu, nem o deputado que está tentando aprovar esse projeto, que vai decidir isso. Não é assim que as coisas funcionam. Mas a minha opinião não mudou. Eu respeito muito a Tifanny. Não tenho briga com ela. Nós temos as nossas formas de pensar. É preciso que as pessoas respeitem”, concluiu a oposto que, anteriormente, disse ser contra a participação de atleta trans.