Um dos principais objetivos da Missão Europa foi oferecer aos atletas a segurança e tranquilidade na retomada das atividades. Mas o período de treinamentos em Portugal tem mostrado ainda outros aspectos positivos, como a troca de experiências entre modalidades.
Um deles é o ótimo ambiente entre os integrantes da delegação brasileira, sobretudo em Rio Maior, onde nadadores e pugilistas têm convivido diariamente.
Há três semanas, estas seleções têm compartilhado os mesmos espaços, como academia, locais de treinamento e áreas de lazer. Nos últimos dias, este convívio foi além das formalidades impostas pela Missão Europa, e os atletas, por iniciativa própria, foram conhecer a realidade dos treinamentos das outras modalidades.
Nado no ringue
Na última quinta-feira (6), as atletas do nado artístico – Laura Miccuci, Luisa Borges e Maria Bruno, além da treinadora Twila Cremona – aproveitaram um pequeno intervalo para acompanhar a atividade da equipe de boxe, comandada por Mateus Alves e Leonardo Macedo.
“Esse nosso interesse surgiu pelo fato de vivermos neste meio e gostarmos de esporte em geral. Eu me inspiro em atletas do nado, mas também de outras modalidades. Quando soubemos que eles estariam no ginásio, que fica ao lado do nosso alojamento, ficamos mega animadas. Nunca tinha assistido a um treino de boxe e esse não era um treino qualquer, era o da seleção brasileira”, diz Laura Micucci, caçula do dueto brasileiro, de 20 anos.
“Conhecemos toda a equipe, eles foram bem receptivos. Tiramos fotos, fizemos brincadeiras e subimos no ringue com os melhores boxeadores do Brasil”, conta Maria Bruno, que representou o país nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Boxe artístico
Já no dia seguinte, foi a vez do boxe retribuir a gentileza e visitar o centro aquático do Rio Maior Sports Centre. No local, eles puderam interagir com a equipe de natação e acompanhar de perto os detalhes que cercam o treino do dueto brasileiro de nado artístico, cuja atividade pela manhã tem duração de quatro horas.
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“Foi uma experiência nova, muito legal. Nunca tinha visto de perto essa modalidade, só pela televisão. Essa integração é bem interessante e pudemos conhecer outro mundo, distante da nossa realidade”, explica Abner Teixeira, bronze nos Jogos Pan-americanos Lima 2019 (até 91kg).
“Vimos um pouco do treino das meninas, que é muito bonito e parece ser bem difícil. Espero que a gente possa fazer outras trocas de experiências entre os esportes. O que é muito legal e também nos possibilita adquirir mais conhecimento”, complementa Jucielen Romeu, prata em Lima 2019 (até 57kg).
Junto e misturado
Mas não são apenas os esportes aquáticos e o boxe que têm trocado experiências em Portugal. Essa tem sido uma constante nas bases do Time Brasil na Europa.
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Em Coimbra, os judocas brasileiros têm treinado diariamente com a seleção portuguesa. Já em Cascais, as campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze fizeram a alegria da criançada em uma clínica de verão oferecida pelo Clube Naval, local em que a dupla vêm treinando.
Por fim, a ginástica artística e a rítmica estão juntas em Sangalhos, o que não ocorre no Brasil. Os treinadores das equipes, inclusive, têm estimulado esse intercâmbio entre as duas modalidades, apresentando exercícios e técnicas específicas.