O dia 3 de agosto de 2021 está na cabeça de Isaquias Queiroz e Erlon de Souza. Essa será a data na qual os brasileiros vão tentar subir um degrau a mais no pódio olímpico, já que ganharam a medalha de prata na Rio-2016. Os dois já estão garantidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio depois que conquistaram o bronze no Campeonato Mundial de Canoagem de Velocidade de 2019, em Szeged, na Hungria, na prova C2 1000 m.
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Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, o canoísta Erlon de Souza, que forma dupla com Isaquias Queiroz, avaliou desempenho da parceria neste ciclo para os Jogos de Tóquio nos eventos em que competiram juntos na prova C2 1000 m. Além disso, analisando o cenário atual desta prova, o atleta listou quais são os principais adversários que eles terão pela frente e qual é o principal objetivo deles na competição.
Degrau em degrau
“Foram anos de crescimento e muitos aprendizados. E cada um em seu tempo, até chegarmos ao nosso objetivo. Portanto, em 2017 foi um degrau, em 2018 subimos outro e, em 2019, alcançamos o nosso alvo, que era a vaga olímpica. E agora, olhando para Tóquio como próximo alvo, vamos sabendo que o trabalho destes anos deu resultado”, destacou Erlon de Souza, que vislumbra uma medalha de ouro.
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“Todos os classificados para os Jogos Olímpicos estarão sonhando com as medalhas, então, não descarto ninguém, mas sabemos que a briga constante será com China, que é o barco atual campeão mundial, Cuba, como vice-campeão mundial, e nós que estamos como a terceira embarcação. Além disso, Alemanha e Polônia também são barcos muito bons. O objetivo sempre será a medalha de ouro”, analisou o canoísta.
Resultados e ambições
A dupla Isaquias Queiroz e Erlon de Souza completou a prova do Mundial de Canoagem de Velocidade de 2019 na terceira posição com o tempo de 3min44s34. Eles ficaram atrás dos cubanos Serguey Torres Madrigal e Fernando Dayan Jorge Enriquez, que levaram a prata, com 3min41s46, e dos chineses H. Liu e H. Wang, que lideraram a prova do início ao fim e conquistaram o ouro, com 3min40s55.
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Além dos brasileiros, os barcos alemão, com Peter Kretschmer e Yul Oeltze, e polonês, com Michal Kudla e Mateusz Kaminski também estão bem cotados para Tóquio. Isaquias Queiroz, que conquistou três medalhas na Rio 2016, em sua primeira participação no evento, afirmou que trabalha com a meta de alcançar a marca de cinco pódios dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, recordistas em medalhas olímpicas representando o Brasil.
Desafios
“Gosto de desafios e sou movido a eles. Tenho uma enorme vontade de querer ganhar e estou focado em chegar um pouco mais longe nesse quadro de medalhas olímpicas. Poder um dia igualar a marca do Torben Grael e do Robert Scheidt com cinco medalhas olímpicas e, quem sabe um dia, conseguir passá-los. Tenho a ambição de ser o maior atleta olímpico do Brasil”, afirmou Isaquias Queiroz, em live no instagram da FlaTV.
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“Desde o início da carreira me dedico muito. Comecei na canoagem com 11 anos e trabalho o máximo possível para chegar em competições como Olimpíada, Mundial e Pan-Americano na minha melhor forma. Fiquei um pouco desanimado com o adiamento, mas o melhor foi feito. Agora é voltar a treinar focado para chegar 100% em Tóquio para dar o meu melhor e ganhar mais uma medalha olímpica”, concluiu o atleta do Flamengo.
Trajetória no ciclo para Tóquio
Isaquias Queiroz e Erlon de Souza não competiram juntos com freqüência neste ciclo visando os Jogos de Tóquio, que mudaram de 2020 para 2021 devido à pandemia de coronavírus. Após a prata na Rio-2016, apenas Erlon de Souza disputou provas de C2 1000 m. Ao lado de Ronilson Oliveira, o canoísta ganhou o título do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, disputado em Curitiba, no Paraná.
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Em seguida, em novembro, Erlon de Souza conquistou o Campeonato Sul-Americano de Canoagem Velocidade, em Tigre, na Argentina. Na ocasião, o canoísta também subiu ao topo do pódio com Ronilson Oliveira. Já em 2017, o atleta de Ubatã, na Bahia, repetiu o título Sul-Americano, mas, desta vez, ao lado de Maico Ferreira Dos Santos, em Paipa, na Colômbia, em abril.
Na sequência da temporada, Erlon de Souza e Isaquias Queiroz se reuniram pela primeira vez em 2017. Os dois competiram juntos no Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade, em Racice, na República Tcheca. Em parceria, os brasileiros terminaram a prova C2 1000m na quarta colocação. Logo em seguida, Erlon de Souza ganhou o Campeonato Brasileiro ao lado de Maico Ferreira dos Santos.
Duro golpe
Em 2018, Erlon de Souza e Maico Ferreira Dos Santos ficaram na oitava posição na 2ª etapa da Copa do Mundo, em Duisburg, na Alemanha. No Mundial de Canoagem Velocidade, em Montemor-o-Velho, em Portugal, o canoísta de Ubatã ficou em terceiro na final B. Na mesma temporada, Erlon de Souza foi medalha de prata no Campeonato Pan-americano de Canoagem Velocidade, em Dartmouth, no Canadá, com Maico Dos Santos.
O maior golpe para a dupla, contudo, foi a morte do treinador espanhol Jésus Morlán, grande responsável pela evolução da canoagem velocidade no Brasil. Em novembro de 2018, ele acabou falecendo em decorrência de um câncer no cérebro, que já havia operado em 2016 mas seguia em tratamento. Isaquias deu entrevistas dizendo que considerava Morlán como um segundo pai para ele.
Conquista da vaga olímpica
E foi no ano de 2019 que Isaquias Queiroz e Erlon de Souza se classificaram para os Jogos de Tóquio. No Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade, disputado em Szeged, na Hungria, os brasileiros ficaram com a medalha de bronze e a vaga olímpica. Mas a temporada não foi só de alegrias, já que ficaram sem medalha nos Jogos Pan-Americanos de Lima.
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Na competição em solo peruano, Erlon de Souza passou mal durante a prova do C2 1000 m e precisou ser retirado pelo resgate. No encerramento do ano passado, Isaquias Queiroz, ao lado de Jacky Godmann, foi campeão do Campeonato Brasileiro Interclubes de Canoagem Velocidade, realizado em Brasília, no Distrito Federal.