A novela sobre realização ou não da Olimpíada de Tóquio-2020 ganhou mais um capítulo. Nesta quinta-feira (18), foi dada a largada para as campanhas dos candidatos ao governo da prefeitura de Tóquio, e os Jogos Olímpicos estão no centro do debate para a eleição do novo governador, assim como a pandemia.
Segundo noticiou o “Asahi”, um recorde de 22 candidatos, incluindo cinco favoritos, entraram na corrida eleitoral de acordo com a Comissão de Administração Eleitoral de Tóquio.
Yuriko Koike, 67 anos, é a atual governadora da prefeitura da capital japonesa e tem grandes chances de ser reeleita. Ela defende a realização da Olimpíada, bem como a participação contra a pandemia.
“Continuaremos com os preparativos, trabalhando em medidas para otimizar e reduzir o custo dos eventos, a fim de obter entendimento dos moradores e do público em geral”, disse ela.
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O adiamento dos Jogos significará um grande aumento nas despesas da prefeitura da cidade, que poderiam ser usadas em outras áreas, inclusive no combate à pandemia. É nisso que apostam os rivais de Koike.
Os adversários
Kenji Utsunomiya, ex-chefe da Federação das Associações de Advogados do Japão, Taro Yamamoto, ex-ator e chefe do partido político Reiwa Shinsengumi, Taisuke Ono, ex-vice-governador da província de Kumamoto, e Takashi Tachibana que chefia o conteúdo da NHK, emissora pública japonesa. Esses são os quatro principais adversários na eleição contra a atual governadora.
Todos são contra a realização da Olimpíada de Tóquio-2020 em 2021 e apostam neste desgaste para desbancarem a atual governadora e levarem a eleição.
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Yamamoto, 45 anos, ator que virou político, disse que a Olimpíada deve ser cancelada.
“Nenhuma bala mágica ou vacina está disponível para tratar a doença”, disse Yamamoto. “As autoridades devem transmitir ao COI que não acreditam que Tóquio possa sediar os eventos com segurança”.
Utsunomiya, 73 anos, disse que as opiniões de especialistas em doenças infecciosas devem ser respeitadas quando a capital avaliar suas opções.
“Tóquio deveria propor o cancelamento ao COI se os especialistas considerassem os eventos impossíveis de serem realizados”, disse ele.
Utsunomiya também disse que os fundos que seriam economizados com o cancelamento da Olimpíada e da Paralimpíada devem ser realocados para ajudar os moradores de Tóquio.
Ono propôs um atraso dos eventos esportivos para 2024, enquanto Tachibana quer adiar, e que os Jogos sejam realizados entre 2022 ou 2024.
“O contágio continuará se espalhando em países onde a atuação pública é ruim”, disse Ono, 46 anos. “Tenho uma visão extremamente pessimista sobre a extensão da pandemia daqui a um ano.”
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Tachibana, 52 anos, disse que Tóquio deveria trabalhar para fazer com que o COI aprovasse outro adiamento.”Isso levará o COI a não ter outra escolha”, disse ele.