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Tóquio 2020

Protestos serão proibidos, mas tema será debatido com atletas

Após COI anunciar proibição de protestos em Tóquio-2020, Thomas Bach, presidente da entidade, recua e diz que assunto será discutido com atletas

Thomas Bach, do COI em mensagem de abertura de 2020 - Foto Hanna Lassen / Getty Images
Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (Divulgação)

Dia quente para o Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional). Primeiro, segundo o jornal inglês The Telegraph, a entidade reiterou que seguem proibidos protestos na Olimpíada e Paralimpíada de Tóquio-2020. Mas logo depois, Bach recuou, disse que vai debater com os atletas primeiro antes de bater o martelo.

O assunto veio à tona já que muitos atletas participaram de manifestações e se posicionaram contra o racismo após a morte do americano George Floyd nos EUA.

Algumas federações internacionais manifestaram apoio aos protestos. A World Athletics, FIFA e até o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) fizeram coro aos protestos e não mencionaram nenhuma espécie de punição.

Mas o COI se baseia na Regra 50 da Carta Olímpica que diz “não será permitida nenhuma demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial nas arenas olímpicas, instalações e outras áreas”, cabendo punição para que descumprir a regra.

IPC contra o racismo após morte de George Floyd
Comitê Paralímpico Internacional se posicionou contra o racismo após morte de George Floyd (Twitter/Paralympics)

Recuo

Pouco tempo depois que a posição do COI rodou o mundo, Thomas Bach se viu obrigado a abaixar o tom. Em teleconferência com jornalistas nesta quarta-feira (10), o presidente da entidade disse que o assunto ainda será debatido melhor.

“A Comissão de Atletas está em diálogo com os atletas de todo o mundo para explorar como os atletas podem dar seu apoio de uma forma digna. Seria injusto eu falar alguma coisa agora. A discussão foi iniciada. Vamos deixar os atletas discutirem entre eles e, depois, ver a proposta.”

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Fato é que o COI agiu rapidamente para conter um provável impacto ruim. “Vamos analisar maneiras para que os atletas possam protestar com dignidade. Também concordamos que precisamos nos atentar a potenciais demonstrações de segregação. Vamos conversar com a comissão dos atletas para discutir como podemos fazer”, concluiu Bach.

Em segundo plano

Com os holofotes todos voltados para como o COI irá lidar com os protestos, a diminuição nos gastos e a simplificação da estrutura para Tóquio-2020 acabou sendo secundária.

Shinzo Abe e Thomas Bach, Tóquio-2020
O primeiro-ministro japonês. Shinzo Abe, e o presidente do COI, Thomas Bach, se encontram no encerramento da Olimpíada Rio-2016 (IOC/Ian Jones)

Contudo, o assunto foi a pauta principal de uma reunião entre o COI e o Comitê Organizador de Tóquio-2020. “Após uma excelente reunião, ficou clara a determinação japonesa em organizar Jogos de sucesso em julho do ano que vem. Teve um entendimento total entre o COI e o comitê organizador. Vimos um grande progresso desde o último encontro, principalmente em simplificar a complexidade dos Jogos e diminuir os gastos – afirmou Thomas Bach.

O COI quer tentar diminuir os custos em vários aspectos dos Jogos, inclusive em sedes e transportes. Por outro lado, o Japão também planeja reduzir o número de espectadores e o tamanho das cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos.

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