Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 foram adiados para o ano que vem, mas, segundo o presidente da Associação Médica Japonesa (JMA), os Jogos não acontecerão, a não ser que uma vacina contra o coronavírus seja encontrada.
Yoshitake Yokokura, o presidente da JMA, reconheceu que os pesquisadores ao redor do mundo estão se esforçando ao máximo para encontrar uma resposta ao coronavírus, mas não se mostrou otimista em relação a realização dos Jogos.
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“A não ser que uma vacina seja encontrada, eu não acredito que os Jogos Olímpicos possam acontecer,” declarou Yokokura em entrevista ao grupo de mídia Asahi Shinbun na sexta-feira (24).
Yokokura não está sozinho
Além da JMA, outros especialistas de várias áreas relacionadas à pandemia de coronavírus vêm colocando em dúvida a realização dos Jogos Olímpicos em 2021. Na segunda-feira (20), foi a vez do professor de doenças infecciosas japonês Kentaro Iwata dizer que não acredita que a pandemia de coronavírus esteja totalmente controlada no ano que vem.
“A realização dos Jogos depende de duas condições: primeiro, controlar o coronavírus no Japão. Segundo, controlar o coronavírus no mundo todo”, disse em uma teleconferência.
A opinião de Iwata vai de encontro com a da professora de saúde pública global, Devi Sridhar, que afirmou que, a menos que haja uma vacina contra o coronavírus até lá, a realização dos Jogos é “irrealista”.
Além dela, o próprio CEO do comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio 2020, Toshiro Muto, admitiu que a realização dos Jogos não é certa, mesmo no ano que vem. “Ninguém pode dizer se será possível controlar a pandemia ou não até julho do ano que vem e certamente não estamos em condições de dar uma resposta clara”.
O Japão, especialmente Tóquio, viu o número de casos de coronavírus crescer nas últimas semanas, o que fez com que o Primeiro Ministro, Shinzo Abe, decretasse estado de emergência até, pelo menos, 6 de maio. Os números desta segunda-feira são de cerca de 13 mil infectados e 360 mortes.