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Tóquio 2020

Da sobrevivência ao sucesso: o extraordinário Isaquias Queiroz

Olympic Review, principal publicação do Comitê Olímpico Internacional, destaca a trajetória e o sucesso de Isaquias Queiroz na canoagem de velocidade

Canoísta Isaquias Queiroz é destaque na publicação da Olympic Review
Isaquias Queiroz é destaque na publicação da Olympic Review - (Reprodução/Olympic Review)

A revista oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Olympic Review, na última edição publicada de no. 114, deu destaque ao brasileiro Isaquias Queiroz. Foram três páginas exclusivas dedicadas para falar da carreira do maior canoísta brasileiro da história e um dos principais do mundo atualmente.

Os resultados de Isaquias Queiroz, 26 anos, falam por si. Único atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma edição olímpica, feito conquistado nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, onde garantiu duas pratas: uma no C1 Masculino 1000 m e outra no C2 Masculino 1000 m,com o parceiro de embarcação Erlon de Souza; Isaquias também levou a medalha de bronze no C1 Masculino 200 m.

Sobrevivência

A história olímpica é recheada de atletas que superaram dentro e fora das competições. Cada exemplo é uma inspiração diferente. Isaquias Queiroz, natural de Ubaitaba, Bahia, passou por diversas situações traumáticas até se tornar um fenômeno da canoagem.

Aos cinco anos, o canoísta teve seu lado direito do corpo queimado com água fervente e teve que ficar um mês no hospital em recuperação. Depois foi raptado e salvo por sua mãe, mas quando ainda lidava com a morte precoce do pai.

E como se não bastasse tudo isso, em 2010, Isaquias perdeu um dos rins após cair de uma árvore. O fato lhe rendeu o apelido de ‘Sem Rim’. Em meio a todos esses percalços, o canoísta nunca deixou sua paixão pelo esporte morrer.

Sucesso

Em seu currículo são seis medalhas de ouro em mundiais sêniores, sendo em 2019 a mais expressiva da carreira, a medalha dourada na categoria olímpica pelo C1 Masculino 1000 m. Fora outras seis medalhas de bronze que também conquistou em mundiais. Além de quatro ouros e uma prata em edições dos Jogos Pan-americanos. Isaquias sabe da importância dessa reportagem da revista Olympic Review e está feliz com a publicação.

Destaque na Olympic Review, Isaquias Queiroz tem Erlon de Souza como parceiro nas provas da canoagem de velocidade
Isaquias Queiroz e Erlon de Souza na Rio 2016 (Instagram/isaquias_lx)

“É uma coisa muito expressiva para mim como atleta, você saber que o mundo inteiro está de olho no seu trabalho. Eu me dedico bastante para quando chegar na hora certa e ganhar uma medalha. Fico muito feliz em poder estar numa revista olímpica com esse grande poder de visibilidade, é bom poder estar divulgando o meu trabalho e a minha modalidade ainda mais”, comenta Isaquias Queiroz.

A publicação

Em edições passadas, outros atletas da canoagem do mundo tiveram a honra de participar do conteúdo da revista, mas esta é a primeira vez que um canoísta ganha destaque central. Quem garante é José Perurena, presidente da Federação Internacional de Canoagem (ICF em inglês).

“Para a ICF e para mim, como presidente, é uma imensa alegria. Primeiro por Isaquias, que merece nossos melhores parabéns pela sua superação e segundo pela repercussão. A Federação Internacional ganha com esta reportagem, é um grande exemplo para milhares de esportistas. Muitas vezes você vê o esporte como atividades para jovens com possibilidades econômicas e este conteúdo, com a história de Isaquias, demonstra que com fé pode-se transformar em atleta olímpico e estar no pódio”, completa José Perurena.

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Ao todo foram três páginas dedicadas exclusivamente para falar da história de Isaquias Queiroz. A reportagem foi assinada por Gruffundd Owen e abordou os desafios do atleta brasileiro desde a sua infância até se tornar um dos maiores nomes da canoagem de velocidade no mundo atualmente. A reportagem inicia descrevendo que o canoísta Isaquias é um exemplo de inspiração para muitos, principalmente pelas suas adversidades vividas e sua superação pessoal.

+ Confira a reportagem completa da Olympic Review

Foram vários meses de trabalho que contou com o pedido do Comitê Olímpico Internacional (COI) em parceria com a Federação Internacional de Canoagem (ICF) e teve o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Foram meses de preparação e um grande ação executada nos bastidores, que contou com apoio especial de Sebastian Cuattrin (ICF), Ross Solly (ICF), Álvaro Koslowski (CBCa), Lauro de Souza Jr (CBCa) e Fábio Canhete (CBCa).

Repercussão

“É a publicação oficial do movimento olímpico, esta é a revista do COI, é a publicação mais importante do movimento olímpico, é distribuída em todo o mundo, todos os organismos mundiais recebem, todas as organizações desportivas, todos os Comitês Olímpicos Nacionais, todas as Federações Internacionais, Universidades e etc. É uma revista de grande prestígio, neste momento esta reportagem está sendo lida em todo o mundo”, complementa Perurena, presidente da Federação Internacional de Canoagem.

Isaquias Queiroz na Etapa de Poznam da Copa do Mundo de canoagem de velocidade
Isaquias Queiroz na Etapa de Poznam da Copa do Mundo de canoagem de velocidade (Instagram/isaquias_lx)

Para João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), a publicação da reportagem sobre Isaquias Queiroz é um orgulho para toda a Canoagem Brasileira. Para o dirigente, Isaquias é um exemplo de toda uma safra de canoístas que estão em vários pontos do país.

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“A história de Isaquias é inspiradora. Ele foi revelado graças a um projeto social chamado Segundo Tempo – Canoa Brasil junto na época com o Ministério do Esporte e que foi realizado há alguns anos. Para você ter um atleta de ponta como ele não é do dia para a noite e temos vários jovens na beira de rios, nas aldeias indígenas do Brasil a fora, que precisam também deste incentivo. Estamos com novos projetos e ações pensando e dar oportunidade para essa nova safra da Canoagem Brasileira. Estou muito feliz em ver este destaque nessa revista de grande importância, nos motiva ainda a mais a continuar esse belo trabalho que vai trazer muito mais resultados em Tóquio e também em Paris em 2024”, fala Tomasini.

Na avaliação do presidente da Federação Internacional de Canoagem (ICF), a reportagem esboça todo o trabalho realizado pela Canoagem Brasileira. “Esta publicação é a culminante com o grande trabalho silencioso que está sendo feito pela Confederação Brasileira. A visão de fazer a promoção da canoagem em todos os rincões do Brasil e conseguir que um atleta como Isaquias é um exemplo para outras confederações nacionais”, afirma.

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