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Tóquio 2020

Primavera vira opção para novas datas dos Jogos no ano que vem

Motivo, defendido por integrantes do COI e de federações, são as altas temperaturas do verão; japoneses preferem manter a estação original para ter mais tempo de preparação

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(Clive Rose/Getty Images)

Com o adiamento dos Jogos de Tóquio, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizador do Japão terão muitos desafios pela frente. O primeiro deles todos já sabem: definir a nova data de realização da Olimpíada em 2021. Além da necessidade de remarcação de eventos já agendados para o próximo ano, o calor japonês também deverá ser levado em conta pelas entidades na escolha.

Em sua primeira reunião na quinta-feira (26), a força-tarefa criada para cuidar dos rearranjos do evento definiu que a nova data será apresentada em até um mês. Segundo o anúncio do adiamento, os Jogos devem acontecer até o final do verão de 2021. Com isso, o COI trabalha com duas possiblidades: manter o evento no mesmo período que seria em 2020, do final de julho ao começo de agosto, ou adiantar as datas para a primavera (março, abril, maio).

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Mudança de estação

Membros do COI e representantes de federaçãos internacionais se preocupam com o verão sufocante de Tóquio e veem com bons olhos a possibilidade de uma nova data durante a primavera.

Em coletiva na quarta-feira (25), o presidente do COI, Thomas Bach, falou sobre a realização dos Jogos antes do verão.

“O acordo é realizarmos esses Jogos Olímpicos até o final do verão de 2021. Isso significa que a força-tarefa pode considerar o cenário e não restringir a realização apenas aos meses de verão. Todas as opções estão na mesa, antes ou durante o verão de 2021”, afirmou Bach.

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Já o Comitê Organizador japonês defende a permanência das datas para lhes dar mais tempo de preparação. “O melhor momento seria no próximo verão”, afirmou o chefe do comitê, Yoshiro Mori, após o anúncio do adiamento.

Alguns japoneses, no entanto, desejam a realização dos Jogos durante a primavera para o bem do próprio espetáculo. Em novembro de 2019, o COI anunciou que as competições de maratona e marcha atlética seriam movidas para Sapporo, a mais de 800km, devido às altas temperaturas da capital.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, na época se opôs ao plano de realocar os eventos e mantê-los longes da cidade-sede. Agora, Koike diz que o adiamento das Olimpíadas dá aos organizadores a chance de realizar o evento fora do verão e trazer a maratona e outras corridas de volta à capital.”Os moradores de Tóquio desejam que isso aconteça”, garantiu.

Calor perigoso

O verão japonês tem registrado temperaturas muito altas nos últimos anos. Em 2019, os termômetros ficaram acima dos 31 graus durante julho e agosto e causaram a morte de 57 pessoas em todo o país, além de levar 1.800 pessoas para o hospital na capital.

Em 2018, as temperaturas atingiram o recorde de 41,1ºC ao norte de Tóquio e provocaram, até o final de julho, mais de 80 mortes.

Antes do adiamento, os organizadores anunciaram que tomariam cuidado com o calor, programando, por exemplo, preparativos especiais para refrescar atletas e espectadores com sprays de gelo e água. Mesmo assim, com a missão de competir em baixo desse calor, a preocupação dos atletas e federações é justificada.

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