Tóquio 2020 foi adiada, mas diversas vagas ainda não foram ocupadas e muitos atletas seguem de olho nas chances, seja via ranking ou pré-olímpico. Contudo, alguns esportes e modalidades já não tinham chance alguma de ter um representante brasileiro na Olimpíada do Japão mesmo antes da pandemia de coronavírus e já pensam nos Jogos de Paris 2024.
É o caso do hóquei na grama, do BMX freestyle, beisebol, softbol, basquete feminino, 3×3 feminino, ginástica artística por equipes feminina, ciclismo de pista e de estrada e adestramento por equipes. Todas as chances brasileiras nesses esportes e modalidades foram esgotadas, não há mais o que fazer.
Na escalada, o Brasil também já perdeu todas as disputas por vagas, resta torcer por um convite, o que é improvável. No tiro esportivo, os brasileiros estão longe demais nos rankings, só que uma vaga através de convite é muito mais plausível.
Hóquei sobre grama
O caminho para Tóquio passava pelo Pan-Americano de Lima 2019, evento em que as equipes brasileiras, masculina e feminina, acabaram não participando, já que não conseguiram a classificação via Jogos Sul-Americanos (2018), muito menos via Copa Pan-Americana (2017).
Pela Copa Pan-Americana, em Lancaster (EUA), o masculino terminou em 5º lugar, o feminino em 7º. Ambos sem vagas para o Pan-Americano.
Nos Jogos Sul-Americanos, em Cochabamba, Bolívia, a equipe masculina terminou com o bronze, mas apenas as duas primeiras seleções se classificavam. No feminino, o Brasil terminou no quarto lugar.
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Muita coisa precisa revista para o ciclo de Paris 2024.
BMX freestyle
Serão nove vagas por gênero, totalizando 18 atletas, mas duas dessas vagas já são do Japão, o país-sede. Duas vagas em cada gênero foram definidas via mundial. As outras 14 vagas, sendo sete por gênero, serão preenchidas via ranking mundial de nações.
O Brasil aparece somente na 24ª posição entre os homens, e na 19ª entre as mulheres. O abismo entre as pontuações é gigantesco, impossibilitando as chances brasileiras na modalidade.
Vale ressaltar que o ranking mundial seria fechado no dia 12 de maio, mas, por causa da pandemia de coronavírus, a União Ciclística Internacional (UCI) resolveu pedir ao COI para usar o ranking do dia 3 de março como data-limite para se classificar para Tóquio 2020.
Ciclismo de pista e de estrada
Realmente, o ciclismo brasileiro vai de mal a pior. No ciclismo de estrada, o ranking de nações, base para a classificação, foi encerrado no dia 27 de outubro de 2019, sem nenhum brasileiro dentro da zona de classificação. Além disso, o Brasil não conseguiu as vagas através das competições continentais.
Na pista, todas as vagas foram via ranking mundial de nações divulgado no dia 2 de março. Nada de brasileiros também. Desse modo, o Brasil deve ter representantes apenas no BMX e no mountain bike.
Beisebol e softbol
Ambos se despedem do programa olímpico de forma melancólica, pelo menos para os brasileiros. Não teremos equipes nas duas modalidades em Tóquio 2020 e Paris 2024 optou por outros esportes e modalidades em seu programa esportivo.
No beisebol, apenas seis seleções estarão em Tóquio. Além do país-sede, México, Coreia do Sul e Israel já garantiram suas vagas. Restam duas, uma que será definida através da Qualificatória das Américas, disputa em que o Brasil está de fora, e uma por meio de uma repescagem mundial, que também não contará com a seleção nacional.
Um caminho para disputar a Qualificatória das Américas era via Pan-Americano de Lima 2019, competição que o Brasil também ficou de fora pois não conseguiu a vaga através do Pré-Pan 2019, disputado no Brasil, muito menos através do Sul-Americano 2018, quando perdeu a vaga na final diante da Argentina, na casa dos adversários.
O softbol brasileiro disputou a Qualificatória das Américas, que classificava as duas primeiras seleções para Tóquio 2020. Contudo, a equipe brasileira terminou na quarta colocação geral.
E assim como no beisebol, a olimpíada no Japão terá seis seleções, todas já definidas: país-sede, Estados Unidos, Itália, México, Canadá e Austrália.
Basquete feminino
As chances de classificação eram boas. Vindo do ouro no Pan-Americano de Lima, a seleção brasileira disputou o Pré-Olímpico Mundial contra Porto Rico, Austrália e França, sendo que três equipes se classificavam.
Infelizmente, o Brasil perdeu as três partidas e viu sua chance de jogar em Tóquio ir para o espaço.
3×3 feminino
Oito seleções irão disputar pela glória na estreia do 3×3 em Tóquio. A seleção feminina não irá participar do Pré-Olímpico Mundial, que dará três vagas para os Jogos de 2020.
A seleção ficou de fora já que não foi medalhista na Copa do Mundo de 2019, muito menos está entre as 16 melhores do ranking das federações, já que ocupa a 30ª posição.
Ginástica artística por equipes feminina
A equipe feminina terminou em 14ª no Mundial de Stuttgart de 2019, não conseguindo a vaga. Apenas as nove primeiras colocadas conquistaram a classificação. Como consolo, Flávia Saraiva assegurou um lugar na disputa do individual geral em Tóquio 2020.
A equipe feminina teve que competir desfalcada por causa da lesão de Jade Barbosa ocorrida logo após sua série no salto, no início da competição, e sem Rebeca Andrade, que se lesionou antes e nem convocada foi. Contudo, Rebeca está de volta e luta para se garantir na próxima olimpíada.
Adestramento por equipes
Após um Pan-Americano de Lima exemplar, o hipismo brasileiro se garantiu em Tóquio 2020 nas modalidades do adestramento (bronze), no Concurso Completo de Equitação (prata) e na equipe de saltos (ouro).
Os cavaleiros que competem por equipes também competem no individual. Porém, a vaga não é do cavaleiro/amazona, e sim do país, que definirá seus escolhidos, desde que eles possuam índices mínimos determinado pela Federação Equestre Internacional entre 1º de janeiro de 2019 e 1º de junho de 2020.
Entretanto, a equipe de adestramento não conseguiu os índices mínimos e ficou de fora da próxima olimpíada.
Ao menos três atletas brasileiros precisariam conquistar duas vezes o índice de 66% para que o país pudesse levar um time completo para Tóquio 2020. Apenas João Victor Oliva e Leandro Lima atingiram a marca.