Dona da medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, na prova do atletismo do revezamento 4×100 m, Rosângela Santos ainda precisa de índice para sonhar com a disputa da sua quarta edição olímpica. Com a notícia do adiamento dos Jogos de Tóquio 2020, a velocista também vê adiado o plano de ser mãe pelo seu sonho maior.
“Eu estava muito esperançosa por essa notícia. Não teria nenhuma outra posição a não ser essa. Tem que pensar na saúde dos atletas, tem que pensar na saúde do povo, nesse momento. Não pode só pensar em dinheiro, em realizar a Olimpíada a todo custo se nós, protagonistas, não estaremos saudáveis, muitos atletas estão doentes. Então foi a melhor posição,” contou Rosângela, em entrevista exclusiva concedida no instagram do Olimpíada Todo Dia.
Mesmo madura na modalidade que pratica, Rosângela admitiu que o adiamento deu uma ‘complicada’ nos planos pessoais: “Eu tinha outros planos para o ano que vem. Não era o meu foco estar treinando para uma Olimpíada, mas a gente aprende a lidar com todos os problemas que aparecem. Tentar tirar o positivo sempre. Manter o foco e fazer o máximo que você puder,” contou.
Mas quais eram os planos pra 2021? “Olha, eu vou casar. Já tinha alterado meu casamento do ano passado para esse depois da Olimpíada. Ainda não sei como vai ser o calendário de competições, mas o casamento está marcado para setembro. Não sei como vai ser, se vou ter que adiar de novo. E aí no ano que vem eu estava planejando parar um pouco, ter filho e voltar depois. Esse era meu plano, mas agora mudar. A Olimpíada mudou a ‘vibe’. Vou tentar casar, tentar manter a data e aí a gente pensa no filho depois”, conta Rosângela, que explica que o noivo também é atleta e tudo tem sido muito conversado. “Se tiver alguma competição no dia 21 de setembro estou ferrada”, brinca.
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Com o tempo para classificação maior e com o calendário todo alterado, Rosângela Santos explica o que precisa para ir aos Jogos.
“Eu ainda não estou classificada. Pelo índice, porque o atletismo tem dois pra classificar. O índice e o ranking de pontos. A cota: pelo menos dos 100 m, para o pessoal entender, são 56 atletas, se os 56 atletas tiverem os índices serão três por cada país. Se os 56 atletas tiverem os índices, todos vão. Se a metade desses atletas tiver o índice, a outra metade vai pelo ranking de pontos. E o ranking de pontos é conquistado, principalmente, em competições internacionais – variando a pontuação para cada uma.”
A velocista ainda fala da expectativa e da importância de entender a decisão: “Muitos atletas acredito que estejam descontentes, porque você fica ansioso. Você está treinando. Você fica ansioso, principalmente os atletas que estavam classificados. Mas acredito que você mantendo a cabeça no lugar, você continuar treinando e fazendo o que pode. É melhor para não se arriscar.”
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Precisando adaptar os treinos em casa com aparelhos cedidos pelo COB, Rosângela Santos conclui falando da parte mental do trabalho: “Eu confesso que o meu lado mental estava muito complicado, porque é uma pressão enorme. Estou até fazendo as sessões online com a psicóloga. Mas sempre mantendo o foco e pra não ficar preguiçoso em casa”.