A atleta paralímpica Verônica Hipólito não se surpreendeu com a notícia de que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos foram adiados para 2021 por conta da pandemia do coronavírus. Em entrevista exclusiva no instagram do Olimpíada Todo Dia, ela disse que já esperava que isso fosse acontecer e acredita que não havia outra decisão a ser tomada.
“Manter os Jogos seria uma afronta e um desrespeito à Itália, à Espanha, ao Brasil, aos Estados Unidos e a todos os países afetados. Se não adiassem, iam arrumar uma briga com toda a comunidade esportiva, que, com certeza não seria a melhor coisa acontecer”, acredita Verônica Hipólito.
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Como o mundo do esporte está paralisado por conta da pandemia, Verônica Hipólito acredita que o adiamento mostrou respeito dos organizadores com os atletas. “Eu era umas das pessoas que já esperava que fosse adiar, já que toda a comunidade esportiva estava pressionando. Muitos comitês se posicionaram a favor do adiamento e não tinha como irem contra isso. Estariam colocando em risco a qualidade dos Jogos. Treinar em casa adaptado não é a mesma coisa. Seriam os Jogos mais fracos de toda a história”, acredita a velocista.
Verônica Hipólito explica que está fazendo o possível para treinar em casa, mas não está longe de ser a mesma coisa do que se preparar nas modernas instalações do Centro Paralímpico Brasilero.
“Está sendo bem difícil. Por mais que eu tente fazer as coisas aqui em casa, não chega perto do que eu estava treinando. Sinto que já estou perdendo muito, mas estou mantendo o que eu consigo. Comprei um monte de coisa pra fazer uma mini academia aqui dentro de casa. Investi nisso e está dando um pouco certo até agora. Um monte de atletas está indo comprar equipamentos também”, revelou Verônica Hypólito, que considera que o isolamento também da comunidade esportiva foi um exemplo para o restante da sociedade. “Se continuássemos a nossa preparação normalmente, estaríamos colocando em risco a nossa saúde e a saúde pública”.
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Apesar de concordar com o adiamento, Verônica Hypólito teme que muito atletas percam seus patrocionadores e tenham dificuldades para se preparar para os Jogos, agora marcados para 2021, ainda sem data certa.
“Fico tranquila em relação aos meus patrocinadores, que estavam apoiando o adiamento. Mas tem o medo de muitos atletas, que podem ficar sem patrocinadores. Muitos acordos são feitos por ciclos e acabariam em 2020. Será que vão se manter em 2021?”, pergunta.
Outra pergunta que está sem resposta é a respeito da classificação dos atletas dentro de suas respectivas classes no movimento paralímpico. “Todas as competições do primeiro semestre foram canceladas. A maioria eram competições internacionais que garantiam classificação, uma revalidação para continuar competindo no movimento paralímpico. Muitos atletas hoje não poderiam ir para os Jogos Paralímpicos porque estão em review (revisão de classe) como eu. Fica a dúvida de como isso vai acontecer daqui para frente”, explicou.
