São seis atletas olímpicos (Ágatha e Duda, do vôlei de praia; Ana Marcela Cunha, da maratona aquática; Hugo Calderano, do tênis de mesa; Ygor Coelho, do badminton; e Renato Rezende, do BMX) e cinco paralímpicos (Petrúcio Ferreira e Verônica Hipólito, do atletismo; Susana Schnardorf, da natação; Jane Karla Gogel, do tiro com arco; e Caio Ribeiro, da canoagem), além do campeoníssimo Clodoaldo Silva, mentor de todos eles. Este é o Time Nissan, que completa oito anos de existência em 2020 e tem na reunião de tantos atletas de modalidades diferentes o seu maior diferencial, graças à coordenadora Gwenaelle Maitre, que faz com muita habilidade o papel de ligar todos eles.
“Meu papel é de tentar unir esse time e fazer que não seja uma soma de individualidades como poderia ser. A coisa que eu sempre gostei é de criar sinergia entre as pessoas e de criar entrosamento. Eu vejo o que o esporte pode fazer em termos de superação e de mudar coisas que pareciam impossíveis e por isso tentei fazer com que os meninos se unissem para pegar um a energia do outro”, explica Gwenaelle.
Tudo funciona a partir de um grupo de WhatsApp. Pela ferramenta, ela informa onde cada um está competindo e faz com que todos torçam uns pelos outros. A iniciativa criou um vínculo de amizade muito grande entre os atletas, que compartilham todas as suas alegrias e tristezas, ajudando a superar as dificuldades na busca dos objetivos de cada um.
“Nunca vi isso em nenhum outro time. Tem muito amor aqui. A gente dá muita força um para o outro nos momentos bons e nos momentos ruins. É uma família”, afirma Ágatha, medalha de prata no vôlei de praia em 2016, que entrou no time no ano seguinte, quando passou a fazer dupla com a promissora Duda, de 21 anos, que já foi duas vezes eleita a melhor do mundo da modalidade.
“Eu fiquei até assustada quando a Nissan nos procurou no começo de 2017 para nos patrocinar. Não é fácil isso acontecer no começo do ciclo olímpico”, lembra Ágatha. “A empresa fez o contrário do que a maioria das outras, que deixaram o esporte após 2016. A Nissan continuou”, elogia Clodoaldo Silva, que faz parte do time desde 2012, quando ainda era atleta, e agora, já aposentado, passou a ser mentor da equipe.
A amizade entre os atletas que fazem parte do time ficou clara no evento realizado nesta quinta-feira (06) para o anúncio da continuidade da equipe para 2020. Eles não paravam de brincar um com outro. Pareciam amigos de longa data. Segundo eles, a responsável por isso é Gwenaelle Maitre. “Ela é quem provoca isso tudo. Hoje, o Time Nissan tem 12 integrantes, mas no ciclo passado (da Rio 2016) tinha mais de 30 e era a mesma coisa”, garante Clodoaldo Silva. “Ela é a nossa mãezona”, completa Jane Karla.
Além de compartilhar as competições e resultados de cada um, Gwen cria algumas brincadeiras. A mais divertida acontece nos dias de aniversário. O último a dar parabéns é obrigado a presentear o aniversariante com um livro com o tema de inspiração. No evento do Time Nissan, Hugo Calderano não pôde comparecer porque viajou a Porto Rico para a disputa da Copa Pan-Americana, mas a mãe dele, Elisa, esteve lá para entregar os livros que o mesa-tenista devia para Verônica Hypolito e Jane Karla.
“Hoje em dia, eu só curto porque eles já estão super entrosados e é um prazer ver como a gente conseguiu multiplicar essa energia. Eles já eram diamantes que estavam brilhando para o mundo e agora eles são ainda mais poderosos porque eles estão usando a energia de cada um para ter ainda mais. Eu tenho muito orgulho desse timaço e eu acho que, se deu certo, é porque, como eles, eu funciono com paixão e com amor no que eu faço”, finaliza Gwenaelle.
Todo esse clima ajuda e muito! O objetivo de todos está do outro lado do mundo: Tóquio 2020. Ana Marcela Cunha, Ágatha, Duda, Hugo Calderano, Petrúcio Ferreira e Caio Ribeiro já estão classificados. Jane Karla conquistou a vaga, mas, no tiro com arco, ela pertence ao país e a atleta está na expectativa da convocação. Dos outros, Ygor Coelho está com a classificação bem encaminhada, enquanto Rezende está numa briga acirrada com Anderson Ezequiel pela vaga brasileira no BMX. Já Verônica Hypolito e Susana Schnardorf ainda precisam fazer o índice para carimbar seus passaportes. Ou seja, a chance é grande de todo o Time Nissan estar em Tóquio. Até o aposentado Clodoaldo pode ir, já que é comentarista de um canal de televisão.
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