Débora Menezes, Nathan Torquato e Silvana Fernandes são os brasileiros já classificados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio no parataekwondo. No Japão, a modalidade fará sua primeira participação na história na competição e o trio do Brasil não pensa pequeno.
O ciclo até os Jogos de Tóquio para os três foi diferente entre si. Vivendo um dos melhores momentos da sua carreira até aqui, Débora Menezes foi a primeira a conquistar a vaga. Ela veio no começo de 2019, através do ranking mundial. A brasileira terminou o mês de janeiro daquele ano em segundo lugar e já se classificou para os Jogos Paralímpicos na categoria acima 58 kg.
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Embalada pela conquista da vaga, Débora queria mais. Ainda em 2019, a atleta chegou ao topo do mundo. Em fevereiro daquele ano, a brasileira conquistou a medalha de ouro no mundial da modalidade. nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, a atleta terminou com a medalha de prata. Atualmente, Débora Menezes é a atual número dois do mundo em sua categoria.
“Eu e minha equipe trabalhamos pelo ouro. Não tem essa de já ter a vaga e relaxar, nós trabalhamos ainda mais para se preparar para o ouro. Sei que as adversárias estão me estudando e eu estou também. Estar na Paralimpíada é um sonho”.
“Eu fiz história ao me tornar a primeira atleta da modalidade no Brasil a me classificar para os Jogos pelo ranking, quero conquistar o ouro na primeira Paralimpíada da modalidade. Fui para o Parapan e acabei com a prata, sai de Lima com a certeza de que Tóquio vai ficar pequena para mim, eu vou para fazer história”.
19 anos e quer tudo
O que você pensava e queria quando tinha 19 anos? Nathan Torquato quer o ouro paralímpico. Mesmo com a pouca idade, o atleta do parataekwondo é uma das esperanças do país para os Jogos do Japão. Apesar do momento ser bom, Nathan é direto ao falar do ciclo paralímpico.
“Comecei um pouco atrasado. A maioria dos brasileiros começou um pouco mais tarde do que os atletas de outros países. Com isso, a saída foi ter que acelerar o processo e a gente fez. As conquistas passaram a vir e a vaga em Tóquio foi conquistada”, comentou Nathan Torquato ao ser perguntado pela reportagem do OTD.
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Durante o ciclo, as conquistas de Nathan Torquato foram crescendo. Os pódios em competições importantes na Oceânia, África e no Pan-Americano. Em 2019, o atleta conquistou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e conquistou a vaga para o Japão através do pré-olímpico, realizado na Costa Rica.
Com isso, Nathan “disparou” no ranking mundial de parataekwondo e atualmente é o quinto colocado. Apesar disso, Torquato sabe o que quer e o que precisa fazer para chegar no objetivo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Sou o quinto, mas já ganhei do número dois, três e quatro em algumas competições, e ganhei deles. Eu sei o que preciso fazer para chegar no pódio em Tóquio e chegar no ouro, fazendo história no parataekwondo”.
Atletismos e Parataekwondo
Dezessete meses sendo atleta exclusiva da modalidade, um ouro continental, 10ª colocada do ranking mundial e garantida em Tóquio. Essa é Silvana Fernandes. Aos 21 anos, a brasileira chegará no Japão com pouco mais de dois anos de dedicação ao parataekwondo e quer o pódio.
“Vou para o Japão para subir no pódio, não para participar. Quero o ouro, sei das dificuldades, mas sei que eu posso e tenho me preparado para isso com todos da minha equipe. Sei que é possível”.
Apesar de ter começado na modalidade em 2018, Silvana Fernandes só passou a se dedicar ao parataekwondo em abril de 2019, quando disputou um campeonato regional no Brasil. Entretanto, mesmo com a falta de dedicação exclusiva ao esporte, a atleta consegue ver um lado positivo nisso.
“Eu passei alguns anos no atletismo e um período nos dois e aprendi muito com isso. Apesar de ter feito meu corpo chegar ao limite algumas vezes, a minha trajetória no esporte me ensinou muita disciplina e me deu muito preparo físico, o que passou a ser uma vantagem no parataekwondo”.
Por ter disputado poucas competições de nível mundial até o momento, Silvana é a décima no ranking mundial e isso dificulta a chegada no pódio, mas ela está acostumada. “Em todas as minhas competições, as quartas de final são as lutas mais complicadas, mas eu estou acostumada com isso. Sei que vai ser difícil porque é uma paralimpíada, mas quero fazer história com o pódio e o ouro”, finalizou a atleta.