Depois de dois ataques de tubarão nas proximidades de Margaret River, a WSL optou pelo cancelamento do restante da competição. Gabriel Medina e Willian Cardoso celebram decisão.
A Liga Mundial de Surfe (WSL, em inglês) anunciou, nesta terça-feira, o cancelamento da etapa de Margaret River, a última da perna australiana. Visando a segurança dos surfistas, a organização achou melhor não dar continuidade à competição. Em 2016, a WSL também precisou paralisar a etapa de J-Bay, na África do Sul, após o ataque a Mick Fanning (AUS) lutou com um tubarão na final da competição.
No último domingo, dois ataques de tubarão foram registrados em praias próximas ao local do evento, levando a duas interrupções em um dia dedicado apenas à disputa feminina. Nos dois casos, as vítimas foram mordidas na perna. Uma delas precisou ser levada de helicóptero para o hospital. No dia seguinte, com a competição paralisada, a WSL soltou um alerta para os atletas não surfarem. Enquanto isso, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira usaram as redes sociais para cobrarem mais segurança.
Margaret River Pro Cancelled Due to Shark Activity. Message from WSL CEO Sophie Goldschmidt here: https://t.co/pR1iKJhPMM pic.twitter.com/zskvtOL0WE
— World Surf League (@wsl) 18 de abril de 2018
Através de um comunicado oficial, a CEO da WSL, Sophie Goldschmidt explicou que a difícil decisão é fruto de circunstâncias excepcionais que ocorreram nesta temporada e foi tomada após conversas com especialistas. Ela recorda, porém, que o surfe é uma modalidade que oferece riscos, sendo os tubarões uma realidade não só nas competições, mas na modalidade em si. Dessa forma, o motivo do cancelamento deve-se, de acordo com o texto, por circunstâncias particulares, cujo risco mostrou-se acima do aceitável.
A organização, no entanto, afirma que buscará meios para tentar completar a competição. “Não ainda não desistimos de, de alguma forma, completar as competições masculina e feminina este ano”. Além disso, a WSL não pretende, neste momento, não retornar à Margaret River. Caso não haja a retomada da competição, a entidade tem normas para a distribuição da pontuação.
A CEO ainda ressalta que “a WSL tem como maior prioridade a segurança. Isso não pode ser apenas conversa, e não pode ser comprometido”. A competição masculina foi paralisada na terceira fase, com oito dos 11 brasileiros na disputa. Já o feminino, que ficou nas quartas de final, não tinha Silvana Lima, que se despediu ainda na repescagem.
A próxima parada do Circuito Mundial será em Saquarema, no Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 22 de maio. O ranking mundial segue inalterado em relação ao início de Margaret River. Dessa forma, Ítalo Ferreira, campeão em Bells Beach vestirá a camiseta amarela em solo nacional.
Gabriel Medina e Willian Cardoso celebram decisão
Dois dos brasileiros na terceira fase de Margaret River, Gabriel Medina e Willian Cardoso mostraram satisfação com a decisão da WSL em cancelar o evento. Através do Instagram, os surfistas elogiaram a postura da organização. O campeão mundial foi um dos atletas a cobrar maior segurança após os ataques do último domingo.
Fazendo sua estreia na elite do surfe, Panda também rasgou elogios a decisão da WSL. “Me sinto mais seguro, perante minha profissão, minha família minha responsabilidade em representar o Brasil. Posso manter o foco na competição, e não na integridade da minha vida e na de meus amigos do tour”, escreveu.